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Advogado afirma que os índices de quem votou em 2022 contrariam a acusação de atuação direcionada contra eleitores de Lula
O advogado Anderson Almeida, que representa a defesa do ex-diretor-geral da PRF (Polícia Rodoviária Federal) Silvinei Vasques, disse ao STF (Supremo Tribunal Federal) nesta 3ª feira (22.abr.2025) que a instituição não é “vinculada a um governo, seja de qualquer vínculo partidário”.
Almeida ressaltou que a PRF seria a instituição federal com “maior capilaridade” e que mais se destacou e se modernizou nos últimos 30 anos. De acordo com ele, os elogios do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) nas redes sociais se devem aos bons resultados, principalmente relacionados à apreensão de drogas, não por suposto vínculo.
Em sua fala, afirmou que a citação de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-chefe do Executivo, sobre Silvinei foi “completamente genérica”. Em delação, Cid disse que o ex-diretor da PRF agia fora das suas atribuições quando tentou aumentar o contato com Bolsonaro.
Para ele, Cid deixou de especificar as irregularidades pontuadas. Afirmou ainda que a colaboração do ex-ajudante de ordens não possui credibilidade nem fiabilidade e requer a rejeição da denúncia.
Vasques foi preso e, posteriormente, denunciado pela PGR (Procuradoria Geral da República) por supostamente ter organizado blitz para impedir eleitores de Lula de votarem no 2º turno das eleições de 2022.
Sobre isso, Almeida disse que os locais de fiscalização da PRF no 2º turno das eleições não foram previstos no documento apontado na denúncia, e sim por uma peça elaborada pelas 27 superintendências estaduais. Portanto, não teria havido um direcionamento de esforços para fiscalizar pontos fixos do Nordeste.
“Se o presidente Lula recebeu 75% ou mais de votos em 52% das cidades do Nordeste, por óbvio, qualquer policiamento direcionado tenderia a coincidir com no mínimo 52%, mas, na verdade, coincidiu com só 26%. A menos que servidores da PRF sejam completos incompetentes, o que não parece ser o caso, resta comprovado que não há qualquer tipo de direcionamento policial”, disse.
CÁRMEN REBATE
A ministra pediu a palavra para questionar a afirmativa de que o nível de abstenção veiculado em algumas notícias teria a ver com a atuação de Silvinei. Segundo Cármen, “não tem nada a ver com a atuação de quem quer que seja”.
“Quero afastar a interpretação de que o maior ou menor índice de abstenção de algum lugar tem a ver essa circunstância que poderia sim ter sido impedido ou aumentado por uma atuação [da PRF]”, disse.
DENUNCIADO
Silvinei pediu ao ministro Alexandre de Moraes permissão para deixar Santa Catarina para assistir ao julgamento que pode torná-lo réu no STF em 7 de abril, mas desistiu depois de o magistrado reforçar a proibição de divulgação de imagens suas por meio de terceiros. Filipe Martins, que também é julgado nesta 3ª feira (22.abr), foi multado em R$ 20.000 depois de aparecer em vídeo do seu advogado. Segundo Moraes, ele descumpriu medidas cautelares.
PRISÃO
Silvinei Vasques foi preso pela Polícia Federal em 2023 por causa das operações realizadas no Nordeste que supostamente teriam impedido que eleitores votassem no 2º turno das eleições de 2022.
Em agosto de 2024, Moraes concedeu liberdade ao ex-agente, sob o uso de tornozeleira eletrônica. Ele foi nomeado para o cargo de diretor-geral por Bolsonaro em 2021 e foi demitido em dezembro de 2022.
Crédito Poder360
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Fonte:
Paulo Figueiredo