Órgãos com HIV transplantados: MPRJ denuncia sócios e funcionários de laboratório

O Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) denunciou seis pessoas, entre sócios e funcionários de um laboratório de análises contratado pela Fundação Saúde, por crimes como associação criminosa, lesão corporal e falsidade ideológica. O laboratório é investigado por falhas graves em exames que resultaram na infecção por HIV de seis pacientes transplantados no estado.

Investigação revela graves irregularidades

As investigações apontaram que o laboratório em questão foi responsável pela realização de exames sorológicos de órgãos doados. Seis pacientes que receberam transplantes, testaram positivo para HIV após o procedimento, o que gerou uma denúncia contra os envolvidos.

Entre os crimes apontados pelo MPRJ, além da associação criminosa, estão a falsificação de documentos e a realização de exames com resultados incorretos. As condições sanitárias do laboratório também foram alvo de diversas críticas, com um relatório da Vigilância Sanitária identificando 39 irregularidades, como a presença de sujeira e bactérias nas bancadas de trabalho.

Falhas que colocaram vidas em risco

De acordo com o Ministério Público, os responsáveis ​​pelo laboratório foram plenamente conscientes dos riscos de que os erros nos exames representavam para pacientes imunossuprimidos, como os transplantados, que tomavam medicamentos para evitar a infecção dos órgãos. O MPRJ destacou que a aquisição de doenças como HIV em um organismo já fragilizado poderia ser devastadora, evidenciando a indiferença dos acusados ​​com a vida e a integridade física dos pacientes.

Além disso, foi constatado que os filiais do laboratório não possuíam alvará ou licença sanitária para funcionamento, agravando ainda mais a gravidade dos atos cometidos.

Falsificação de exames e descaso

A investigação revelou que o laboratório não possuía kits adequados para a realização dos exames de sangue e não apresentou documentos que comprovassem a compra dos itens necessários. Essa situação expressou suspeitas de que os testes não foram realizados corretamente e que os resultados foram forjados, colocando em risco a vida de diversos pacientes.

O Ministério Público também constatou a existência de várias ações indenizatórias contra o laboratório por erros de diagnóstico, incluindo casos de exames falso-positivos para HIV, como o de uma mulher que, durante o parto, teve resultado positivo incorreto, fazendo com que seu bebê fosse submetido a tratamento químico.

Risco contínuo e novas denúncias

O caso foi descoberto em setembro, após um paciente transplantado apresentar sintomas neurológicos e testar positivo para HIV. As autoridades refizeram todo o processo de verificação e descobriram erros graves nos exames realizados pelo laboratório, que já afetaram outros pacientes. A falha nos exames foi verificada após a realização de contraprovas pela Secretaria de Saúde do Rio de Janeiro (SES-RJ).

Os sócios e funcionários envolvidos estão sob investigação, e o Ministério Público solicita a prisão preventiva de um dos acusados ​​que ainda está em liberdade. O caso segue em andamento e pode resultar em novas denúncias, à medida que as autoridades continuem a apurar a extensão das irregularidades cometidas pelo laboratório.

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