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As escolas brasileiras n\u00e3o est\u00e3o preparadas para os efeitos das mudan\u00e7as clim\u00e1ticas. \u00c9 o que refor\u00e7am os dados do Censo Escolar de 2023 tabulados e analisados pelo Observat\u00f3rio de Educa\u00e7\u00e3o do Instituto Unibanco. Das 134.770 escolas p\u00fablicas brasileiras, mais da metade (54%) n\u00e3o tem quadra de esportes coberta, e mais de um ter\u00e7o (36%) n\u00e3o conta com p\u00e1tios protegidos. Nenhum dos nove estados do Nordeste t\u00eam ao menos 50% da rede p\u00fablica com quadra coberta, somando escolas estaduais e municipais. Dos sete estados da regi\u00e3o Norte do Brasil, apenas dois t\u00eam quadra coberta em pelo menos metade das escolas p\u00fablicas \u2013 os outros cinco apresentam \u00edndices menores que isso nesse quesito.<\/p>\n

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No caso dos p\u00e1tios cobertos, o cen\u00e1rio \u00e9 um pouco melhor: a maioria dos estados brasileiros t\u00eam a estrutura em pelo menos metade das escolas p\u00fablicas.<\/p>\n\n\n\n

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Agora, diante do aumento da frequ\u00eancia de ondas de calor extremo, outras regi\u00f5es est\u00e3o se ressentindo de n\u00e3o terem salas de aula com ar-condicionado, quadras cobertas e p\u00e1tios protegidos. Isso n\u00e3o \u00e9 mais um luxo e os governos brasileiros precisam agir rapidamente sobre esse e outros efeitos da crise clim\u00e1tica\u201d, alerta Ricardo Henriques, superintendente executivo do Instituto Unibanco. \nOs eventos clim\u00e1ticos extremos s\u00e3o cada vez mais comuns e afetam a aprendizagem, a sa\u00fade mental dos estudantes e o conv\u00edvio escolar em diversas dimens\u00f5es, levando inclusive \u00e0 suspens\u00e3o de atividades e, em alguns casos, ao fechamento de escolas por per\u00edodos prolongados. \nO Instituto aponta que \u00e9 necess\u00e1rio adaptar as estruturas, repensar din\u00e2micas em dias de calor extremo ou chuvas nas \u00e1reas de socializa\u00e7\u00e3o, incluir o tema das mudan\u00e7as clim\u00e1ticas no curr\u00edculo e adotar medidas intersetoriais que tornem as escolas mais resilientes, entre outras a\u00e7\u00f5es. Defende ainda que o governo brasileiro desenvolva mecanismos e pol\u00edticas p\u00fablicas no \u00e2mbito federal que orientem e apoiem estados e munic\u00edpios a implementarem a\u00e7\u00f5es na dire\u00e7\u00e3o da mitiga\u00e7\u00e3o dos efeitos negativos das mudan\u00e7as clim\u00e1ticas e da adapta\u00e7\u00e3o das escolas. \nAl\u00e9m de climatiza\u00e7\u00e3o, \u00e1reas de circula\u00e7\u00e3o, p\u00e1tios e quadras cobertos e com ventila\u00e7\u00e3o adequada, \u00e9 necess\u00e1rio incluir estrat\u00e9gias de circula\u00e7\u00e3o de ar, ilumina\u00e7\u00e3o, armazenamento e reuso de \u00e1gua e cobertura vegetal, entre outras. \nNeste sentido, a equipe t\u00e9cnica do Instituto Unibanco identifica que programas federais de destina\u00e7\u00e3o de recursos para infraestrutura em educa\u00e7\u00e3o, a exemplo dos editais do PAC, deveriam ser uma oportunidade para as redes p\u00fablicas melhorarem suas escolas considerando esses pontos.<\/p>\n Escolas Resilientes: buscando solu\u00e7\u00f5es concretas<\/strong> \nO Instituto Unibanco tem se debru\u00e7ado sobre os efeitos negativos da crise clim\u00e1tica na educa\u00e7\u00e3o, tema que vem ganhando cada vez mais espa\u00e7o no campo educacional. Em 2023, no semin\u00e1rio \u201cEduca\u00e7\u00e3o na era das transi\u00e7\u00f5es\u201d, a emerg\u00eancia ambiental foi um dos eixos principais do evento. Mais recentemente, o Instituto tem apoiado o projeto Escolas Resilientes, em parceria com o governo do Rio Grande do Sul. O projeto \u00e9 uma resposta \u00e0s enchentes de 2024, que destru\u00edram parte das escolas ga\u00fachas e deixaram milhares de estudantes sem aula. \nO Escolas Resilientes busca adotar solu\u00e7\u00f5es arquitet\u00f4nicas, operacionais e tecnol\u00f3gicas que assegurem a resili\u00eancia, a seguran\u00e7a e a continuidade do servi\u00e7o educacional. O projeto est\u00e1 estruturado em quatro eixos: (1) Infraestrutura e Engenharia; (2) Efici\u00eancia Bioclim\u00e1tica e Sustentabilidade, considerando sistemas de capta\u00e7\u00e3o e reuso de \u00e1gua, ventila\u00e7\u00e3o, materiais eficientes, entre outros; (3) Modelagem de Ocupa\u00e7\u00e3o e Opera\u00e7\u00e3o, que usa estrat\u00e9gias arquitet\u00f4nicas, e (4) Escala e Implementa\u00e7\u00e3o, que conta com a implementa\u00e7\u00e3o de um piloto e depois a expans\u00e3o para outras escolas em \u00e1reas de risco mapeadas. \nA iniciativa \u00e9 um exemplo de como as redes p\u00fablicas de Educa\u00e7\u00e3o podem se preparar para eventos clim\u00e1ticos extremos.<\/p>\n<\/div>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":" As escolas brasileiras n\u00e3o est\u00e3o preparadas para os efeitos das mudan\u00e7as clim\u00e1ticas. \u00c9 o que refor\u00e7am os dados do Censo Escolar de 2023 tabulados e analisados pelo Observat\u00f3rio de Educa\u00e7\u00e3o do Instituto Unibanco. 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