BNDES e J&F fazem acordo e JBS avança em dupla listagem

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O BNDESPar e a J&F fecharam um acordo na qual o braço de participações societárias do banco de investimento se abstém de votar na assembleia que vai decidir sobre a dupla listagem da JBS no Brasil e nos EUA, país que já representa mais de 50% de seu faturamento.

Pelo acordo, informado pela JBS em fato relevante, a BNDESPar, que possui 20,8% do capital da JBS, pode receber também uma remuneração eventual limitada a R$ 500 milhões na hipótese de uma valorização das ações da JBS abaixo de patamar estabelecido entre as partes.

Com a decisão do BNDESPar, a JBS se aproxima de seu plano de ter suas ações negociadas na Bolsa de Nova York (Nyse), nos Estados Unidos, e na B3, no Brasil. “Isso reduz a incerteza da aprovação”, diz uma fonte próxima à JBS, ao NeoFeed.

A J&F, controladora da JBS, detém aproximadamente 48% da companhia e não pode votar na assembleia que decidirá sobre a questão da dupla listagem. Sem os votos do BNDES, aproximadamente 30% do capital tomará a decisão – a JBS precisa de maioria simples dos presentes.

Os próximos passos, segundo apurou o NeoFeed, é, tão logo a Securities and Exchange Commission, equivalente a CVM no Brasil, conclua os questionamentos que têm feito a JBS, a companhia peça o registro nos EUA. Depois disso, é preciso convocar a assembleia, na qual o BNDESPar já se comprometeu em se abster na votação.

A expectativa de pessoas próximas à JBS é de que até o fim de 2025, a companhia consiga estar listada tanto nos Estados Unidos, como no Brasil.

A tese da JBS, que tem sido dita a investidores há algum tempo, é de que a listagem nos Estados Unidos vai ajudar a destravar o valor da empresa, bem como ter acesso a investidores institucionais internacionais.

Um exemplo são os múltiplos nos quais a JBS é negociada na B3 comparada a de seus pares nos Estados Unidos. No Brasil, o EV/Ebitda (enterprise value/Ebitda) da companhia é de 4,7 vezes. A Pilgrim’s, que é uma subsidiária da própria JBS, é negociada a 6,4 vezes.

Concorrentes da JBS negociam também a múltiplos maiores. Smithfiled, Tyson e Hormel têm múltiplos de 8 vezes, 8,4 vezes e 12,1 vezes, respectivamente. “Só se for comparada a Pilgrim’s, a JBS pode aumentar muito seu valor de mercado. Em relação a Tyson, podemos quase dobrar de valor”, diz essa fonte. Atualmente, a JBS vale R$ 72,2 bilhões.

Outro fator que a JBS tem citado como favorável a investidores é que, com a dupla listagem, passará a participar de índices passivos, uma indústria trilionária nos Estados Unidos – o que deve ajudar no floating de seus papéis no mercado americano.

A JBS conta com mais de 250 fábricas, produz em 17 países e possui mais de 300 mil clientes e seus produtos chegam a mais de 180 países. Atualmente, empresa 280 mil pessoas. Em 12 meses, as ações da JBS sobem mais de 40% na B3.

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Neofeed

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