Por que a China censura imagens de ataques nas redes sociais


Mídias de um atropelamento, motivado por um divórcio e que deixou 35 pessoas mortas e 43 feridas no sul da China, foram censuradas nas redes sociais chinesas nesta terça (12). Centro esportivo em Zhuhai, na China, invadido por motorista que matou 35 pessoas em 11 de novembro de 2024.
Kyodo News via AP
As redes sociais chinesas estão censurando fortemente nesta terça-feira (12) as buscas sobre o atropelamento que matou 35 pessoas em um centro esportivo em Zhuhai, no sul do país.
Uma busca no Weibo pelo centro esportivo resultou em poucas publicações, com apenas alguns mencionando que algo havia acontecido, sem fotos ou detalhes. Artigos da mídia chinesa sobre o incidente da noite de segunda-feira foram removidos.
✅ Clique aqui para seguir o canal de notícias internacionais do g1 no WhatsApp
O atropelamento, que foi deliberado, segundo a polícia chinesa, às pessoas que se exercitavam no centro esportivo também deixou 43 pessoas feridas e teria sido motivado pelo suspeito de 62 anos não concordar com um pedido de divórcio de sua ex-esposa. (Leia mais abaixo)
Os censores da internet chinesa tomam cuidados extras para monitorar as redes sociais antes e durante eventos importantes, como a reunião do Congresso chinês, ou em que houve um grande número de vítimas, como este atropelamento.
A China já viu uma série de ataques em que os suspeitos parecem ter como alvo pessoas aleatórias, como crianças em escolas.
Em outubro, um homem de 50 anos foi detido após supostamente usar uma faca para atacar crianças em uma escola em Pequim. Cinco pessoas ficaram feridas. Em setembro, três pessoas foram mortas em um ataque com faca em um supermercado em Xangai.
Por quase 24 horas após o ocorrido, não se sabia quantas mortes ou feridos haviam resultado. Um dos quatro hospitais que recebeu vítimas para tratamento afirmou ter mais de 20 feridos, informou a mídia estatal na segunda-feira. As chamadas de repórteres da AP para os hospitais na cidade não foram atendidas ou foram redirecionadas para outros hospitais.
No entanto, fora da China, vídeos sobre o incidente começaram a circular no X (antigo Twitter). Eles foram compartilhados pelo blogueiro de notícias e dissidente Li Ying, mais conhecido no X como Professor Li. Sua conta publica notícias diárias com base em envios de usuários. Dozens de pessoas estavam deitadas na pista de corrida do centro esportivo nos vídeos. Em um deles, uma mulher dizia “meu pé está quebrado”. O mesmo vídeo mostrava um bombeiro realizando massagem cardíaca em uma pessoa, enquanto as pessoas eram instruídas a deixar o local.
Atropelamento
Um motorista invadiu um centro esportivo no sul da China, atropelou dezenas de pessoas que faziam exercício e matou 35 delas nesta terça-feira (12), afirmou o governo local.
O atropelamento foi deliberado. Segundo a polícia, o autor do crime, um homem de 62 anos, estava irritado por não concordar com um acordo de divórcio pedido por sua ex-esposa. Ele foi detido.
O caso aconteceu em Zhuhai, cidade que fica ao lado de Macau, no sul do país. Segundo o governo local, outras 43 pessoas ficaram feridas.
As vítimas estavam se exercitando no centro esportivo quando o carro invadiu o local, de acordo com a polícia.
Após atropelar as vítimas, o homem tentou fugir, mas a polícia conseguiu alcançá-lo. O presidente chinês, Xi Jinping, se pronunciou sobre o caso e pediu que o motorista seja punido de acordo com a lei.
Adicionar aos favoritos o Link permanente.