Tratar a obesidade é uma forma de cuidar da saúde do coração


Além de ser uma doença crônica, essa condição está ligada a mais de 200 comorbidades¹. Aposentado passou a cuidar do peso após problemas no coração
Arquivo Pessoal
Quem está acima do peso adequado ou desenvolve sobrepeso e também obesidade costuma identificar a quantidade excessiva de gordura no corpo, mas nem sempre esse olhar vai além da questão do peso. É em situações assim que residem os riscos: quando impactadas, as pessoas correm o risco de desenvolver mais doenças crônicas, incluindo implicações sérias para o coração¹.
Como a doença crônica que é classificada assim pela Organização Mundial de Saúde², a obesidade deve ser tratada visando a saúde e a prevenção. No entanto, por diferentes fatores, muitas vezes o alerta chega acompanhado de alguma comorbidade.
Hoje com 79 anos, o aposentado Luiz Carlos Persegona ainda trabalhava como auxiliar administrativo quando percebeu que algo estava errado, aos 64 anos. Com 122kg na época, tinha dificuldades para subir escadas ou acompanhar a família em algumas atividades – alguns passos mais acelerados já o cansavam. O alerta veio com dores no peito.
“Começou a me dar dores no peito mais prolongadas e consegui ficar ciente de que não estava passando bem, que estava com algum problema. Estava com quatro artérias entupidas, duas 70%, uma 85% e outra 95%”, relembra.
Isso tudo aconteceu na metade de 2009. Seu Luiz iniciou o tratamento e em setembro do mesmo ano passou por cirurgia de ponte de safena. Nos meses que antecederam o procedimento, adotou um novo estilo de vida e perdeu 14 quilos.
Os novos hábitos persistem após a cirurgia. O aposentado, que reside em Brasília (DF), mantém acompanhamento médico, mudou os hábitos e sabe da importância de uma jornada de controle de peso para a saúde. Pesando 90kg, ele procura se manter ativo e disciplinado em relação à alimentação e outros cuidados com a saúde, que incluem nove medicamentos e acompanhamento médico regular.
“Não tinha noção (dos riscos). O médico me alertou que se eu não tivesse operado poderia ser irreversível”, conta Luiz.
Médico alerta para riscos
Assim como aconteceu com o seu Luiz, não é raro o alerta chegar quando o paciente apresenta alguma complicação de saúde que pode estar ligada ao peso. São muitos riscos, além dos relacionados à saúde do coração, explica o médico cardiologista clínico Silvio M. Póvoa Jr.
“Há muito tempo a medicina entende que a obesidade está associada a diversas doenças. Apesar de citarmos frequentemente doenças metabólicas e cardiovasculares como diabetes, aumento do colesterol, hipertensão arterial sistêmica (pressão alta), infarto, AVC e insuficiência cardíaca, sabemos que a obesidade também se associa com alguns tipos de câncer, doenças psiquiátricas e osteoarticulares”, afirma.
Segundo o médico, é essencial dedicar esforços contínuos para prevenir o aparecimento da obesidade e tratar adequadamente pacientes que apresentam essa condição. Reconhecer a doença como um problema a ser tratado é o primeiro passo.
“A obesidade é um fator de risco para doenças cardiovasculares, assim como a hipertensão arterial sistêmica (pressão alta), o diabetes, o tabagismo e o excesso de colesterol LDL”, explica.
Como uma doença complexa, a obesidade também exige acompanhamento médico. Para as pessoas impactadas, perder peso não significa apenas diminuir números na balança, mas prevenir doenças e melhorar a saúde e a qualidade de vida. Póvoa Jr. cita alguns exemplos.
“Perder 5% ou 10% do peso inicial já tem um benefício enorme para a saúde. Quando isso ocorre, vários parâmetros objetivos de saúde melhoram. A pressão arterial diminui, o controle glicêmico melhora, os marcadores inflamatórios no sangue são reduzidos, o perfil de triglicérides e colesterol melhora, e a sobrecarga e dores articulares diminuem”.
Calcular o Índice de Massa Corporal (IMC) é uma forma de medir a gordura corporal³. O resultado não aponta um diagnóstico, mas pode ser usado para triagem de riscos à saúde. Pessoas com IMC igual ou superior a 30 podem apresentar obesidade e têm associações estatisticamente significativas com vários quadros clínicos.
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REFERÊNCIAS
• Katzmarzyk, P T et al, “Body mass index and risk of cardiovascular disease, cancer and all-cause mortality” Can. J. Public Health, vol. 103, no. 2, pp. 147–151, 2012, doi: 10.1007/BF03404221.
• World Health Organization (WHO) [Internet]. Obesity and overweight; [citado 12 ago 2024]. Disponível em: https://www.who.int/news-room/fact-sheets/detail/obesity-and-overweight
• Olivasdigital. Como calcular o IMC? Entenda para que serve esse índice. Abeso. 2022. Disponível em: https://abeso.org.br/como-calcular-o-imc-entenda-para-que-serve-esse-indice/. Acessado em 29/10/2024
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