Dono da Centauro chega a R$ 9 bilhões de receita e leva alavancagem quase a zero

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Em seu último balanço de resultados como CEO do grupo SBF, dono da Centauro e representante da Nike no Brasil, Pedro Zemel cruza a linha de chegada com bons números: aumento no lucro líquido e redução da dívida da companhia, para uma alavancagem perto de zero.

A companhia fechou 2024 com faturamento de R$ 9 bilhões, alta de 2,6% sobre o ano anterior, e lucro líquido ajustado de R$ 417,5 milhões, o que representa um crescimento de 83,3% sobre os R$ 227,7 milhões registrados em 2023.

Após 12 anos no grupo e nove como CEO, Zemel deixa a companhia no dia 24 de abril e assume no dia seguinte o cargo de CEO da Zamp, que comanda as redes de fast food Burger King e Popeye’s no País. Em seu lugar entra Gustavo de Lima Furtado, que até então liderava a operação da Centauro e era uma espécie de cria de Zemel na empresa.

Mas Zemel não ficará distante do grupo SBF. Ele deverá ser indicado em assembleia, ainda em abril, como membro do Conselho de Administração. Se o futuro do grupo SBF ele deixa na mão de Furtado, Zemel explica as razões do passado para justificar os números obtidos até aqui pela empresa.

Segundo o executivo, o resultado no ano passado foi alcançado com aumento na eficiência operacional e redução do markdown (estratégia de descontos em preços de produtos para aumentar vendas nas lojas).

“Nossa prioridade era justamente geração de caixa e aumento do lucro líquido. Alcançamos porque diminuímos despesas e aumentamos nossa margem”, afirma Zemel, em entrevista ao NeoFeed. No Ebtida ajustado, o crescimento foi de 27,3%, com R$ 772,4 milhões (margem de 10,8%).

Com isso, o grupo SBF chegou ao fim de 2024 com margem bruta de 49,2%, crescimento de dois pontos percentuais sobre 2023. E, dessa forma, foi possível reduzir em cerca de 59% o endividamento da companhia. No fim de 2023, eram R$ 721,6 milhões. Ao final de 2024, a dívida alcançou R$ 295,7 milhões.

A alavancagem, que representava 1,19 vez a relação dívida sobre Ebtida ao fim de 2023, chegou a 0,38 vez em dezembro de 2024.

“Isso deixa a companhia muito bem posicionada nesse momento do País. Sem antecipação de recebíveis, a empresa tem hoje R$ 1 bilhão de caixa, o que é um grande resultado”, afirma o CEO. “Chegamos a isso com a geração de lucro líquido e a eficiência do capital de giro.”

Mais vendas e menos descontos

Na Centauro, o resultado foi o melhor da história. A rede de 227 lojas alcançou faturamento de R$ 4,5 bilhões, alta de 4,4% sobre 2023. E o crescimento foi tanto no canal físico (aumento de 2,7%) quanto no digital (+ 11%). O lucro bruto cresceu 5,6% ano sobre ano (R$ 1,79 bilhão contra R$ 1,70 bilhão). “Essa combinação foi muito poderosa, que gerou um crescimento importante. Isso se deu por uma expansão de margem, com uma venda mais saudável.”

Ainda que considere uma série de ações como as responsáveis por marcar seu período à frente do grupo, como a implementação do modelo de uma empresa focada no ecossistema do esporte, Zemel reconhece que a chegada da Nike, com a criação da Fisia, em 2021, movimento do qual ele liderou, foi fundamental para o salto financeiro do grupo SBF.

“Foi um passo muito importante para a companhia. E acredito que a gente só fez esse acordo porque a empresa tinha evoluído muito, a ponto de chamar a atenção da Nike internacional. Ações como multicanalidade, implementação de lojas G5 [voltadas à experiência do consumidor e serviços personalizados] colocaram a gente em uma posição diferenciada”, afirma.

O faturamento da Fisia no ano passado alcançou R$ 5,12 bilhões, em cenário estável com 2023 (R$ 5,10 bilhões). No lucro bruto, o crescimento foi igual ao da Centauro, de 5,6% (R$ 1,77 bilhão contra R$ 1,68 bilhão). O resultado dessas iniciativas foi a redução de 14 dias no estoque de produtos esportivos e as vendas com preços ajustados, sem tantos descontos.

De saída, Zemel já atribui ao seu futuro sucesso parte do resultado da companhia, pelo número obtido na Centauro.

“Foi o próprio Gustavo que ajudou a fazer com que a régua subisse. O desafio aumenta e a empresa passa a ter mais possibilidade”, afirma o CEO. “Uma empresa que tem mais margem e descontos sobre controle, pode fazer mais.”

Na B3, as ações da companhia estão em queda de 11,79% em 12 meses. O valor de mercado do grupo SBF é de R$ 2,76 bilhões.

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Neofeed

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