Quais os impactos do descarte incorreto de resíduos contaminantes de serviços de saúde?

Quais os impactos do descarte incorreto de resíduos contaminantes de serviços de saúde?

Além do descarte, o tratamento e a destinação final adequados do lixo perigoso devem ser priorizados para evitar prejuízos à saúde pública e ao meio ambiente – Foto: Veolia/Divulgação

A coleta de resíduos de saúde é um tema relevante em termos de proteção da saúde pública e preservação ambiental. Os resíduos gerados em hospitais, laboratórios, clínicas médicas, odontológicas, de estética e estúdios de tatuagem, como materiais perfurocortantes, produtos químicos e resíduos infecciosos, requerem procedimentos específicos de manejo.

Há uma série de regras relativas ao manuseio de resíduos de serviços de saúde. Ignorar estas diretrizes pode resultar em riscos à saúde da população e ao meio ambiente. Sendo assim, conhecer os métodos de descarte, coleta, tratamento e destinação é um elemento-chave para garantir a segurança e eficiência no tratamento desses materiais.

Vale lembrar que uma em cada três instalações de saúde em todo o planeta não descarta corretamente os resíduos, segundo a Organização Mundial de Saúde. Além disso, de acordo com o Movimento Nacional ODS Santa Catarina, anualmente, entre 400 mil e 1 milhão de indivíduos em todo o mundo perdem a vida em consequência de enfermidades associadas à má gestão de resíduos.

O manejo adequado de resíduos de saúde envolve a contratação de empresa autorizada e especializada na coleta desses materiais, para que passem pelo processo de esterilização em autoclave antes de serem destinados para aterros sanitários ou que sejam incinerados.

Impactos ambientais da destinação indevida de lixo de saúde

Além da coleta, é importante que a destinação final desses resíduos perigosos siga também as normas pertinentes. Entre os impactos ambientais gerados em consequência da destinação inadequada de resíduos perigosos estão a contaminação do solo e da água. Substâncias químicas, como produtos farmacêuticos e agentes biológicos, podem infiltrar-se no solo, comprometendo a qualidade da água subterrânea e dos corpos d’água próximos.

Essa contaminação pode afetar ecossistemas locais, prejudicando a flora e a fauna e, consequentemente, a saúde das comunidades que dependem desses recursos naturais.

A exposição a esses resíduos também representa um risco à saúde pública. Os trabalhadores envolvidos na coleta e manejo do lixo, bem como os membros da comunidade, podem estar sujeitos à contaminação por patógenos e substâncias tóxicas.

Essa exposição pode resultar em doenças infecciosas e outros problemas de saúde. A falta de uma gestão adequada do lixo de saúde também pode levar a situações de emergência, como surtos de doenças, que exigem intervenções complexas e custosas para serem contidas.

Como tratar os resíduos de saúde

“O descarte, tratamento e destinação corretos de resíduos perigosos provenientes de hospitais, clínicas e outros estabelecimentos que geram resíduos perigosos são processos críticos para a segurança e a saúde pública. Aqui na Veolia, fazemos desde a coleta segura desses materiais, passando pelo tratamento adequado, que pode ser a esterilização por autoclave ou a incineração, e finalizamos o ciclo destinando os materiais descontaminados para aterros sanitários modernos, que respeitam as normas vigentes, o meio ambiente e as comunidades”, explica Juarez Vecina, Gerente Regional na Veolia.

Nova unidade de RSS da Veolia em Iperó, interior de São Paulo – Foto: Veolia/Divulgação

A multinacional francesa, especializada na gestão de resíduos, energia e água, oferece serviços para esse segmento nos Estados de Paraná, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e São Paulo. Entenda, a seguir, os processos de tratamento de resíduos de serviços de saúde que são oferecidos pela empresa no País.

Sistema de esterilização em autoclave

O sistema de esterilização em autoclave é uma técnica que consiste em submeter os resíduos a altas temperaturas e pressões, utilizando vapor d’água saturado, para eliminar micro-organismos patogênicos, como bactérias, vírus e fungos.

O processo de esterilização é realizado em equipamentos específicos, conhecidos como autoclaves, que são projetados para garantir que todos os resíduos sejam tratados para reduzir o risco de contaminação.

