Um cachorro caramelo comove pacientes e funcionários do Hospital São Gabriel Arcanjo, de Cruzeiro do Sul, desde a enchente que atingiu a região. Ele permanece o tempo todo ao lado da ambulância, o que inicialmente levou a equipe a acreditar que ele havia se perdido em meio ao desastre natural.
“Ele fica o tempo todo do lado da ambulância, não sai. Ele veio para nós aqui na frente do hospital logo após a enchente e aí nós achávamos que era em função da enchente que ele apareceu”, relata a psicóloga Amarúzia H. Gall, que trabalha na instituição.
Com o passar dos dias, os funcionários perceberam que o cachorro não se afastava do veículo. A explicação surgiu recentemente, quando uma senhora compareceu à recepção do hospital e contou que o cão pertencia a um homem que foi socorrido e levado ao hospital de ambulância. O paciente acabou sendo transferido para outro município, onde faleceu.
“Hoje de manhã veio uma senhora, eu não sei quem, no balcão aqui na recepção do hospital e disse que esse cachorro era de um senhor que veio para o hospital de ambulância e foi transferido para outro município e ele foi a óbito”, conta Amarúzia.
Desde então, o cachorro permanece ao lado da ambulância, talvez por ter sido o último local onde viu seu tutor ou, quem sabe, ainda com a esperança de reencontrá-lo. De acordo com o motorista da ambulância, Luís Alves, sempre que o veículo parte para uma nova ocorrência, o cão segue o trajeto por um bom tempo.
“Quando a gente sai com a ambulância, ele vai na frente da ambulância, segue até onde pode. A gente acelera a ambulância para despistar ele, aí ele volta para o hospital de novo”, relata Luís.
Diante da situação, Amarúzia e a equipe decidiram divulgar a história nas redes sociais para tentar encontrar familiares do antigo dono ou, caso isso não seja possível, alguém que possa adotar o animal. “A gente só pede então, se a família que reconhecer ele tiver interesse em pegar ele de volta, ou se não, que alguém possa adotar. Ele é bem dócil, bem queridinho e está aí com a gente, sendo cuidado pela turma do hospital”, completa a psicóloga.
O cachorro segue recebendo alimentação e cuidados dos funcionários do hospital, que se sensibilizaram com sua lealdade e insistência em permanecer próximo à ambulância, símbolo do último momento que viveu com seu dono.
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