STF mantém prisão de ajudante de banda condenada por incêndio em Boate Kiss

O Supremo Tribunal Federal (STF) negou recurso de Luciano Bonilha Leão, um dos condenados por incêndio em Boate Kiss, que tirou a vida de 242 pessoas em janeiro de 2013, em Santa Maria, no Rio Grande do Sul. A decisão, assinada pelo ministro Dias Toffoli e publicada nesta terça-feira (12), confirma a execução imediata da pena de 18 anos de prisão por homicídio simples com dolo eventual.

Recurso negado

A defesa de Bonilha argumentou sobre supostas falhas na decisão que autorizou o retorno dos condenados à prisão, mas Toffoli rejeitou o pedido, afirmando que o recurso visava “rediscutir a causa”. Segundo o advogado de Bonilha, Jean Severo, a prisão é considerada injusta, e a estratégia agora é aguardar o julgamento de apelação no Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul, além de outros recursos em Brasília.

Luciano Bonilha, ex-ajudante da banda Gurizada Fandangueira, foi responsável por comprar e atrair os artistas pirotécnicos que deram início ao incêndio na casa noturna. Ele cumpre pena no Presídio Estadual de São Vicente do Sul.

Penas dos condenados

Além de Bonilha, outros três réus foram condenados por incêndio:

  • Elissandro Spohr (sócio da boate): 22 anos e seis meses de prisão;
  • Mauro Hoffmann (sócio da boate): 19 anos e seis meses de prisão;
  • Marcelo de Jesus (vocalista da banda): 18 anos de prisão.

Os sócios da Boate Kiss cumprem pena na Penitenciária Estadual de Canoas (Pecan), enquanto o vocalista está detido em São Vicente do Sul.

Tragédia e decisão judicial

O incêndio ocorrido em 27 de janeiro de 2013 foi provocado por um artista usado pela banda durante o show, que atingiu o isolamento acústico inflamável do local. Em 2021, o júri condenou os quatro réus, mas a decisão foi anulada pelo Tribunal de Justiça do RS em 2022. Posteriormente, o Supremo Tribunal Federal restabeleceu as condenações, citando a soberania do Júri.

Memorial às vítimas

Em julho de 2024, o prédio onde funcionava o Boate Kiss foi demolido para dar lugar a um memorial em homenagem às vítimas. O projeto, idealizado pelo arquiteto Felipe Zene Motta, contará com um jardim circular, 242 pilares de madeira representando as vidas perdidas e espaços dedicados à memória coletiva. Além disso, uma fuga virtual do local, desenvolvida por uma pesquisadora da UFSM, está disponível online, proporcionando uma forma interativa de lembrar a tragédia.


Fonte: G1

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