Cidasc inicia procedimento de levantamento de detecção da praga Amaranthus palmeri no território catarinense

Cidasc inicia procedimento de levantamento de detecção da praga Amaranthus palmeri no território catarinense

A Companhia de Desenvolvimento Agrícola de
Santa Catarina (Cidasc) publicou a Instrução de Serviço Didag n.º 01/2024, de
05 de março de 2024, com o objetivo de identificar as propriedades de risco de
introdução de Amaranthus palmeri, planta daninha exótica classificada como
praga quarentenária de difícil controle, conhecida como “caruru gigante”, de
crescimento rápido e extremamente agressivo, que se adapta com facilidade a
diferentes ambientes e condições climáticas, além de possuir resistência a
alguns herbicidas.

O gestor do Departamento Estadual de Defesa
Sanitária Vegetal (Dedev) da Cidasc, Alexandre Mees explica que o trabalho necessita
da união de esforços, não apenas dos auxiliares operacionais agropecuários, que
trabalham nos Postos de Fiscalização Agropecuária (PFF), mas também dos
transportadores das máquinas. “Os profissionais realizam uma atividade
decisiva, que promove medidas de proteção sanitária, porém, até então, os
transportadores não tinham em sua rotina a parada nos Postos de Fiscalização da
Cidasc. Precisamos do apoio de quem transita em outros estados com máquinas
agrícolas. Basta parar num posto de fiscalização para uma inspeção rápida e
fornecer as informações solicitadas. Com esta nova diretriz para atuar de forma
educativa, orientando quanto a importância da limpeza das máquinas, conseguimos
também identificar propriedades de maior risco de introdução de pragas, possibilitando
vistorias preventivas nestes locais”, pontua Mees.

“Vale ressaltar que a vigilância busca prevenir
a introdução de pragas em nosso estado, como, por exemplo, fungos, bactérias,
insetos e plantas daninhas, que colocam em risco a sanidade dos pomares e
lavouras. É um sistema que funciona o ano inteiro, 24 horas por dia, 7 dias por
semana, que será de grande importância para evitar a dispersão desta praga”,
complementa Mees.

Amaranthus palmeri pode cruzar com outras
espécies do gênero, inclusive transferindo genes de resistência, com risco
potencial de reduzir a produtividade de muitas culturas, dentre elas a soja, o
milho, o feijão e algodão em até 90%.

Não há registro da praga em solo catarinense,
mas já foi observada em plantações de municípios de Mato Grosso, desde 2015, e,
mais recentemente, em Aral Moreira e Naviraí, no Mato Grosso do Sul, o último
próximo à divisa com o Paraná. Relatos indicam que uma planta pode produzir de
100 mil a 1 milhão de sementes. Portanto, com alto potencial de disseminação
nos campos de produção agrícola e pode ser facilmente confundido com outras
espécies que vegetam no Brasil, especialmente A. spinosus (caruru de espinho).

“O Amaranthus palmeri é uma espécie com grande
capacidade competitiva, que pode levar a perdas significativas de
produtividade. O trânsito de máquinas com solo aderido ou restos culturais é um
grande dispersor de pragas. No caso do Amaranthus, a atenção está focada em
máquinas que tenham executado serviços em regiões com ocorrência. Mas queremos
aumentar a vigilância para conhecer mais a fundo o fluxo de máquinas no
trânsito interestadual para poder prevenir também outras pragas”, destaca Diogo
Antônio Deoti engenheiro-agrônomo da Cidasc.

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