Após rever posição, Novo projeta “all-in” de fundão na eleição de 2026

São Paulo — Após rever a diretriz que vetava o uso de dinheiro público em campanhas, o Partido Novo planeja utilizar, de uma vez só, todos os recursos dos fundos partidário e eleitoral acumulados pela sigla nos últimos anos nas eleições de 2026.

O Novo calcula ter em caixa cerca de R$ 106 milhões que não foram utilizados até hoje porque contrariavam o estatuto do partido, que barrava a utilização de verba pública em campanhas.

No entanto, quase nove anos após ter sido registrado no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o Novo se viu encolhido desde as eleições de 2022 e, como estratégia de sobrevivência, decidiu alterar os rumos de suas políticas internas, o que inclui usar o dinheiro do fundão — a mudança no estatuto foi feita no mês passado.

Os R$ 106 milhões representam o acumulado da verba pública recebida nos últimos anos. Mensalmente, o Novo recebe cerca de R$ 2,3 milhões do fundo partidário. O partido alega que o TSE não aceita devolução e, por isso, o valor fica retido em caixa.

Internamente, dirigentes da sigla dizem que, para evitar que o Novo perca terreno na política, a estratégia deve ser a de aplicar o “all-in” e usar todo o dinheiro nas eleições de 2026 para montar uma bancada de deputados federais que supere a cláusula de barreira, algo não conquistado em 2022, quando o partido terminou com três deputados federais.

O termo “all-in” é utilizado no poker quando um jogador diz que apostará todas as fichas em uma única rodada.

“Não são mais possíveis as doações de pessoa jurídica, e as de pessoas físicas têm um teto de 10%, ou seja, limita até mesmo a capacidade de grandes doadores ajudarem os partidos políticos. O próprio sistema se moldou para dificultar o nosso modelo de campanha”, disse Eduardo Ribeiro, presidente nacional do Novo, em entrevista ao Metrópoles.

Como parte da estratégia, já neste ano, o Novo vem buscando atrair novos filiados por meio de seu “embaixador nacional”, o ex-deputado federal Deltan Dallagnol (foto em destaque), que tem rodado o país anunciando um partido mais à direita, e não apenas liberal.

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Por Metrópoles

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