A bateria \u00e9 o componente mais importante e tamb\u00e9m o mais sens\u00edvel e oneroso de um carro el\u00e9trico. Representa cerca de 40% do valor de um modelo compacto. Por\u00e9m, depois de dez anos, a bateria perde, em m\u00e9dia, cerca de metade de sua capacidade de armazenamento, ou seja, vai percorrer com uma carga apenas metade da quilometragem que percorria quando saiu de f\u00e1brica.<\/p>\n
A reciclagem, recupera\u00e7\u00e3o ou descarte da bateria n\u00e3o t\u00eam solu\u00e7\u00f5es claras ainda. E o consumidor pode ficar inseguro devido ao custo elevado da troca de bateria.<\/p>\n
Essa quest\u00e3o tem levado empresas, entre elas fabricantes de carros, a correrem atr\u00e1s de prot\u00f3tipos mais eficientes, e a testarem outros materiais, como o s\u00f3dio. Trata-se de um mercado promissor, que atrai a aten\u00e7\u00e3o pa\u00edses como EUA e Alemanha.<\/p>\n
\u201cA bateria \u00e9 de longe o componente mais importante de um ve\u00edculo el\u00e9trico. Dominar o custo e tecnologia da bateria \u00e9 o ponto mais importante para quem faz isso\u201d, avalia Cassio Pagliarini, professor do curso de p\u00f3s-gradua\u00e7\u00e3o em Ci\u00eancias Automotivas da Funda\u00e7\u00e3o Getulio Vargas (FGV).<\/p>\n
Ele se refere \u00e0 disputa global para desenvolver baterias mais eficientes e que permitam melhorar as margens de lucro do principal item dos carros el\u00e9tricos.<\/p>\n
\u00c9 assunto que interessa muito \u00e0 chinesa BYD, hoje a maior fabricante mundial de carros el\u00e9tricos. Al\u00e9m de produzir carros, ela tamb\u00e9m fabrica baterias. \u00c9 uma combina\u00e7\u00e3o incomum e potente: \u201cN\u00e3o acontece com nenhuma outra. \u00c9 de se esperar que ela venda para outros fabricantes tamb\u00e9m\u201d, diz Pagliarini.<\/p>\n
Segundo Alexandre Baldy, conselheiro especial da BYD no Brasil, a companhia tem plantas de bateria de l\u00edtio e de s\u00f3dio: \u201cA BYD tem todos os tipos de bateria sendo produzidas hoje na China. H\u00e1 menos de 30 dias, inaugurou a maior planta mundial de baterias de s\u00f3dio no pa\u00eds\u201d, disse Baldy \u00e0 Gazeta do Povo<\/strong>. A empresa pretende come\u00e7ar a montar carros no Brasil ainda neste ano.<\/p>\n Tamb\u00e9m est\u00e3o na corrida das baterias a chinesa CATL, a sul-coreana Samsung e a japonesa Panasonic. Das demais que disputam um naco desse mercado, a maioria est\u00e1 na China, mas o mercado potencial das baterias vem chamando a aten\u00e7\u00e3o de outros pa\u00edses, como EUA e Alemanha, que est\u00e3o ampliando investimentos nessa \u00e1rea.<\/p>\n A maior fabricante de baterias da Europa, a Northvolt, foi alvo de disputa entre esses dois pa\u00edses para construir uma f\u00e1brica de baterias. O governo alem\u00e3o levou a melhor ao propor investimento de 902 milh\u00f5es de euros. A companhia ainda vai expandir a produ\u00e7\u00e3o de baterias para carros el\u00e9tricos na Su\u00e9cia, seu pa\u00eds de origem, e tamb\u00e9m no Canad\u00e1.<\/p>\n As baterias s\u00e3o feitas a partir de v\u00e1rias mat\u00e9rias-primas, dependendo do objetivo, como carga, durabilidade, velocidade, pre\u00e7o. Hoje, as mais usadas s\u00e3o as de l\u00edtio porque t\u00eam densidade maior, ou seja, grande capacidade de armazenamento de energia, o que significa que percorrem uma quilometragem maior a cada carga.<\/p>\n Pagliarini explica que h\u00e1 v\u00e1rios subgrupos da bateria de l\u00edtio (como l\u00edtio e cobalto ou l\u00edtio e mangan\u00eas). E nesse universo vem ocorrendo uma revolu\u00e7\u00e3o: as baterias de eletr\u00f3lito s\u00f3lido, tidas como grande aposta para o futuro. \u201c\u00c9 um tipo de melhora de efici\u00eancia porque diminui tamanho e peso\u201d, diz o professor.<\/p>\n Em compara\u00e7\u00e3o \u00e0s baterias convencionais, que usam l\u00edquidos ou g\u00e9is, as de estado s\u00f3lido s\u00e3o mais est\u00e1veis e tendem a durar mais tempo, al\u00e9m de ter carga mais r\u00e1pida.<\/p>\n Outro material em desenvolvimento, inclusive com prot\u00f3tipos, \u00e9 o de carros movidos a bateria de s\u00f3dio. Al\u00e9m de ser encontrada em abund\u00e2ncia na natureza, a mat\u00e9ria-prima \u00e9 considerada melhor que o l\u00edtio \u2013 que \u00e9 mais raro, poluente e dif\u00edcil de reciclar, segundo Pagliarini .<\/p>\n Nesse quesito, contudo, o Brasil ainda est\u00e1 na lanterna. Por aqui se usa muita bateria de n\u00edquel, e as novas que est\u00e3o chegando s\u00e3o \u00e0 base de l\u00edtio.<\/p>\n \u201cUma bateria de s\u00f3dio \u00e9 mais f\u00e1cil de fazer minera\u00e7\u00e3o, menos poluidora e a reciclagem \u00e9 mais simples. Por\u00e9m, ela \u00e9 pesada. O desafio \u00e9 fazer a bateria de s\u00f3dio mais leve, compacta, barata e ecol\u00f3gica\u201d, explica o professor.<\/p>\n<\/div>\n source <\/div>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":" A bateria \u00e9 o componente mais importante e tamb\u00e9m o mais sens\u00edvel e oneroso de um carro el\u00e9trico. Representa cerca de 40% do valor de um modelo compacto. Por\u00e9m, depois de dez anos, a bateria perde, em m\u00e9dia, cerca de metade de sua capacidade de armazenamento, ou seja, vai percorrer… Continue lendo Novas baterias: l\u00edtio, estado s\u00f3lido e s\u00f3dio<\/h2>\n
Fonte : Gazeta do Povo<\/p>\n