Trump anuncia início de negociações com Putin para encerrar gu3rra na Ucrânia

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou nesta quarta-feira (12) que o líder russo, Vladimir Putin, concordou em iniciar negociações para encerrar a guerra na Ucrânia. A declaração veio após uma conversa telefônica de quase uma hora e meia, descrita como “longa e altamente produtiva” pelo americano.

“Como nós dois concordamos, queremos parar as milhões de mortes que estão acontecendo na guerra entre Rússia e Ucrânia”, afirmou Trump em sua rede Truth Social. Segundo ele, suas equipes já foram instruídas a iniciar os diálogos com a Ucrânia e a Rússia.

O Kremlin também confirmou a conversa e afirmou que Putin convidou Trump para visitar Moscou. O porta-voz Dmitri Peskov declarou que o presidente russo vê espaço para um acordo e defende uma solução que aborde as “causas fundamentais do conflito”.

“Putin concordou que chegou a hora de os países trabalharem juntos para encontrar uma solução a longo prazo por meio do diálogo”, disse Peskov.

Trump também entrou em contato com o presidente ucraniano, Volodmir Zelenski, para informá-lo sobre as tratativas. Segundo o americano, Zelenski, assim como Putin, deseja alcançar a paz.

O ucraniano descreveu a conversa como “significativa” e reforçou que está disposto a dialogar.

“Ninguém quer a paz mais do que a Ucrânia. Juntamente com os EUA, estamos traçando nossos próximos passos para deter a agressão russa e garantir uma paz duradoura e confiável. Como disse o presidente Trump, vamos fazer isso”, escreveu Zelenski nas redes sociais.

O governo americano deu mais sinais de que pode pressionar a Ucrânia por concessões territoriais. O secretário de Defesa dos EUA, Pete Hegseth, afirmou que a ideia de recuperar todas as áreas ocupadas pela Rússia desde 2014 não é realista e que insistir nisso “apenas prolongará a guerra e causará mais sofrimento”.

Os planos americanos incluem garantias de segurança para a Ucrânia e supervisão internacional das fronteiras, mas sem a adesão do país à Otan, uma das exigências históricas de Moscou.

A conversa entre Trump e Putin aconteceu um dia após a Rússia libertar o professor americano Marc Fogel, preso desde 2021 por portar maconha medicinal. O acordo foi fechado em sigilo pelo enviado especial de Trump para o Oriente Médio, Steve Witkoff, e considerado um “gesto de boa fé” pelo Kremlin.

O Conselheiro Nacional de Segurança dos EUA, Mike Waltz, afirmou que a troca demonstra que os dois países estão avançando no diálogo.

“Esse é um sinal de que estamos caminhando na direção certa para encerrar essa brutal e terrível guerra”, declarou Waltz.

Nos bastidores, cresce a discussão sobre uma possível troca de territórios como parte do acordo de paz. Segundo o jornal The Guardian, Zelenski teria sinalizado estar disposto a oferecer a Putin uma área capturada em Kursk, na Rússia, em troca de regiões ocupadas na Ucrânia.

No entanto, a proposta foi prontamente rejeitada pelo Kremlin.

“A Rússia nunca discutiu e nunca discutirá a troca de seu território”, declarou Peskov.

Desde que voltou à Casa Branca, Trump tem adotado um tom mais cauteloso em relação a Putin. Durante a campanha, ele prometeu encerrar a guerra “em um dia”, mas sem explicar como. Agora, sua administração começa a mostrar indícios de uma estratégia de pacificação.

Apesar de já ter elogiado o líder russo no passado — chegando a chamá-lo de “gênio” após a invasão da Ucrânia em 2022 —, Trump agora admite que Putin não está satisfeito com o rumo da guerra.

“Ele não pode estar satisfeito. As coisas não estão indo tão bem para ele. A Rússia tem mais soldados para perder, mas esse não é um jeito de governar um país”, declarou Trump após a posse.

Com a diplomacia americana avançando, resta saber se Trump conseguirá transformar essa movimentação inicial em um acordo real e quais serão as concessões exigidas de cada lado.