As recentes enchentes que assolaram o Rio Grande do Sul trouxeram à tona uma questão crucial para muitos municípios que são atingidos com frequência, como o caso de Muçum, Roca Sales e Cruzeiro do Sul. O desafio é minimizar efeitos das cheias diante de uma realidade que aponta para o aumento das chuvas intensas.
Em Roca Sales, a proposta do Município é realocar parte do centro, entre a indústria JBS até os arredores da prefeitura. A proposta é remover tanto casas e comércios como prédios públicos, deixando uma área verde no local. A medida é um estudo em fase inicial, e uma das propostas é realocar esses imóveis para os arredores da estação ferroviária, com uma área de 70 hectares que poderia comportar o novo centro.
O município foi castigado por quatro enchentes desde setembro de 2023. Nas partes altas e no interior, onde o rio não alcançou, deslizamentos de terra provocaram mortes e ainda deixam desaparecidos. Também é pensada a questão de estrutura de logística, estrutura de iluminação, sistema de esgoto e questões de licenças ambientais.
Outra necessidade é melhorar a trafegabilidade da RS-129, que liga o município a Colinas, e posteriormente à BR-386. É entendido que o asfaltamento é crucial para garantir a trafegabilidade. Uma parte do trecho urbano que passa sobre um braço canalizado do Taquari também deve receber uma ponte elevada. Nas enchentes, o local foi destruído pela água e dividiu a cidade em duas partes.
Cidades-esponja: um conceito inovador para prevenção de enchentes
Uma das abordagens que tem ganhado destaque é o conceito de “cidades-esponja”. Inspirado em experiências internacionais bem-sucedidas, esse modelo busca transformar as cidades em espaços capazes de absorver, reter e drenar grandes volumes de água durante períodos de chuvas intensas. Para isso, são adotadas uma série de medidas que visam aumentar a permeabilidade do solo, criar áreas de armazenamento temporário e promover a retenção da água em espaços urbanos.
Parques alagáveis e telhados verdes: soluções adaptadas à realidade local
No contexto do Vale do Taquari, a implementação de parques alagáveis pode se configurar em uma alternativa promissora para a prevenção de enchentes. Esses espaços urbanos são projetados para funcionar como reservatórios temporários durante as cheias, permitindo que a água seja absorvida pelo solo e drenada de forma segura. Além disso, telhados verdes, calçamentos permeáveis e áreas verdes estrategicamente planejadas também podem ser considerados como parte integrante das estratégias de drenagem urbana na região.
Experiências internacionais e adaptações locais
Experiências bem-sucedidas em países como China, Alemanha e Estados Unidos podem servir de inspiração para as iniciativas no Vale do Taquari. Cidades como Pequim e Taizhou conseguiram reduzir significativamente os impactos das enchentes por meio da implementação de parques alagáveis e outras medidas de infraestrutura verde. No Brasil, exemplos como Curitiba demonstram o potencial das soluções urbanísticas inovadoras na prevenção de desastres naturais e na promoção da sustentabilidade urbana.

The post Roca Sales estuda transferir parte do centro para uma área no entorno da estação ferroviária appeared first on Agora No Vale.