Opositores querem usar explosões em Brasília para PGR denunciar Bolsonaro por tentativa de golpe

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Foto: ABr

O episódio das explosões nas proximidades do Supremo Tribunal Federal (STF), em Brasília, na última quarta-feira (13), está sendo utilizado por opositores de Jair Bolsonaro (PL) para pressionar a Procuradoria-Geral da República (PGR) a abrir mais uma frente de acusação contra o ex-presidente. A intenção seria vinculá-lo, de alguma forma, ao atentado, fortalecendo a tese de tentativa de golpe, acusação que já ronda Bolsonaro desde os ataques de 8 de janeiro de 2023.

Em uma sessão marcada por declarações direcionadas, os ministros do STF, como Luís Roberto Barroso, Gilmar Mendes e Alexandre de Moraes, foram pontuais ao associar o ataque ao clima de beligerância que, segundo eles, foram fomentados pelo ex-presidente e seus apoiadores. Barroso, presidente da Corte, mencionou o histórico de provocações contra o tribunal, incluindo episódios como o vídeo de 2021 de Daniel Silveira e as constantes manifestações contra o STF durante o governo Bolsonaro.

Os ministros também criticaram a recente tentativa de promover anistia aos envolvidos nos atos de invasão do STF, do Congresso e do Palácio do Planalto em janeiro de 2023. Para Barroso, “querem perdoar sem antes sequer condenar”.

Alexandre de Moraes, que lidera as investigações sobre a suposta tentativa de golpe, sustentou que o incidente recente não é um fato isolado, mas parte de uma “estratégia de ataques às instituições” que teve início ainda durante o governo Bolsonaro, com o chamado ‘gabinete do ódio’. Gilmar Mendes, por sua vez, reforçou a narrativa e disse que a ‘indústria de desinformação’ e o ‘fanatismo político’ foram alimentados pela administração anterior, culminando nos eventos de 8 de janeiro.

Barroso, então, externou que, em conversas recentes com Moraes e o diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, discutiu o andamento do inquérito sobre o 8 de janeiro. Segundo ele, o material está próximo de ser finalizado e será entregue à PGR, que decidirá se há provas suficientes para indiciar Bolsonaro e outros envolvidos. “Se houver crime, temos que investigar e punir”, emendou o presidente do STF.

O procurador-geral da República, Paulo Gonet, foi mais contido, mas deixou claro que o episódio em Brasília demonstra que “o desrespeito às instituições continua a ter sinistros desdobramentos”. A PGR, segundo ele, seguirá apurando as responsabilidades por atos que tenham propósito antidemocrático.

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Fonte : Conexão Politica

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