Emerson Luis. Esporte: Pretérito perfeito

Eu não duvido que tenha gente que pense, que por conta de algumas criticas feitas nesse espaço, digamos, mais incisivas, eu seja contra o esporte de Blumenau.

Ou que ainda imagine que minha intenção seja a de prejudicar ou derrubar alguém.

Etapa do estadual de karatê no Colégio Lúcio Esteves. Foto: Associação Vasto Verde de Karatê

Isso seria de uma estupidez sem tamanho.

Daria um tiro no próprio pé.

Afinal, se o esporte não vai bem, eu também sofro as consequências.

Jogos da Primavera no Complexo do Sesi. Foto: Emerson Luis

Esse azedume tem uma explicação.

Começa na infância.

No bairro Água Verde.

Sempre fui um moleque apaixonado por futebol.

A ponto de dormir agarrado com uma bola.

Com os irmãos Denilson e Jeferson e o primo Júlio. Foto: Valmor Zilinski

Só que aprendi a praticar outras modalidades nas aulas de educação física.

Principalmente futebol de salão e handebol.

Na quadra de cimento do Lothar Krieck.

Sob a orientação do disciplinado e competente Ariberto Vieira.

Quadra da Escola Professor Lothar Krieck. Foto: Internet

O saudoso professor também nos fazia correr em volta de um morro que circundava a escola.

Fachada da Escola Básica Municipal Lothar Krieck. Foto: Internet

Sem contar que na preparação para os Jogos da Primavera corríamos até o Galegão.

Lá descíamos e subíamos as escadas do velho ginásio.

Dávamos trotes na parte inferior da estrutura e na quadra.

Ginásio Galegão antes da reforma de 2008. Foto: Reprodução/Internet

Passei a ser um menino competitivo e ambicioso, a partir dos inesquecíveis torneios de futebol do Vasto Verde, nas manhãs de domingo.

Passava a noite e a madrugada rezando para não chover.

Pois os jogos eram cancelados.

Maneca começou a carreira de treinador em 1983. Foto: Reprodução/Internet

Comecei a sonhar em ser jogador quando fui treinar no ginásio da AABB.

Com Manoel Dalpasquale (Maneca).

Considerado um dos maiores formadores de atletas do estado.

O primeiro treinador de Filipe Luís no Jaraguá Futsal.

Filipi Luís e Maneca no Centro Esportivo do ex-lateral. Foto: Arquivo pessoal

Mais do que coordenar seu centro esportivo (inaugurado em 2019, com uma área de sete mil metros quadrados e investimento de um milhão de euros), Maneca tem sido fundamental na transição do jogador para treinador.

Após se aposentar, o jaraguaense se tornou técnico do time Sub 17 do Flamengo.

Filipi acompanha treino da escolinha. Foto: Reprodução/Redes sociais

Quando o destino mudou de humor e pavimentou outro caminho, comecei a me envolver com o rádio esportivo.

Área que ingressei em 1990.

E fui “mal acostumado” da mesma forma.

Aprendi com os melhores.

Primeiro na Unisul, que virou CBN, com Amilton Antônio, Irivaldo Borba e Danilo Gomes, o homem que colocou um gravador na minha mão e mandou eu me virar.

Danilo Gomes se especializou em palestras e cursos. Foto: Arquivo pessoal

Três meses depois, na Nereu, estava trabalhando com Peninha e Mário Gieland.

Posteriormente com Alexandre José, Aurélio Sada e Edemar Annuseck.

Edemar Annuseck mora hoje em Curitiba. Foto: Reprodução/Internet

Em seguida, na Clube, com Rodolfo Sestrem, Bolinha, Luis Carioca, Mirandinha, José Carlos Goes, Enei Mendes, Ricardo Santos e Paulo César.

Rodolfo Sestrem em santinho eleitoral da década de 1980. Foto: Adalberto Day

Por fim, na Blumenau, com Amauri Pereira, Nilson Fabeni, Barreto Neto, Jorge Aragão, Sebastião Aragão, Onélio Cavaco, Aldo Pires de Godói, Luciano Silva, Belmiro Avancini e Jorge Theiss

Nilson Fabeni faleceu em agosto de 2022 com 77 anos de idade. Foto: Internet

Minha melhor fase.

