Enfrentamento das mudanças climáticas e reforma de instituições estão entre as prioridades da reunião de cúpula G20


O embaixador Maurício Lyrio, negociador do Brasil, afirma que a presidência brasileira no G20 já deixou pelo menos um legado: a mobilização de vários países em torno de um pacto para acabar com a fome. Enfrentamento das mudanças climáticas e reforma de instituições estão entre as prioridades da reunião de cúpula G20
Reprodução/TV Globo
Daqui a uma semana, o Rio de Janeiro vai receber a cúpula de chefes de Estado do G20, evento que reúne as principais economias do mundo.
O Rio conta os dias para a chegada dos chefes de estados das principais economias do mundo. O endereço escolhido para a reunião de cúpula do G20 é o Museu de Arte Moderna do Rio. Será o capítulo final de um ano marcado por muitas reuniões e negociações diplomáticas entre 19 nações, além da União Europeia e da União Africana.
Sob a presidência do Brasil, o G20 definiu três temas em prioridade:
o enfrentamento das mudanças climáticas;
a reforma de instituições, como a ONU, para que países emergentes tenham mais representatividade;
o combate à fome, pobreza e desigualdade.
O G20 não aprova leis nem impõe obrigações, mas firma compromissos de políticas econômicas, sociais e de governanço.
Após meses de negociações e incontáveis reuniões, a partir de terça-feira (12), os sherpas, representantes dos chefes de Estado, se encontram para a última reunião antes da cúpula. A missão deles agora é redigir a Declaração de Líderes do G20 no Rio. O documento, que reúne as propostas do G20 sob a presidência brasileira, também fará referência aos conflitos mundiais – as guerras na Ucrânia e no Oriente Médio – com um pedido de paz.
“A guerra implica redirecionamento de recursos financeiros e atenção política para as causas erradas, que são as causas da guerra. O que nós queremos é ter paz para poder combater a mudança do clima e a fome”, afirma o embaixador Maurício Lyrio, sherpa brasileiro no G20.
Enfrentamento das mudanças climáticas e reforma de instituições estão entre as prioridades da reunião de cúpula G20
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O embaixador Maurício Lyrio, negociador do Brasil, afirma que a presidência brasileira no G20 já deixou pelo menos um legado: a mobilização de vários países em torno de um pacto para acabar com a fome.
“Todos querem combater a fome, mas a questão é: o que se faz concretamente para isso? Ao criar a cesta de programas sociais e, mais do que isso, ao convencer grandes instituições financeiras internacionais, como o próprio Banco Mundial, a reservar recursos para financiar a implementação dos programas sociais nos países mais pobres, isso é muito concreto”, diz Maurício Lyrio.
A maioria dos líderes dos 19 países do grupo deve comparecer à reunião, entre eles Joe Biden, dos Estados Unidos, e Xi Jinping, da China. O único presidente que não virá é Vladimir Putin, da Rússia.
Mas o G20 não é feito apenas de chefes de Estado. Entre os dias 14 e 16 de novembro, o G20 Social vai reunir grupos da sociedade civil em três armazéns da Zona Portuária e no Museu do Amanhã. O objetivo é ampliar a participação de atores não governamentais nos processos decisórios do G20.
No dia 30 de novembro, o Brasil passará a presidência do G20 para a África do Sul, e espera deixar como herança os esforços para promover a paz e reduzir a desigualdade.
“O mundo é muito desigual no acesso à educação, saúde, alimentos e recursos para combater a mudança do clima, e nós conseguimos resultados que considero bastante positivos e concretos em todas as áreas”, afirma o embaixador Maurício Lyrio.
Enfrentamento das mudanças climáticas e reforma de instituições estão entre as prioridades da reunião de cúpula G20
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