A vereadora Cris Monteiro (Novo) causou polêmica na última terça-feira (29) ao afirmar durante discurso na Câmara Municipal de São Paulo que “mulher branca, bonita e rica incomoda”. A declaração foi feita diante de sindicalistas que acompanhavam a votação do reajuste dos servidores municipais e provocou reações imediatas da plateia e de colegas parlamentares.
Enquanto se dirigia à vereadora Luana Alves (PSOL), Cris disparou: “Por favor, Luana, calada. Pode me devolver o tempo. Eu escutei todos vocês calados (…) Agora, quando vem uma mulher branca aqui, falar a verdade para vocês, vocês ficam todos nervosos. Porque uma mulher branca, bonita e rica incomoda muito vocês”.
Ela ainda reforçou que representa uma parcela da população que a elegeu e criticou os grevistas presentes: “Eu não vou defender essas pessoas que deixam as nossas crianças na sala de aula fazendo greve”.
A vereadora Luana Alves, que é negra, classificou a fala como racista e solicitou a suspensão da sessão. Segundo ela, a fala de Cris foi direcionada diretamente a ela. O áudio da transmissão oficial pela Rede Câmara no YouTube chegou a ser cortado por alguns minutos, mas foi restabelecido em seguida.
Depois da repercussão, Cris Monteiro pediu desculpas: “Lamento profundamente se alguém em particular se sentiu ofendido com a minha fala, não foi minha intenção. Faço uso da tribuna, como qualquer parlamentar, para defender minhas ideias e falar o que penso”.
O presidente da Câmara, Ricardo Teixeira (União), afirmou que a Casa “não permite racista” e relembrou a cassação do ex-vereador Camilo Cristófaro (Avante) por fala racista em 2023. No entanto, após rever o vídeo da fala de Cris, declarou que, na visão da presidência, não houve racismo: “Esse fato será analisado com sangue tranquilo, temperatura normal, pressão também”.
Nas redes sociais, além de críticas, internautas ironizaram a postura da vereadora e compararam seu comportamento ao da icônica vilã Odete Roitman, da novela Vale Tudo. O tom elitista e autoritário da fala gerou paralelos com a personagem que marcou a teledramaturgia brasileira por sua arrogância e desprezo pelas classes populares.
