Pets “robôs” ganham reforço como alternativa de companhia para idosos

A tecnologia  está cada vez mais presente na vida das pessoas e traz novas soluções para problemas do cotidiano. Nessa direção, as mais diferentes áreas buscam desenvolver novos recursos, como a medicina e o setor de cuidados. Exemplo disso são os pets robôs, invenção que já é uma realidade também aqui no Brasil em determinados tratamentos pró-saúde mental, como demência e autismo. 

O governo do Reino Unido vai ser o primeiro a apoiar um programa para fornecer, gratuitamente, pets-robôs para vários lares de idosos no país. Mais de £ 1 milhão — cerca de R$ 6 milhões — vão ser usados para financiar a compra dos bichinhos e instalar scanners faciais de Inteligência Artificial (AI) para reconhecer quando um idoso está com dor ou parecendo desanimado.

Os “robôpets” parecem bichos de pelúcia, só que são equipados com motores para fazer movimentos com a cabeça, abanar o rabo e aparelhos para emitir sons.

Em ordem: Peter, Max e Mimi, os ajudantes brasileiros no tratamento de demência e autismo
fotos: reprodução

Cerca de 20% dos britânicos têm 65+ anos, e quase 900 mil sofrem de demência. Ao mesmo tempo, o número de cuidadores tem diminuído, e a ideia é que os robôpets sejam um complemento aos humanos.

Além de serem mais baratos do que pets reais, os robôs de pelúcia são super eficazes para aliviar a solidão, combater a depressão e melhorar a saúde mental dos idosos. Isso sem falar que não deixam presentes no tapete da sala.

Sempre amigos

Os animais sempre foram importantes aliados dos homens, isso desde a época em que eram necessários para a caça. Hoje, exercem papel fundamental na vida de muita gente como companhia. No entanto, ter um animal traz também uma série de responsabilidades, como  atenção, carinho, passeios, cuidados com a saúde e uma alimentação saudável. Nem todo mundo está apto a assumir esses cuidados, e é por isso que cães e gatos robóticos podem ser bons aliados na hora de estimularem a memória e a sensação de pertencimento àqueles que querem ter o bichinho, mas possuem limitações ao cuidar.

Pets robóticos possibilitam que a Terapia Assistida por Animais, por exemplo, seja uma realidade para mais pacientes. O tratamento de pacientes com demência e autismo. já utiliza tal técnica.

Como funcionam

Os robozinhos peludos funcionam à base de diferentes sensores espalhados pelo corpo, de acordo com sua espécie, e assim trabalham suas interações via comandos pré-estabelecidos, em seus softwares. Quando é feito carinho no peito do gato, o animal simula lamber a patinha, e com outros estímulos, mexe as orelhas e a cabeça, por exemplo. Já o cachorro abana o rabo, demonstrando felicidade, e pode chacoalhar a cabeça para os dois lados. Ao pararem de receber estímulos, esses robôs chamam, por sua vez, os pacientes para continuarem a sessão, seja através de um latido ou de um miado, fazendo a interação acontecer dos dois lados.

Pet robô em ação (Fonte: Joy for All Companion Pets)
foto reprodução

Desafios

Mesmo com o sucesso no auxílio do tratamento de demência e autismo, os pets robôs ainda dependem de movimentos pré-estabelecidos, e isso significa que não aprendem com a inteligência artificial (IA). Mas o cenário deve mudar, em breve, com as novas tecnologias que vêm sendo desenvolvidas dia após dia na área médica, com foco na saúde mental.

No Brasil e mundo

Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), na medida em que a população mundial envelhece, a expectativa é de que o número de pessoas que vivem com demência triplique até 2050, passando de 50 milhões para 152 milhões. Sendo a doença de Alzheimer o tipo mais comum de demência, que representa entre 60 e 70% dos casos. 

A maior pesquisa mundial já feita sobre o tema mostrou que o Brasil é o 4º país com as piores taxas de saúde mental — entre 71 que foram analisados no total. Só ficamos atrás da África do Sul, do próprio Reino Unido e do Uzbesquistão.

Por aqui, 34% dos brasileiros disseram sofrer de stress, ansiedade ou depressão. Entre 2018 e 2022, as internações por ansiedade mais que dobraram por aqui, passando de 794 para 2100 eventos.


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