{"id":285,"date":"2024-02-14T07:39:36","date_gmt":"2024-02-14T10:39:36","guid":{"rendered":"https:\/\/agencia4.jornalfloripa.com.br\/leragencia4\/285"},"modified":"2024-02-14T07:39:36","modified_gmt":"2024-02-14T10:39:36","slug":"epilepsia-e-mais-do-que-convulsoes-12-02-dia-internacional-da-epilepsia","status":"publish","type":"post","link":"https:\/\/agencia4.jornalfloripa.com.br\/leragencia4\/285","title":{"rendered":"\u201cEpilepsia \u00e9 mais do que convuls\u00f5es\u201d: 12\/02 \u2013 Dia Internacional da Epilepsia"},"content":{"rendered":"
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O Dia Internacional da Epilepsia \u00e9 uma iniciativa conjunta do International Bureau for Epilepsy (IBE) e da International League Against Epilepsy (ILAE) \u2013 um evento global celebrado anualmente desde 2015 na 2\u00aa segunda-feira de fevereiro, para promover a consciencializa\u00e7\u00e3o sobre a doen\u00e7a em todo o mundo.<\/p>\n

A campanha oferece uma plataforma para que as pessoas com epilepsia compartilhem suas experi\u00eancias e hist\u00f3rias com o p\u00fablico global. O dia tamb\u00e9m apela a todos para que defendam uma legisla\u00e7\u00e3o apropriada que garanta os direitos das pessoas com epilepsia e encoraje-as a viverem seu potencial pleno.<\/p>\n

A data, al\u00e9m da conscientiza\u00e7\u00e3o, \u00e9 uma iniciativa fundamental a ser utilizada para impulsionar a implementa\u00e7\u00e3o do Intersectoral Global Action Plan on Epilepsy and other Neurological Disorders 2022-2031 (IGAP)<\/a><\/strong>, da Organiza\u00e7\u00e3o Mundial da Sa\u00fade (OMS).<\/p>\n

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Apesar de ser uma das condi\u00e7\u00f5es m\u00e9dicas mais antigas conhecidas no mundo, o medo e a incompreens\u00e3o p\u00fablica sobre a epilepsia persistem, fazendo com que muitas pessoas relutem em falar sobre o assunto. Essa relut\u00e2ncia as leva a viver nas sombras, \u00e0 falta de compreens\u00e3o sobre os riscos individuais, \u00e0 discrimina\u00e7\u00e3o nos locais de trabalho e nas comunidades e \u00e0 falta de financiamento para a investiga\u00e7\u00e3o de novas terapias.<\/p>\n

Pessoas com epilepsia morrem prematuramente a uma taxa mais elevada em compara\u00e7\u00e3o com a popula\u00e7\u00e3o geral. A causa mais comum de \u00f3bito pela doen\u00e7a \u00e9 a morte s\u00fabita e inesperada, conhecida como \u201cSudden Unexpected Death in Epilepsy, \u201d (SUDEP, na sigla em ingl\u00eas). Para muitos dos que vivem com a doen\u00e7a, os equ\u00edvocos e a discrimina\u00e7\u00e3o podem ser mais dif\u00edceis de superar do que as pr\u00f3prias convuls\u00f5es.<\/p>\n

Indiv\u00edduos com epilepsia s\u00e3o frequentemente encontrados mortos na cama e n\u00e3o parecem ter tido um ataque convulsivo. Em mais de um ter\u00e7o das vezes, h\u00e1 uma convuls\u00e3o testemunhada ou sinais de uma convuls\u00e3o recente perto do momento da morte. N\u00e3o h\u00e1 certezas sobre as causas da SUDEP que podem variar entre os casos.\u00a0Pesquisas atuais concentram-se nos problemas respirat\u00f3rios, no ritmo card\u00edaco e na fun\u00e7\u00e3o cerebral que ocorrem durante uma convuls\u00e3o.<\/p>\n

At\u00e9 que mais respostas estejam dispon\u00edveis, a melhor maneira de prevenir a morte s\u00fabita \u00e9 diminuindo o risco de que ela ocorra, com o controle das convuls\u00f5es.<\/p>\n

\u2013 65 Milh\u00f5es de pessoas em todo o mundo vivem com epilepsia;
\n\u2013 Um ter\u00e7o das pessoas com epilepsia vive com convuls\u00f5es n\u00e3o controladas porque nenhum tratamento dispon\u00edvel funciona para elas;
\n\u2013 Para 6 em cada 10 pessoas com epilepsia a causa \u00e9 desconhecida;
\n\u2013 A cada ano, mais de 1 em cada 1.000 pessoas com epilepsia morre por SUDEP;
\n\u2013 4 em cada 10 pessoas com epilepsia no mundo industrializado n\u00e3o recebem tratamento adequado;
\n\u2013 8 em cada 10 pessoas com epilepsia em pa\u00edses em desenvolvimento n\u00e3o recebem tratamento adequado.<\/p>\n

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A epilepsia \u00e9 um dist\u00farbio neurol\u00f3gico caracterizado por crises convulsivas recorrentes, geradas por uma atividade el\u00e9trica anormal das c\u00e9lulas cerebrais. As crises epil\u00e9pticas podem ser de v\u00e1rios tipos, dependendo da \u00e1rea do c\u00e9rebro afetada.<\/p>\n

A maioria dos indiv\u00edduos que sofrem de crises epil\u00e9pticas \u00e9 capaz de trabalhar e levar uma vida normal. Apesar disso, a condi\u00e7\u00e3o ainda \u00e9 muito estigmatizada e traz consequ\u00eancias para o dia a dia dos pacientes, tanto no aspecto profissional quanto social, principalmente para quem tem crises mais graves e frequentes.<\/p>\n