Os resíduos são colocados em recipientes apropriados e, em seguida, expostos a temperaturas que podem ultrapassar 134 graus Celsius sob pressão elevada.

No procedimento realizado pela Veolia, para assegurar a eficácia da desinfecção, além de indicadores químicos, indicadores biológicos, como a bactéria geobacillus stearothermophilus, são inseridos diariamente entre os resíduos; a eliminação desta bactéria indica que outras também foram destruídas.

O processo de esterilização é realizado em equipamentos específicos, conhecidos como autoclaves – Foto: Veolia/Divulgação

O tempo de exposição varia conforme o tipo e a quantidade de resíduos, mas, em geral, o processo dura em torno de 40 minutos. Após a esterilização, os resíduos se tornam inertes e podem ser descartados como lixo comum, diminuindo os riscos associados ao seu manejo inadequado.

Passam por esse processo alguns resíduos do Grupo A – Infectantes e os resíduos do grupo E, objetos perfurocortantes tais como agulhas e lâminas usadas em laboratórios de microbiologia.

Incineração

Um dos métodos empregados é a incineração térmica, que utiliza fornos capazes de atingir temperaturas de até 1100 graus Celsius. Esse processo é altamente eficaz na eliminação de germes e bactérias presentes nos resíduos, garantindo a segurança sanitária.

Para a combustão, é comum o uso de gás liquefeito de petróleo (GLP), considerado um combustível com menor impacto ambiental. Contudo, iniciativas inovadoras têm buscado reduzir ainda mais essa dependência de combustíveis fósseis, a exemplo da recente planta da Veolia inaugurada em Iperó em que o combustível utilizado é o biogás gerado na decomposição da matéria orgânica presente no lixo destinado ao aterro sanitário.

Outra é a utilização de resíduos hospitalares como fonte de energia proveniente da incineração, que é uma prática adotada pela Veolia. Ao incinerar os resíduos, esses materiais são transformados em combustível, aproveitando seu poder calorífico e, assim, diminuindo a necessidade de combustíveis externos.

Um dos métodos empregados é a incineração térmica, que utiliza fornos capazes de atingir temperaturas de até 1100 graus Celsius – Foto: Veolia/Divulgação

Este método é utilizado, principalmente, para os resíduos do Grupo A que não podem ser autoclavados e Grupo  B, que compreendem, respectivamente, materiais com grande potencial infectante e agentes biológicos infecciosos que podem ser transmitidos pelo contato, como medicamentos quimioterápicos.

Garantia de segurança

Os processos de incineração de resíduos de saúde perigosos e lixo hospitalar são continuamente monitorados para emissão de gases.

Esse monitoramento serve para garantir que estejam em conformidade com as regulamentações ambientais e ocorre com a instalação de sensores que medem em tempo real as emissões de gases geradas durante a incineração. Esses sensores detectam a presença de substâncias nocivas, como dioxinas, furanos, óxidos de nitrogênio e partículas finas, permitindo que a operação seja monitorada constantemente.

Caso os níveis de poluição ultrapassem os limites estabelecidos, o sistema emite alertas, possibilitando a tomada de ações corretivas.

Normas sobre a coleta de resíduos de saúde

A coleta adequada de resíduos perigosos é um processo complexo que envolve classificação e conformidade legal. É necessário entender cada tipo de resíduo e as normas que regem seu manejo.

A RDC 222/18 da Anvisa estipula que o gerenciamento de resíduos de serviços de saúde (RSS) deve envolver segregação, acondicionamento, identificação, armazenamento, transporte interno e externo, além de tratamento e destinação final adequada.

A segregação dos resíduos deve ocorrer no momento de sua geração, utilizando recipientes específicos para cada tipo de resíduo, conforme os Grupos estabelecidos na resolução (A, B, C, D e E).

O acondicionamento deve ser feito em recipientes resistentes, impermeáveis e com capacidade compatível com a geração diária. É obrigatório identificar os recipientes com informações sobre o tipo de resíduo e seus riscos.

Outras legislações do setor são a Lei nº 12.305/2010, que institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos, e a Resolução ANVISA nº 306/2004, que estabelece diretrizes para o manejo adequado. O não cumprimento pode resultar em sanções legais.

Para saber mais sobre a Veolia, acesse o site oficial e as redes sociais.

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