Tradicional aluguel de pés de jabuticaba em cidade de MG é afetado por mudanças climáticas


Sabará, na Grande BH, é conhecida como a ‘cidade da jabuticaba’. Carinhosamente apelidada de ‘Ouro Negro’, a fruta se transformou em fonte de renda para moradores. Festival da Jabuticaba de Sabará é realizado há 38 anos
Elizabeth Torres/Arquivo pessoal
Sabará, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, é conhecida como a cidade da jabuticaba. Carinhosamente apelidada de “Ouro Negro” pela população local, a fruta se transformou em fonte de renda para muitos moradores por meio do aluguel de jabuticabeiras.
Funciona assim: famílias alugam os pés do fruto e podem aproveitá-lo durante certo tempo. É possível comer na hora ou encher sacolas — mas aí o preço aumenta.
Geralmente é cobrado R$ 50 por pessoa a cada duas horas de degustação. Se o cliente quiser levar para casa, o preço do litro varia de R$ 8 a R$ 10.
Os aluguéis costumam ter maior demanda ao longo do maior festival nacional dedicado à fruta, que será realizado entre 15 e 17 de novembro. No entanto, a atividade foi afetada pela estiagem e deve ocorrer somente na última semana deste mês (entenda mais abaixo).
Atraso na floração
Apesar da abundância de jabuticabeiras na cidade mineira, a falta de chuva por quase seis meses neste ano alterou a floração e, consequentemente, o amadurecimento das jabuticabas.
“A seca impactou muito e a gente ficou bem preocupada por causa da falta de chuva. Agora, estou na expectativa dos produtores terem a fruta, porque começou a chover. Para os derivados, ficou a carência da fruta e também impactou no aluguel das jabuticabeiras”, disse Elizabeth Antônia Torres Braga, presidente da Associação de Produtores de Derivados da Jabuticaba de Sabará (Asprodejas).
Elizabeth Torres é a presidente da Asprodejas
Elizabeth Torres/Arquivo pessoal
Segundo a produtora, normalmente há duas floradas: a primeira, entre agosto e setembro, e a segunda, em novembro.
“Atrasou a safra e isso prejudicou muito, tanto na fabricação dos produtos, quanto na marcação da data do festival”, contou.
As geleias e os licores são feitos com a primeira colheita. Já a venda do fruto in natura ocorre com a segunda safra.
“A questão ambiental está mudando muito. Porém, na zona rural de Sabará, os produtores irrigaram os pés de jabuticaba e isso ajudou um pouco. Conseguimos fazer os produtos por causa dessa irrigação. Quem irrigou conseguiu ter a jabuticaba. Quem não irrigou, não conseguiu”, contou.
Outra estratégia usada pelos participantes do festival foi congelar a fruta, para que os derivados pudessem ser fabricados.
“Agora, como começou a chover, a expectativa é de ter fruta para o festival”, espera a produtora.
38º Festival da Jabuticaba
O 38º Festival da Jabuticaba de Sabará será nos dias 15, 16 e 17 de novembro. Atualmente, segundo a prefeitura municipal, este é o principal evento que movimenta a economia da cidade, superando até mesmo o Carnaval.
A iniciativa também promove arte e cultura com apresentações de bandas.
Serviço
Data: 15, 16 e 17 de novembro de 2024
Local: Centro Histórico de Sabará
Dias e horários: sexta-feira e sábado, das 9h às 23h, e domingo, das 9h às 20h
Entrada: gratuita
Mais informações no site do evento
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