A atuação do MPRS neste ano após a tragédia da enchente de 2024: confira história de reconstrução de escola no Vale

O ano de 2024 ficou marcado na vida dos gaúchos. Vivemos uma das piores tragédias climáticas de nosso Estado e também do Brasil. A inundação que arrasou cidades desafiou os gaúchos. Durante este episódio, o Ministério Público do Rio Grande do Sul mostrou seu valor e importância.

Para marcar este um ano após a cheia, o MPRS faz um balanço de toda a atuação durante este período. Neste último dia de abril, o Gabinete de Comunicação lança oficialmente um vídeo especial que destaca um episódio de toda esta história. A equipe de jornalismo do Gabcom esteve em Cruzeiro do Sul, no Vale do Taquari, e conta a história da reconstrução da Escola Municipal Nossa Senhora de Fátima. O prédio, com capacidade para 500 estudantes, foi erguida devido ao esforço da comunidade mas, sobretudo, ao trabalho do promotor Sérgio Diefenbach, da Promotoria de Lajeado, que é protagonista neste trabalho de reconstrução daquela região.

Confira, abaixo, o vídeo:

https://youtube.com/watch?v=49ae9fyZ–U%3Fsi%3DLlylOdRlZwf3PbLw

Gabinete de crise e protagonismo da atuação junto aos gaúchos

Foram dias longos, dias difíceis. E neste período, a nossa instituição esteve junto da sociedade. Desde os primeiros problemas causados pela enchente, o MP organizou um gabinete de crise para planejar a atuação frente ao desastre. Com a expertise do Gabinete de Estudos Climáticos (GabClima), criado em novembro de 2023 para identificar vulnerabilidades e apontar necessidades para o enfrentamento das questões relacionadas às mudanças climáticas, a instituição teve condições de atuar com mais eficácia frente ao fato.

O Ministério Público gaúcho mobilizou membros e servidores e articulou junto ao Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) a expedição de uma recomendação para que 16 unidades do MP brasileiro destinassem recursos para o Estado. Na ocasião, a instituição criou 10 grupos regionais para atuar nas consequências do desastre climático.

Desde então, a instituição iniciou sua atuação nos mais diferentes eixos. No dia 6 de maio de 2024, a sede institucional, em Porto Alegre, foi alcançada pelas águas do Guaíba. O prédio precisou ser evacuado e ficou ilhado por cerca de 20 dias. Logo em seguida, todo o sistema operacional da instituição ficou inacessível. Com seu prédio principal alagado, o MPRS organizou um gabinete de crise na sede do bairro Santana, também na Capital. No local, membros e servidores começaram a organizar toda a atuação na tragédia.

Além da Capital, as outras regiões atingidas pelo fenômeno climático, principalmente Vale do Taquari, Região Central, Serra e Zona Sul, também receberam atenção especial do MPRS. Durante o período crítico das cheias, o MPRS transformou o térreo da Promotoria da Santana em uma central de doações que recebeu mantimentos dos mais diferentes pontos do país.

A visita às dezenas de abrigos organizados para receber quem perdeu suas casas foi uma tarefa capitaneada pelo MPRS. A atuação foi definitiva para garantir condições adequadas para quem estava no local. Foram 244 Instituições de Longa Permanência para Idosos visitadas e outros 790 abrigos em 70 municípios. A organização dos abrigos, que chegaram a receber 80 mil pessoas no pico da enchente, também foi de responsabilidade da instituição. O Gaeco atuou intensamente nos resgates, principalmente em Porto Alegre. Foram resgatadas inúmeras pessoas que ficaram ilhadas por causa da cheia.

O combate as notícias falsas, as chamadas fake news, foi um dos principais desafios do MPRS durante as enchentes. Ao menos 160 chaves pixs que se utilizavam da tragédia para desviar doações foram bloqueadas. Além disso, 18 perfis falsos que pediam doações – muitos simulando serem de órgãos do Estado – foram derrubados em uma parceria da instituição com as empresas de tecnologia.

Dentro do escopo de auxílio na tragédia, o MPRS desenvolveu, em parcerias com empresas de tecnologia, quatro aplicativos para agilizar processos necessários durante a enchente. Entre eles, aplicativos que mapeavam as necessidades de cada abrigo, o que facilitava o direcionamento das doações, e o que fazia a gestão dos animais recolhidos nas cheias e que eram enviados para espaços específicos.

No período das cheias, houve forte atuação na Defesa do Consumidor. Foram mais de 1 mil reclamações recebidas, que resultaram em 600 estabelecimentos fiscalizados e 70 autuações. Além da questão da cobrança de valores acima do normalmente praticado, o MPRS, em conjunto com o Procon de Porto Alegre, fiscalizou estabelecimentos comerciais que vendiam alimentos que ficaram submersos pela enchente.

O MPRS também atuou no cuidado dos animais perdidos ou abandonados na cheia. Organizou os espaços de acolhimento e feiras de adoção de cães e gatos. A atuação se espraiou e segue até agora, desta vez, nas consequências da enchente.

Iniciativas do MPRS foram premiadas durante Prêmio do CNMP

O Ministério Público do Rio Grande do Sul (MPRS) venceu o Prêmio CNMP Edição 2024 em duas categorias, com iniciativas que marcaram a atuação da instituição junto aos gaúchos atingidos pelas enchentes de maio no Estado. Uma das vencedoras, na categoria Integração e Articulação, foi o Projeto Abrigos, que consistiu numa grande mobilização a partir do momento em que as águas começaram a subir na Capital e em outras cidades gaúchas, e as pessoas começaram a ser levadas para os abrigos.

MP lançou dois livros sobre o tema

Logo após a enchente, o Gabinete de Estudos Climáticos (GabClima) lançou um e-book (Clique aqui para acessar) sobre a atuação do MPRS durante a tragédia. Com o título “Desastres Socioambientais no Rio Grande do Sul – Atuação do Ministério Público”, o livro de 156 páginas, que teve como organizadora a cpprdenadora do GabClima, Sílvia Cappelli, é um retrato fiel sobre o trabalho durante o período, inclusive com documentos que podem servir como exemplo em evento climático semelhante.

Já o Gabinete de Comunicação lançou o livro “Maio 2024 – Rio Grande do Sul: Retratos da maior tragédia socioambiental do Brasil” – Clique aqui para acessar. Neste material, em 102 páginas, o MPRS apresenta um compilado fotográfico e histórico com os acontecimentos e com toda a atuação da instituição nas mais diferentes regiões do Estado.

Atuação da comunicação ganhou destaque nacional

Durante os dias de cheia, o trabalho do Ministério Público foi acompanhado de perto pelo Gabinete de Comunicação Social. Durante o período foi produzido extenso material sobre a atuação posteriormente distribuído para a imprensa, que posicionou o MP gaúcho como destaque nesta tragédia.

Na ocasião, a instituição foi certificada entre as dez instituições públicas com mais interações nas redes sociais em 2024, na categoria Ministérios Públicos Estaduais. O reconhecimento foi entregue no dia 29 de abril, durante o 14º We Gov, evento voltado à inovação no setor público, que ocorre em Florianópolis. O levantamento é realizado pelo Social Media Gov, plataforma de monitoramento e análise de comunicação pública digital, e se baseia em dados de engajamento das instituições públicas nas redes sociais ao longo do último ano.

Nesta mesma premiação, o MPRS foi finalista na categoria “Xô Fake News” – que valoriza órgãos e instituições que produzem conteúdo de informação contra notícias falsas.

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