Funda\u00e7\u00e3o foi contratada para fazer estudo que vai embasar leil\u00e3o do Departamento de \u00c1gua e Esgoto. A prefeita Fl\u00e1via Moretti informou que esse \u00e9 o primeiro passo para a concess\u00e3o privada do Departamento de \u00c1gua e Esgoto
\nReprodu\u00e7\u00e3o
\nA Prefeitura de V\u00e1rzea Grande contratou a Funda\u00e7\u00e3o Instituto de Pesquisas Econ\u00f4micas (Fipe), nesta quinta-feira (3), para realizar um diagn\u00f3stico detalhado do sistema de abastecimento de \u00e1gua e saneamento no munic\u00edpio. Esse \u00e9 o primeiro passo para a concess\u00e3o privada do Departamento de \u00c1gua e Esgoto (DAE-VG), segundo a prefeita do munic\u00edpio, Fl\u00e1via Moretti (PL).
\nA falta de abastecimento de \u00e1gua \u00e9 considerado o principal problema de V\u00e1rzea Grande. Muitas fam\u00edlias passam semanas e at\u00e9 meses sem \u00e1gua nas torneiras.
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\nA prefeita declarou que a contrata\u00e7\u00e3o da Fipe est\u00e1 fundamentada em estudos t\u00e9cnicos preliminares realizados com base na lei que estabelece diretrizes nacionais para o saneamento b\u00e1sico, com o objetivo de universalizar os servi\u00e7os de abastecimento de \u00e1gua e esgotamento sanit\u00e1rio.
\n“Nestes primeiros 100 dias, estamos dando start na contrata\u00e7\u00e3o da Fipe para elaborar todo o diagn\u00f3stico, modularidade, avalia\u00e7\u00e3o, planejamento e metas para a concess\u00e3o privada”, explicou a prefeita.
\nSegundo Fl\u00e1via, o resultado do estudo vai viabilizar o leil\u00e3o para a concess\u00e3o da rede e estruturar um modelo que atraia empresas interessadas em gerir o DAE. Para isso, a prefeitura tamb\u00e9m prev\u00ea a libera\u00e7\u00e3o de um edital de Procedimento de Manifesta\u00e7\u00e3o de Interesse (PMI), permitindo que companhias interessadas estudem e apresentem propostas para a gest\u00e3o do servi\u00e7o.
\nEla ainda argumentou que a Fipe foi escolhida por apresentar proje\u00e7\u00f5es or\u00e7ament\u00e1rias compat\u00edveis com a realidade do munic\u00edpio e por oferecer suporte t\u00e9cnico reconhecido, com menor impacto ao er\u00e1rio, em alinhamento com o planejamento estrat\u00e9gico e as metas da administra\u00e7\u00e3o.
\nInvestimentos e desafios
\nFl\u00e1via Moretti destacou que o DAE enfrenta desafios como a necessidade de investimentos em reservat\u00f3rios, hidr\u00f4metros e na redu\u00e7\u00e3o de vazamentos na rede de distribui\u00e7\u00e3o de \u00e1gua. A gest\u00e3o municipal, segundo ela, planeja a atua\u00e7\u00e3o simult\u00e2nea em duas frentes: enquanto a concess\u00e3o privada \u00e9 estruturada, a opera\u00e7\u00e3o do sistema ser\u00e1 conduzida internamente.
\nA concess\u00e3o dever\u00e1 ter um prazo entre 20 e 30 anos, de acordo com os estudos da Fipe. Durante esse per\u00edodo, audi\u00eancias p\u00fablicas ser\u00e3o realizadas para garantir transpar\u00eancia no processo e envolver a popula\u00e7\u00e3o e os vereadores na decis\u00e3o.
\nResposta \u00e0s cr\u00edticas
\nDiante de cr\u00edticas de alguns vereadores, que apontam que a concess\u00e3o pode encarecer as tarifas para a popula\u00e7\u00e3o, a prefeita rebateu afirmando que o atual sistema j\u00e1 imp\u00f5e altos custos aos moradores.
