
O julgamento de Sean “P. Diddy” Combs, marcado para começar hoje, 5 de maio de 2025, no Tribunal Federal de Manhattan, Nova York, envolve acusações graves que podem levar o magnata da música à prisão perpétua. Reunimos os detalhes sobre como o julgamento deve ocorrer.
1. Contexto e Acusações
Sean Combs enfrenta cinco acusações criminais principais:
- Tráfico sexual: Acusado de liderar uma rede de exploração sexual, usando seu império empresarial (incluindo Bad Boy Records e outras marcas) para coagir mulheres a participarem de eventos sexuais chamados “freak-offs”, que envolviam profissionais do sexo e eram gravados. Promotores alegam que ele usava drogas (como ecstasy, cetamina e GHB), violência, chantagem e promessas de carreira para manipular vítimas.
- Conspiração para extorsão: Acusado de orquestrar uma empresa criminosa que usava intimidação, subornos e gravações dos “freak-offs” como “garantia” para silenciar vítimas.
- Transporte para prostituição: Envolve o transporte de pessoas através de fronteiras estaduais para participar desses eventos.
- Trabalho forçado: Uma nova acusação adicionada em março de 2025, alegando que Combs ameaçava funcionários com longas jornadas e punições para apoiar seu esquema.
- Outras acusações relacionadas: Incluem sequestro, incêndios criminosos e distribuição Thde drogas, conforme relatos da promotoria.
Combs se declarou inocente em todas as acusações e está preso desde 16 de setembro de 2024, no Centro de Detenção Metropolitano no Brooklyn, após dois pedidos de fiança serem negados por juízes que consideraram o rapper um risco à segurança de testemunhas e da comunidade.

2. Estrutura do Julgamento
O julgamento seguirá o sistema legal dos Estados Unidos, com as seguintes etapas principais:
- Seleção do Júri (início em 5 de maio de 2025):
- A escolha do júri pode levar até uma semana. Jurados serão questionados sobre suas opiniões em temas sensíveis, como tráfico sexual, sequestro e distribuição de drogas, para garantir imparcialidade.
- Questionários preliminares já indicam que os jurados verão evidências gráficas, incluindo vídeos e fotos de violência física e conteúdo sexualmente explícito.
- A defesa de Combs pediu que os jurados sejam avaliados quanto a possíveis preconceitos, especialmente devido à ampla cobertura midiática do caso.
- Alegações Iniciais (previstas para 12 de maio de 2025):
- A promotoria apresentará sua narrativa, detalhando como Combs usou seu poder e recursos para abusar de vítimas ao longo de duas décadas (2004–2024). Eles citam evidências como:
- Mais de 1.000 frascos de óleo para bebê e lubrificantes apreendidos em suas mansões, supostamente usados nos “freak-offs”.
- Vídeos de segurança, como o de 2016, onde Combs aparece agredindo sua ex-namorada, Cassie Ventura, em um hotel.
- Depoimentos de mais de 120 vítimas, incluindo 25 menores na época dos supostos crimes.
- A defesa argumentará que as relações eram consensuais, descrevendo os “freak-offs” como atividades sexuais livres entre adultos. O advogado Marc Agnifilo já chamou Combs de “swinger” (praticante de troca de parceiros), não de criminoso.
- Apresentação de Evidências e Testemunhas:
- Promotoria: Apresentará testemunhos de vítimas, incluindo Cassie Ventura, que alega ter sido coagida, drogada e agredida por Combs. Também usará gravações dos “freak-offs”, depoimentos de funcionários (como Phil Pines, que descreveu a organização das “wild king nights”) e evidências físicas, como armas e drogas apreendidas.
- Defesa: Combs planeja testemunhar em sua própria defesa, narrando sua versão dos eventos. A defesa também questiona a validade de evidências, como o vídeo de 2016, alegando que ele reflete um “relacionamento tóxico” com Ventura, não tráfico sexual. Eles acusam a promotoria de vazar informações para a mídia, prejudicando a reputação de Combs.
- A promotoria alega que Combs tentou influenciar testemunhas, inclusive pagando outros detentos para usar seus telefones e orientando seus filhos a iniciar campanhas nas redes sociais para manipular a opinião pública.
- Deliberação do Júri e Sentença:
- Após as apresentações, o júri deliberará. Se condenado, Combs pode enfrentar prisão perpétua, com uma pena mínima de 15 anos para as três acusações iniciais.
- Cada acusação será julgada separadamente, e Combs pode recorrer de qualquer condenação, o que pode prolongar o processo por anos.
3. Estratégias da Defesa
A equipe jurídica de Combs, liderada por Marc Agnifilo, adota as seguintes táticas:
- Alegação de consensualidade: Insiste que os “freak-offs” eram eventos consensuais, não criminosos.
- Acusação de perseguição: Argumenta que Combs é vítima de uma campanha difamatória orquestrada pelo governo e pela mídia, incluindo vazamentos de vídeos (como o de Cassie) para prejudicar sua reputação.
- Crítica à lei Mann Act: A defesa alega que a lei usada para acusar Combs de tráfico sexual tem raízes racistas, sendo aplicada desproporcionalmente contra homens negros. Essa estratégia causou a saída de um dos advogados, Anthony Ricco, em fevereiro de 2025, por motivos não detalhados.
- Desafios às evidências: Questiona a legalidade de buscas em suas propriedades, que resultaram na apreensão de 96 dispositivos eletrônicos, e pede ordens de silêncio para evitar mais vazamentos.
4. Desafios e Controvérsias
- Cobertura Midiática: O caso ganhou enorme atenção, com documentários como The Fall of Diddy (HBO/Rolling Stone) e ampla cobertura da imprensa, o que a defesa alega comprometer um julgamento justo.
- Condições de Detenção: Combs está em uma unidade especial no Centro de Detenção Metropolitano, conhecido por condições precárias. Sua rotina inclui refeições simples e visitas limitadas de familiares.
- Processos Civis: Além do caso criminal, Combs enfrenta mais de 120 ações civis por abuso sexual, o que pode influenciar a percepção pública e o júri.
- Saída de Advogado: A retirada de Anthony Ricco da equipe de defesa em fevereiro de 2025 levanta questões sobre a coesão da estratégia legal.
5. Possíveis Desdobramentos
- Condenação: Se considerado culpado, Combs pode pegar prisão perpétua, com impacto devastador em sua carreira e império financeiro (estimado em US$ 1 bilhão).
- Absolvição ou Acordo: Embora Combs tenha recusado um acordo judicial recentemente, uma absolvição ou redução de penas dependerá da força das evidências da promotoria e da habilidade da defesa em desacreditar testemunhas.
- Apelações: Mesmo se condenado, Combs tem direito a recorrer, o que pode adiar uma sentença final por anos.
- Impacto Cultural: O caso, comparado ao de R. Kelly, reacende debates sobre abuso de poder no entretenimento, influenciados pelo movimento #MeToo.
O julgamento de P. Diddy será um marco no mundo do entretenimento, com implicações legais, culturais e sociais. A promotoria enfrenta o desafio de provar um padrão de comportamento criminoso ao longo de décadas, enquanto a defesa aposta na narrativa de consensualidade e na deslegitimação das evidências. A seleção do júri e a apresentação de vídeos gráficos serão momentos cruciais, e a decisão final dependerá de como os jurados interpretarem as provas em meio à intensa pressão midiática.
Matéria criada com a ajuda de IA.