Emerson Luis. Esporte: Já passou da hora

Logo após Jaraguá garantir classificação para as quartas de final da Liga Nacional de Futsal e Joinville anunciar a intenção de construir sua arena, recebi uma mensagem de um integrante de comissão técnica de uma modalidade.

Vira e mexe, antes ou depois de uma matéria, converso com alguns profissionais.

O tema, invariavelmente, recai sobre a nossa falta de infraestrutura e investimento.

E, naturalmente, as dificuldades que as equipes coletivas (imagina as individuais) vêm enfrentando no cenário nacional e até mesmo estadual.

Jaraguá e Corinthians na Arena Jaraguá. Foto: Lucas Pavin

O papo é sempre profícuo, afinal eles sabem quase tudo do que rola nos bastidores.

Me pedem sigilo, óbvio.

Até porque não podem se expor ou fazer críticas publicamente.

Além de preservar as fontes, jamais irei queimá-los.

Jogo de Joinville pela Liga Futsal no Centreventos Cau Hansen. Foto: Divulgação

O profissional em questão estava empolgado com a Arena Jaraguá lotada em praticamente todas as partidas da LNF.

Contra o Corinthians foram 7.515 torcedores.

Diante de Carlos Barbosa foi batido o recorde de público na Liga Nacional: 7.656 expectadores.

Quase 8 mil torcedores estiveram no ginásio. Foto: Lucas Pavin

Ele ainda estava maravilhado com o projeto de construção do ginásio municipal de Joinville.

O Centreventos Cau Hansen ficou pequeno faz tempo – não comporta 4 mil pessoas.

Torcida do Joinville Vôlei lota o Centreventos Cau Hansen na Superliga. Foto: Divulgação

A maquete prevê quatro mini ginásios internos durante a semana para a utilização das equipes em períodos de treinamentos.

Em jogos e grandes eventos, as arquibancadas escamoteáveis seriam montadas de forma automática, gerando uma capacidade de 5 mil lugares.

O terreno da Univille, na zona norte, de 31 mil metros quadrados, está nos trâmites finais para desapropriação.

A licitação para as obras deve ser lançada em 2025.

Previsão de entrega em 2028.

Depois de inaugurado, o espaço deverá ser cedido à iniciativa privada em algum modelo de concessão.

Custo: R$ 100 milhões!

Por enquanto, só no papel.

Jogo de Joinville pela Liga Futsal no Centreventos Cau Hansen. JEC Futsal

Ao mesmo tempo em que exaltava as duas cidades do norte, o professor se mostrava indignado por Blumenau não ter uma praça de eventos digna de sua tradição.

Lembrou que o Galegão já chegou a colocar mais de 3 mil pessoas na final da Copa Santa Catarina, em 2017.

Recentemente, os dois times de vôlei também lotaram o Sebastião Cruz.

Blumenau e Mafra em dezembro de 2017 no Galegão. Foto: Sidnei Batista

Seguiu:

“O Sesi é muito bem-vindo, mas precisamos pensar grande. Ele precisa ser um Centro de Desenvolvimento do Esporte. Precisamos de uma arena para atrair grandes eventos esportivos”.

Blumenau e Sorocaba pela Liga Nacional chegou a receber mais de 1.500 expectadores. Foto: Sidnei Batista

Concordei com tudo o que disse – e o lembrei que venho escrevendo sobre o tema há um tempo.

Tanto é que lhe encaminhei um link com o título: “Arena Multiuso em Blumenau. Já passou da hora”.

Torcida lota a Arena Jaraguá na LNF. Foto: Lucas Pavin

Entre os tópicos daquela coluna de 9 de março de 2020, destaquei:

“Não temos condições de sediar um evento internacional de MMA. Jaraguá do Sul tem. Em maio de 2013, a Arena Jaraguá recebeu o UFC. Pela primeira vez fora de uma capital. Vitor Belfort nocauteou no primeiro round o norte-americano Luke Rockhold. Em 2014, a atração foi Lyoto Machida”.

Arena Jaraguá. Foto: Carlos Junior/ND

“Não precisamos de uma arena gigante como a de Jaraguá, que tem capacidade para 8.500 lugares (que pode dobrar em shows musicais). Na época da inauguração, em 2007, custou R$ 17 milhões”.

“Tubarão nos serve como referência. Ergueu sua arena em 2016. Para 5 mil pessoas. Custo: R$ 20 milhões. Parceria entre prefeitura (30%) e Governo (70%).

Arena Multiuso de Tubarão. Foto: Prefeitura de Tubarão

“Nossa última grande obra esportiva foi a reforma do Galegão, em 2008, no valor de R$ 5 milhões, com a ajuda de Luiz Henrique da Silveira. O ex-governador costumava encerrar seus discursos na cidade onde nasceu com a seguinte expressão: “Viva Blumenau”. Se vivo estivesse, talvez seu lema seria: “Acorda Blumenau”!

Arena Multiuso em 2022 no amistoso de futsal entre Brasil e Marrocos. Foto: Harpia Fotografia

Emerson Luis é jornalista. Completou sua graduação em 2009. Trabalha com comunicação desde 1990 quando começou na função de repórter/setorista na Rádio Unisul – CBN. Atualmente é apresentador, repórter, produtor e editor de esportes do Balanço Geral da NDTV Blumenau. Na mesma emissora filiada à TV Record, ainda exerce a função de comentarista, no programa Clube da Bola, exibido todos os sábados, das 13h30 às 15h. Também é boleiro na Patota 5ª Tentativa.

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