“Inspirando ação” :15/02 – Dia Internacional do Câncer Infantil”

 

O Dia Internacional do Câncer Infantil (ICCD), comemorado em 15 de fevereiro, é uma campanha colaborativa global iniciada em 2002 para aumentar a conscientização sobre a doença nessa faixa etária, seus desafios únicos e demonstrar o apoio de vários segmentos às crianças e adolescentes acometidos, aos sobreviventes e suas famílias, em todo o mundo. A data pretende destacar, ainda, a importância da participação e do apoio da comunidade no enfrentamento dos desafios relacionados ao câncer infantil.

O modelo de campanha em três anos, adotado pelos organizadores, oferece uma estrutura de impacto sustentado que cria um legado duradouro de conscientização, ação e mudança positiva no cenário do tratamento do câncer infantil. E, embora o tema geral seja constante, os objetivos específicos evoluem, permitindo que a jornada permaneça dinâmica e responsiva. Para o triênio 2024, 2025 e 2026, respectivamente, as ações focam nos seguintes tópicos:

– Desvendando desafios;
– Inspirando ação;
– Demonstrando impacto.

Após revelar os desafios ao redor do mundo no ano passado, a meta em 2025 é inspirar ação e impulsionar o progresso coletivo. No futuro, pretende-se incorporar métricas para avaliar o impacto dessas iniciativas, impulsionando ainda mais ações baseadas em evidências.

Até o final da campanha, os organizadores querem criar um mapa abrangente mostrando iniciativas impactantes, ações significativas e soluções inovadoras implementadas local e globalmente. Este mapa servirá como uma ferramenta para inspirar esforços futuros.

 

Dados importantes:

– 400.000 crianças globalmente desenvolvem câncer a cada ano;
– 9 em cada 10 dessas crianças vivem em países de baixa e média renda, onde o tratamento geralmente não está disponível ou é inacessível;
– 30% das crianças com câncer sobrevivem em países de baixa e média renda; nos países de renda alta este percentual chega a 80% ou mais.

A Organização Mundial da Saúde (OMS), por meio da Iniciativa Global da OMS para o Câncer Infantil (documento em inglês), criada em 2018, objetiva fazer com que esse tipo de câncer seja uma prioridade nacional e global, a fim de eliminar a dor e o sofrimento das crianças que lutam contra a doença e alcançar pelo menos 60% de sobrevivência para todas as que são diagnosticadas em todo o mundo, até 2030. Isso representa aproximadamente o dobro da taxa de cura atual e poderá salvar a vida de mais de um milhão de crianças na próxima década.

De acordo com as estimativas do Instituto Nacional do Câncer (Inca), o Brasil poderá completar o triênio de 2023 a 2025 com o registro de 7.930 casos por ano de câncer em crianças e adolescentes de até 19 anos de idade. São esperados 4.230 casos novos no sexo masculino e de 3,7 mil no sexo feminino. Os dados do Inca indicam, ainda, que o câncer pediátrico representa cerca de 3% do total de casos de câncer, considerando adultos e crianças.

 

Câncer é o termo que abrange mais de 100 diferentes tipos de doenças malignas que têm em comum o crescimento desordenado de células que podem invadir tecidos adjacentes ou órgãos a distância. Dividindo-se rapidamente, estas células tendem a ser muito agressivas e incontroláveis, determinando a formação de tumores que podem espalhar-se para outras regiões do corpo.

Os diferentes tipos de câncer correspondem aos vários tipos de células. Quando começam em tecidos epiteliais, como pele ou mucosas, são denominados carcinomas. Se o ponto de partida são os tecidos conjuntivos, como osso, músculo ou cartilagem, são chamados sarcomas.

Segundo o Inca, os cânceres mais frequentes em crianças são as leucemias, os de sistema nervoso central, além dos linfomas e sarcomas. Ocorrem, ainda, o nefroblastoma (tumor renal), neuroblastoma (tumor de gânglios simpáticos), retinoblastoma (tumor da retina do olho), dentre outros.

Entre os adolescentes, os mais comuns são neoplasias hematológicas (principalmente linfoma de Hodgkin e linfoma não-Hodgkin), carcinomas (principalmente mama, tireoide, melanoma e ginecológico) e tumores de células germinativas.

O câncer infanto-juvenil tem particularidades que o diferenciam do câncer do adulto. Em geral, apresenta menor período de latência, costuma crescer rapidamente e torna-se bastante invasivo, porém, responde melhor à quimioterapia.

 

Sinais de alerta para o câncer infantil:

– Palidez, hematomas ou sangramento;
– Caroços ou inchaços, especialmente se forem indolores, sem febre ou outros sinais de infecção;
– Perda de peso inexplicada ou febre, tosse persistente ou falta de ar, suores noturnos;
– Alterações nos olhos, como: pupila branca, estrabismo de início recente, perda visual, hematomas ou inchaço ao redor dos olhos;
– Inchaço abdominal;
– Dores de cabeça, especialmente se for incomum, persistente ou grave, vômitos (em especial pela manhã ou com piora ao longo do dia);
– Dor em membros como braços ou pernas, ou dor óssea, inchaço sem trauma ou sinais de infecção;
– Fadiga, letargia ou mudanças no comportamento, como isolamento;
– Tontura, perda do equilíbrio ou da coordenação.

 

Tratamento do câncer infanto-juvenil:

Pela sua complexidade, o tratamento deve ser feito em centros especializados e compreende três modalidades principais: quimioterapia, cirurgia e radioterapia, sendo aplicado de forma racional e individualizada para cada tumor específico e de acordo com a extensão da doença.

O tratamento é planejado conforme o diagnóstico do tumor, as características biológicas e a presença ou não de doença à distância (metástase).

O trabalho coordenado de vários especialistas (oncologistas pediatras, cirurgiões pediatras, radioterapeutas, patologistas, radiologistas, enfermeiros, assistentes sociais, psicólogos, nutricionistas, farmacêuticos) também é determinante para o sucesso do tratamento.

Tão importante quanto o tratamento da doença em si é a atenção dada aos aspectos sociais, uma vez que a criança e o adolescente doentes devem receber assistência integral, no seu contexto familiar. A cura não deve se basear somente na recuperação biológica, mas também no bem-estar e na qualidade de vida do indivíduo. Nesse sentido, deve ser dado suporte psicossocial ao paciente e aos seus familiares desde o início do tratamento.

É importante ressaltar que os serviços habilitados no Sistema Único de Saúde (SUS) são capazes de realizar a confirmação diagnóstica do câncer e a condução do tratamento em crianças e adolescentes.

 

Prevenção:

Diferentemente do câncer em adultos, não há evidências científicas que esclareçam a associação entre a doença e os fatores ambientais. Assim, a prevenção é um desafio para o futuro. Atualmente, a ênfase deve ser dada ao diagnóstico precoce e à orientação terapêutica de qualidade.

 

Fontes:

Agência Brasil
Childhood Cancer International (CCI)
Instituto Nacional de Câncer (INCA)
Société Internationale d’Oncologie Pédiatrique (SIOP)

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