\n\u201cA popula\u00e7\u00e3o j\u00e1 paga \u00e1gua de caminh\u00e3o pipa, paga caro e n\u00e3o tem \u00e1gua. A concess\u00e3o \u00e9 toda regulada e modulada. Os valores, tudo \u00e9 feito pela ag\u00eancia reguladora, que no caso eu t\u00f4 trazendo a AGER [Ag\u00eancia de Regula\u00e7\u00e3o dos Servi\u00e7os P\u00fablicos Delegados] j\u00e1 de imediato pelo DAE\u201d, pontuou.
\nFl\u00e1via Moretti refor\u00e7ou ainda que o modelo de concess\u00e3o privada \u00e9 um “caminho sem volta” para garantir melhorias na distribui\u00e7\u00e3o de \u00e1gua e no saneamento do munic\u00edpio, seguindo exemplos de outras cidades.
\n\u201cO neg\u00f3cio \u00e9 fazer chegar a \u00e1gua, j\u00e1 que voc\u00ea paga por aquilo que voc\u00ea consome e isso vai ser tabelado, regulado como \u00e9 em Cuiab\u00e1 e em outros munic\u00edpios do mundo todo.N\u00e3o estou falando s\u00f3 de Mato Grosso, estou falando do mundo\u201d, concluiu.
\nO impacto da escassez
\nA situa\u00e7\u00e3o tem afetado fam\u00edlias inteiras, comerciantes e prestadores de servi\u00e7o
\nH\u00e1 dois dias, moradores do bairro Cohab Cristo Rei, em V\u00e1rzea Grande, regi\u00e3o metropolitana de Cuiab\u00e1, denunciaram estar sem abastecimento regular de \u00e1gua h\u00e1 mais de um m\u00eas. A escassez tem afetado o cotidiano de fam\u00edlias inteiras e pequenos comerciantes, que enfrentam dificuldades para realizar tarefas b\u00e1sicas como tomar banho, cozinhar e lavar roupa.
\nEm nota ao g1, o Departamento de \u00c1gua e Esgoto de V\u00e1rzea Grande (DAE-VG) negou que o bairro esteja sem \u00e1gua h\u00e1 30 dias. Segundo o \u00f3rg\u00e3o, o problema come\u00e7ou h\u00e1 cerca de 10 dias, ap\u00f3s a queima de uma bomba respons\u00e1vel por manter a press\u00e3o da \u00e1gua na regi\u00e3o.
\nSegundo os moradores, a \u00fanica fonte de \u00e1gua dispon\u00edvel no bairro tem sido a das chuvas, que, apesar de alagarem diversos pontos da cidade, s\u00e3o a \u00fanica alternativa para suprir a necessidade da popula\u00e7\u00e3o
\nReprodu\u00e7\u00e3o
\nApesar das explica\u00e7\u00f5es, moradores relatam que a situa\u00e7\u00e3o se arrasta h\u00e1 bem mais tempo \u2014 e se tornou insustent\u00e1vel. Jean Silva Wagner, assistente administrativo, conta que precisa tomar banho na academia e lavar roupa em outros bairros. Ele mora com a m\u00e3e, irm\u00e3 e av\u00f3, que tem mobilidade reduzida.
\n\u201cA gente fica dependendo de caminh\u00e3o-pipa para fazer tudo, mas ainda assim, preciso tomar banho na academia e lavar roupa em outros bairros, porque aqui n\u00e3o tem \u00e1gua\u201d, contou.
\nA crise h\u00eddrica tamb\u00e9m impacta diretamente o com\u00e9rcio local e os pequenos empreendedores, que precisaram fechar seus com\u00e9rcios em raz\u00e3o da falta de \u00e1gua
\nReprodu\u00e7\u00e3o
\nJean mora na regi\u00e3o, com a m\u00e3e, irm\u00e3 e av\u00f3, que tem dificuldades de mobilidade, o que, segundo ele, agrava ainda mais os transtornos causados pela escassez de \u00e1gua. “Estamos sem abastecimento regular h\u00e1 mais de um m\u00eas, e a prefeitura n\u00e3o apresenta solu\u00e7\u00e3o”.
\nMoradora da Cohab Cristo Rei, em V\u00e1rzea Grande, a dona de casa Mara Jane Ferreira Chagas tamb\u00e9m enfrenta dificuldades di\u00e1rias devido \u00e0 falta de \u00e1gua no bairro. Segundo ela, o problema se arrasta desde janeiro, e a situa\u00e7\u00e3o tem se tornado insustent\u00e1vel.<\/div>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"