Novo papa pode ser escolhido ainda nesta semana

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Faltando dois dias para o início do Conclave, os cardeais reuniram-se, ontem, em duas Congregações Gerais: uma pela manhã e outra na parte da tarde. Ainda ontem, o diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé, Matteo Bruni, informou, que 179 cardeais, incluindo 132 eleitores, participaram da décima Congregação Geral, no Vaticano. Bruni destacou, também, que os 133 cardeais eleitores já se encontram todos em Roma, em vista do Conclave que terá início amanhã.

Após o início do Conclave, os olhares estarão voltados para o telhado da Capela Sistina, à espera da tão aguardada fumaça branca — sinal da eleição do novo papa. A expectativa é que a definição ocorra nos próximos dias.

Entenda

Após cada rodada de votação, as cédulas são queimadas em um forno especial para indicar o resultado ao mundo exterior:  se nenhum papa for escolhido, as cédulas são misturadas com cartuchos contendo perclorato de potássio, antraceno (um componente do alcatrão de carvão) e enxofre para produzir a fumaça preta, que sai pela chaminé. Caso haja um vencedor, as cédulas queimadas são misturadas com perclorato de potássio, lactose e resina de clorofórmio para produzir a fumaça branca. Sinos também são tocados para sinalizar que há um novo papa.

Durante o conclave, os cardeais ficam isolados e não podem comunicar-SE com o mundo externo. Uma maioria de dois terços é necessária para eleger o novo pontífice. Se o número de eleitores permanecer em 133, o vencedor precisará de 89 votos.

Amanhã, às 10h (horário local), será realizada a missa Pro eligendo Romano Pontifice, celebração litúrgica solene que marca o início do processo.

Atualmente, há 135 cardeais com menos de 80 anos e elegíveis para a votação, vindos de 71 países diferentes — o Conclave mais geograficamente diverso da história. Dois deles informaram formalmente à Santa Sé que não poderão comparecer por motivos de saúde, reduzindo o número de participantes para 133.

Estão programadas quatro votações por dia: duas pela manhã e duas à tarde. Depois de uma eventual 33a ou 34a votação, haverá um segundo turno direto e obrigatório entre os dois cardeais mais votados. Mesmo nesse caso, será sempre necessária a maioria de dois terços dos votos.

Os dois cardeais ainda na disputa não poderão votar nessa rodada. Se um deles atingir os dois terços dos votos, a eleição do pontífice será canonicamente válida.

Se um novo papa não for eleito após três dias de votações, ocorre uma pausa de 24 horas para oração, livre colóquio entre os votantes e uma exortação espiritual. Após essa pausa, as votações são retomadas. Caso ainda não haja eleição após sete votações, realiza-se nova pausa para oração, diálogo e exortação.

O que é o Conclave?

São reuniões fechadas nas quais os cardeais eleitores encontram-se na Capela Sistina para escolher o novo papa. O termo conclave significa “com chave” e passou a ser usado no século 13 para descrever o processo de trancar os cardeais até que a eleição fosse concluída.

O processo foi criado como forma de pressionar os cardeais a agilizar o voto, para que a Santa Sé não ficasse vaga por longos períodos. Isso ocorreu após a morte de Clemente IV, em novembro de 1268, quando o cargo ficou sem titular por dois anos, nove meses e dois dias.

Em 1274, Gregório X promulgou a constituição Ubi periculum, que instituiu oficialmente o Conclave.

A legislação, atualmente, em vigor para a eleição do novo pontífice é a Universi Dominici Gregis, promulgada por João Paulo II, em 1996, e modificada por Bento XVI, em 2013. Ela estabelece, entre outras normas, que o Conclave deve ocorrer na Capela Sistina.

*Matéria publicada originalmente na edição impressa do dia 06 de maio de 2025.

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A União

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