Transparência Internacional faz ato com notas gigantes de dólar na Barra e diz que G20 ‘fracassa’ em lidar com a corrupção


Campanha ‘Money Gliders’ ocorre 48 horas antes da Cúpula de Líderes no Rio. Areia da praia recebeu a faixa: “Quão óbvia a corrupção tem que ser para que vire prioridade para o G20?”. Notas gigantes de dólar no céu da Barra, em ato contra a corrupção feito pela Transparência Internacional
Marcelo Vandenbrande Maragni/Transparência Internacional
Seis parepantes personalizados com notas gigantes de dólar desenhadas sobrevoaram o céu da orla da Barra da Tijuca, na Zona Oeste do Rio, na tarde desta sexta-feira (15). O ato foi um protesto da Transparência Internacional, que cobra do G20 uma postura mais prioritária em relação à corrupção.
A campanha “Money Gliders” ocorre 48 horas antes da Cúpula de Líderes no Rio. Os parapentes terminaram o voo pousando em uma faixa com a pergunta, em inglês, que significa: “Quão óbvia a corrupção tem que ser para que vire prioridade para o G20?”.
A ONG afirma que o G20 “fracassa em lidar com a corrupção” e critica os líderes do G20 por “negligenciarem o combate à corrupção e não conseguirem fazer nenhum progresso significativo na questão na última década”.
Protesto da Transparência Internacional contra a forma como o G20 lida com a corrupção
Marcelo Vandenbrande Maragni/Transparência Internacional
O que cobra a Transparência Internacional?
“A corrupção sabota o desenvolvimento sustentável e perpetua as desigualdades entre os países e dentro deles. Nos países do G20, o sigilo financeiro persistente, os facilitadores cúmplices e a insuficiente cooperação facilitam a corrupção transnacional e os fluxos financeiros ilícitos. No entanto, o G20 tem tratado a corrupção como uma preocupação de ordem inferior. Até aqui, isso significou pouquíssimos compromissos significativos e ainda menos ações. A menos que os países do G20 corrijam falhas graves de integridade financeira em suas economias, o dinheiro que deveria estar financiando o desenvolvimento sustentável em países de baixa e média renda continuará a ser roubado, lavado e investido no exterior.”
O que pede a ONG que o G20 faça?
“O G20 deve parar de tratar a anticorrupção como uma questão isolada que pode ser resolvida sem um compromisso de alto nível. Para garantir o progresso, os líderes devem trazer a anticorrupção das margens para o centro da agenda do G20, em 2024 e nos anos seguintes. Ao fazer isso, os líderes do G20 devem colocar todo o seu peso nas reformas prioritárias onde elas podem ter o maior impacto:
Acabar com o sigilo financeiro e estabelecer regimes eficazes de transparência sobre o beneficiário final;
Publicar regulamentação e monitoramento eficazes dos guardiões do sistema financeiro, como agentes de formação de empresas, agentes imobiliários e advogados;
Fortalecer a cooperação internacional e o compartilhamento de inteligência para prevenir, detectar e processar a corrupção transfronteiriça.”
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