Causas<\/strong>:<\/p>\n

A causa da epilepsia pode ser uma les\u00e3o cong\u00eanita no c\u00e9rebro (presente ao nascimento) ou adquirida, decorrente de fatores como por exemplo, batida forte na cabe\u00e7a (geralmente com sangramento intracraniano), infec\u00e7\u00f5es (meningite, encefalite, neurocisticercose, etc.), abuso de bebidas alco\u00f3licas, de drogas, etc. \u00c0s vezes, pode ser causada por algum problema que ocorreu antes ou durante o parto.<\/p>\n

Malforma\u00e7\u00f5es do c\u00e9rebro, tanto das estruturas cerebrais propriamente ditas quanto dos vasos sangu\u00edneos no seu interior podem estar presentes desde a forma\u00e7\u00e3o do feto nos primeiros meses de gesta\u00e7\u00e3o e vir a causar crises epil\u00e9pticas em uma determinada \u00e9poca da vida. Muitas vezes n\u00e3o \u00e9 poss\u00edvel determinar o que deu origem \u00e0 enfermidade, sendo considerada de causa\u00a0 desconhecida.<\/p>\n

Em idosos, por outro lado, as doen\u00e7as cerebrovasculares (acidente vascular cerebral ou AVC), bem como os tumores cerebrais, est\u00e3o entre as causas mais frequentes.<\/p>\n

Sintomas:<\/strong><\/p>\n

Existem v\u00e1rios tipos de crises epil\u00e9pticas, cada uma com caracter\u00edsticas diferentes. Um dos tipos mais comuns \u00e9 a crise t\u00f4nico-cl\u00f4nica, chamada habitualmente de \u201cconvuls\u00e3o\u201d. Esse tipo \u00e9 facilmente reconhec\u00edvel, pois o paciente apresenta abalos musculares generalizados, saliva\u00e7\u00e3o excessiva e, muitas vezes, morde a l\u00edngua e perde urina e fezes.<\/p>\n

Outras crises, entretanto, podem n\u00e3o ser reconhecidas por pacientes, familiares e at\u00e9 mesmo por m\u00e9dicos, pois apresentam manifesta\u00e7\u00f5es sutis, como altera\u00e7\u00e3o discreta de comportamento, olhar parado e movimentos autom\u00e1ticos.<\/p>\n

Em crian\u00e7as, por exemplo, \u00e9 comum a ocorr\u00eancia de crises de aus\u00eancia, caracterizadas por uma breve parada da atividade que estava fazendo, \u00e0s vezes associadas a piscamentos ou movimentos autom\u00e1ticos das m\u00e3os.<\/p>\n

Crises de aus\u00eancia podem ocorrer muitas vezes ao dia e em alguns casos, n\u00e3o s\u00e3o reconhecidas prontamente, e s\u00f3 quando a crian\u00e7a come\u00e7a a apresentar preju\u00edzo do desempenho escolar \u2013 normalmente apontado pelo professor na escola \u2013 essa possibilidade \u00e9 considerada.<\/p>\n

Tratamento<\/strong>:<\/p>\n

Uma vez diagnosticada a epilepsia, inicia-se o tratamento, que costuma trazer resultados satisfat\u00f3rios em at\u00e9 70% dos casos. Os outros 30% s\u00e3o chamados de refrat\u00e1rios, e s\u00f3 s\u00e3o trat\u00e1veis por meio de cirurgia, dieta cetog\u00eanica (poucos carboidratos) e neuromodula\u00e7\u00e3o (com ondas eletromagn\u00e9ticas).<\/p>\n

O tratamento com medicamentos objetiva modular a ocorr\u00eancia de descargas el\u00e9tricas cerebrais anormais, que s\u00e3o a origem das crises. Tratar a epilepsia \u00e9 um processo longo e implica em muita persist\u00eancia do paciente para mant\u00ea-lo ao longo do tempo a fim de alcan\u00e7ar seu controle.<\/p>\n

Dependendo da medica\u00e7\u00e3o prescrita, pode ser necess\u00e1rio ingeri-la a cada 8,12 ou 24 horas. Tomar os medicamentos na dose e na hora indicada pelo m\u00e9dico \u00e9 um dos passos importantes para obter sucesso \u2013 a ades\u00e3o ao tratamento medicamentoso por parte do paciente \u00e9 um dos pilares de cuidado mais importantes na epilepsia.<\/p>\n

Preven\u00e7\u00e3o:<\/strong><\/p>\n

Algumas causas de epilepsia, como a an\u00f3xia neonatal e as doen\u00e7as cerebrovasculares podem ser prevenidas. Assim, um acompanhamento pr\u00e9-natal adequado e uma boa assist\u00eancia ao parto certamente podem colaborar para reduzir o n\u00famero de casos relacionados aos problemas do parto.<\/p>\n

Da mesma forma, o controle apropriado dos fatores de risco para doen\u00e7as cerebrovasculares, como a hipertens\u00e3o arterial e o diabetes, levam a uma
\nredu\u00e7\u00e3o no n\u00famero de acidentes vasculares cerebrais e, portanto, dos casos de epilepsia decorrentes dessa enfermidade.<\/p>\n

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Fontes:<\/strong><\/p>\n

Associa\u00e7\u00e3o Brasileira de Epilepsia<\/a>
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Dr. Dr\u00e1uzio Varella<\/a>
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Epilepsy Foundation<\/a>
\n
Hospital Israelita Albert Einstein<\/a>
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International Epilepsy Day<\/a><\/p>\n<\/div>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"

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