Entrevistando Biro Biro, meia-atacante do Bec, no Aderbal. Foto: Arquivo pessoal

Profissional e pessoal.

Nosso ambiente era maravilhoso.

Com a animada turma da Rádio Blumenau. Foto: Arquivo pessoal

Foi um tempo profícuo onde participei direta e indiretamente de grandes eventos.

Ginásio Galegão na década de 90 em um jogo do basquete masculino na Liga Nacional. Foto: Caio Santos

Como as memoráveis coberturas dos Jogos Abertos.

A primeira, em 1992, em Joinville, foi a melhor de todas.

A equipe, sob a coordenação de Luis Carioca (Carica), era pesada!

Com os companheiros da Rádio Clube AM em 1992 nos JASC de Joinville. Foto: Arquivo pessoal

Acompanhei grandes jogos de futebol.

Pena que era relaxado.

Perdi muita coisa (menos mal que praticamente tudo ficou na memória).

Especialmente as credenciais para a entrada nos estádios.

Estádio Olímpico em Porto Alegre. Foto: Blog Salto Alto Futebol Clube

Em 1991, ao lado de Edemar Annuseck, participei das duas finais da Copa do Brasil entre Criciúma e Grêmio.

Criciúma comemorando o título no Heriberto Hulse. Foto: Internet

Ainda em junho daquele ano (esse com registro) acompanhei, de novo ao lado de Edemar, o amistoso Brasil x Argentina.

Em Curitiba, no Pinheirão (está abandonado desde 2007).

Estádio Pinheirão pertenceu a Federação Paranaense de Futebol e foi à leilão. Foto: Internet

No ano seguinte, com Rodolfo Sestrem, fiz os dois jogos do Criciúma contra o São Paulo no Morumbi, pela Taça Libertadores.

Aliás, já contei aqui no Portal, com o “Galo”, o autêntico e inimitável, vivi momentos impagáveis.

São Paulo e Criciúma no Morumbi em 1992. Foto: Reprodução/Internet

Em 1996, outro acontecimento mágico.

Viajei com Paulo César (PC), Sebastião Aragão e Jorge Aragão (com seu Monza) de Blumenau até o Rio de Janeiro.

Para transmitir Vasco 0 x 0 Flamengo.

Final da Taça Cidade Maravilhosa.

Nos tempos em que era permitido trabalhar com liberdade nos campos (não existia a frescura de hoje).

Sentei atrás de um dos gols (à direita das cabines de Imprensa) na grama do Maracanã raiz.

Um sonho realizado.

Apesar da aventura (encarar mais de 2100 km de estrada, em sua maioria com pista simples e naquele tempo sem o Contorno Leste, em São José dos Pinhais, foi dureza), tenho um imenso orgulho dessa história.

Que contou com uma parada em Teresópolis, casa da Granja Comary (CBF), que estava fechada.

Teve ainda esse outro amistoso.

Desta vez na Ressacada.

Brasil 3 x 0 Dinamarca.

O que também contribuiu para meu grau de exigência, foram as entrevistas com baluartes do nosso esporte amador.

Tínhamos, sim, dirigentes com predileções políticas.

No entanto, todos brigavam por um único partido: Blumenau.

Ex-presidente da CME Ramiro Ruediger. Foto: Reprodução/Internet

A cidade não foi campeã absoluta dos JASC e se tornou uma potência no esporte por acaso.

Sofremos uma mudança radical (no geral).

Blumenau comemorando mais um título dos Jogos Abertos. Foto: Reprodução/SME

Pouca coisa (ou quase nada) serve de parâmetro.

Emerson Luis é jornalista. Completou sua graduação em 2009 no Ibes/Sociesc. Trabalha com comunicação desde 1990 quando começou na função de repórter/setorista na Rádio Unisul – atual CBN. Atualmente é apresentador, repórter, produtor e editor do quadro de esportes do Balanço Geral da NDTV Blumenau. Na mesma emissora filiada à TV Record, ainda exerce a função de comentarista, no programa Clube da Bola, exibido todos os sábados, das 13h30 às 15h. Também é boleiro na Patota 5ª Tentativa.    

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