Explosões em Brasília: PF vai reconstituir cenário como na investigação do 8 de janeiro

Peritos da PF (Polícia Federal) vão reconstituir o cenário das explosões em Brasília, na praça dos Três Poderes na noite desta quarta-feira (13). O método é foi o mesmo utilizado para a investigação dos ataques de 8 de janeiro, quando os mesmos prédios foram depredados.

Explosões em Brasília, foto mostra viaturas na frente da praça dos três poderes

Explosões em Brasília repercutiram internacionalmente – Foto: Bruno Peres/ Agência Brasil/ Reprodução/ ND

Entre os primeiros procedimentos que os peritos da PF devem fazer no local das explosões em Brasília estão a identificação de todos os vestígios, além de uma identificação das imagens da área com ferramentas tecnológicas 3D a fim de compreender, em detalhes, a dinâmica do ataque.

Os peritos criminais da Polícia Federal atuarão nas investigações das explosões na Praça dos Três Poderes e no Anexo 4 da Câmara dos Deputados. Profissionais do INC (Instituto Nacional de Criminalística), que são especialistas em perícias de locais de crime e bombas e explosivos, foram acionados logo depois da ocorrência. A PF abriu inquérito para investigar o caso.

Os vestígios coletados serão posteriormente analisados para identificar e confirmar o tipo de explosivo utilizado, a possível origem e outras evidências que possam indicar se a ação foi planejada e se teve participação individual ou em grupo.

Em uma postagem nas redes sociais, o ministro da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República, Paulo Pimenta, disse ter certeza que a Polícia Federal irá esclarecer o caso.

“Já sabemos que foi muito grave o que aconteceu. Já sabemos que o carro com os explosivos pertence a um candidato a vereador do PL de SC. Provavelmente a perícia vai confirmar que se trata da mesma pessoa que tentou entrar no STF depois morreu detonando explosivos na área externa no tribunal”, avalia Pimenta.

“Sabemos que ele esteve na Câmara, ainda não sabemos (amanhã com certeza) que gabinetes visitou. Quando e como veio de SC? Sozinho? Acompanhado? Alguém pagou? Onde estava hospedado? Os explosivos foram adquiridos onde? Com quem falou no telefone hoje? Essas e outras respostas a PF vai com certeza rapidinho nos responder. Golpistas não passarão.”

Catarinense teria sido responsável por explosões em Brasília

As explosões em Brasília ocorreram por volta das 19h30. Primeiro, foram detonados explosivos em um carro estacionado no anexo 4 da Câmara dos Deputados, próximo ao STF. Em seguida, houve e explosão de artefatos no corpo do autor do ataque, em frente à sede do Supremo.

A suspeita é de que o autor e o dono do carro ligado à explosão seja o chaveiro Francisco Wanderley Luiz, de 59 anos, conhecido como Tiu França, ex-candidato a vereador pelo PL em Rio do Sul, Vale do Itajaí.

Francisco era chaveiro e morou na cidade de Rio do Sul, no Vale do Itajaí, enquanto era casado. Em 2020, foi candidato a vereador na cidade pelo PL (Partido Liberal), sob o nome Tiü França, mas recebeu apenas 98 votos e não se elegeu.

Em entrevista ao Uol, deputado federal, Jorge Goetten (Republicanos/ SC), disse que conhecia Francisco desde a juventude e que ele estaria passando por “sérios problemas mentais” desde que se separou da esposa, há quatro meses. Neste meio tempo, o catarinense autor das explosões em Brasília se mudou para Ceilândia, cidade satélite da capital federal.

Goetten informou que desde que Francisco se mudou para Brasília, havia visitado o gabinete algumas vezes. No dia dos atentados, à tarde, Francisco teria circulado pela Câmara dos Deputados, mas não encontrou com o parlamentar catarinense.

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