{"id":265252,"date":"2025-04-01T17:45:47","date_gmt":"2025-04-01T20:45:47","guid":{"rendered":"https:\/\/agencia4.jornalfloripa.com.br\/leragencia4\/265252"},"modified":"2025-04-01T17:45:47","modified_gmt":"2025-04-01T20:45:47","slug":"no-negocio-brb-e-banco-master-todas-as-atencoes-se-voltam-para-gabriel-galipolo","status":"publish","type":"post","link":"https:\/\/agencia4.jornalfloripa.com.br\/leragencia4\/265252","title":{"rendered":"No neg\u00f3cio BRB e Banco Master, todas as aten\u00e7\u00f5es se voltam para Gabriel Gal\u00edpolo"},"content":{"rendered":"
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Quando Gabriel Gal\u00edpolo assumiu a presid\u00eancia do Banco Central, em 1\u00ba de janeiro deste ano, duas quest\u00f5es se apresentavam como os principais obst\u00e1culos a serem enfrentados, j\u00e1 na largada, em sua gest\u00e3o: a defini\u00e7\u00e3o da pol\u00edtica da taxa b\u00e1sica de juros e o controle da infla\u00e7\u00e3o.<\/p>\n

Desde a sexta-feira, 28 de mar\u00e7o, um novo desafio se imp\u00f4s e passou a ocupar espa\u00e7o no calend\u00e1rio de curto prazo do mandat\u00e1rio do BC. Nessa data, o BRB, banco estatal do Distrito Federal, anunciou um acordo para a compra do Banco Master, de Daniel Vorcaro, em um neg\u00f3cio estimado em R$ 2 bilh\u00f5es.<\/p>\n

A transa\u00e7\u00e3o ainda depende do aval do Conselho Administrativo de Defesa Econ\u00f4mica (Cade) e do Banco Central. E, ao gerar uma s\u00e9rie de especula\u00e7\u00f5es e dominar as conversas na Faria Lima desde que foi divulgada, alcan\u00e7ou o status de ordem do dia para Gal\u00edpolo \u2013 que, vale ressaltar, herdou o problema do ex-presidente do BC, Roberto Campos Neto.<\/p>\n

Prova disso s\u00e3o as movimenta\u00e7\u00f5es em seus compromissos desde ent\u00e3o. Nesta ter\u00e7a-feira, 1\u00ba de abril, por exemplo, a agenda de Gal\u00edpolo reservava um hor\u00e1rio para uma reuni\u00e3o com Vorcaro, do Master, pela manh\u00e3, e a presen\u00e7a de Gilneu Vivan, diretor de regula\u00e7\u00e3o do BC.<\/p>\n

Antes disso, na segunda-feira, 31 de mar\u00e7o, ele cancelou cinco reuni\u00f5es programadas para o dia. Mas separou um tempo para dois encontros que inicialmente n\u00e3o estavam previstos. Um deles, com Paulo Henrique Costa, presidente do BRB. E, o segundo, com Andr\u00e9 Esteves, fundador e chairman do BTG Pactual.<\/p>\n

A inclus\u00e3o de Esteves nessa agenda de Gal\u00edpolo e como personagem desse enrede n\u00e3o foi por acaso. Segundo o colunista Lauro Jardim, do jornal O Globo<\/em>, antes do acordo com o BRB, o BTG chegou a fazer uma proposta pelo Master.<\/p>\n

Nessa oferta, costurada em reuni\u00f5es realizadas em dezembro de 2024, o BTG pagaria R$ 1 pelo Master e usaria o Fundo Garantidor de Cr\u00e9dito (FGC) para cobrir todos os eventuais problemas de lastro da institui\u00e7\u00e3o, al\u00e9m de capitalizar a empresa. Vorcaro, por sua vez, deixaria a opera\u00e7\u00e3o.<\/p>\n

Recusada, a proposta ajuda a explicar as pol\u00eamicas que cercam o acordo. A come\u00e7ar pelo fato de que o mercado j\u00e1 esperava uma transa\u00e7\u00e3o envolvendo o Master. Mas com uma institui\u00e7\u00e3o privada, como o BTG Pactual. E n\u00e3o com um banco p\u00fablico. E, ainda por cima, de menor porte que o alvo da aquisi\u00e7\u00e3o.<\/p>\n

Parte de uma fam\u00edlia conhecida por sua atua\u00e7\u00e3o no mercado imobili\u00e1rio de Minas Gerais, Vorcaro assumiu o controle do banco M\u00e1xima, em 2017. Quatro anos depois, ele rebatizou a opera\u00e7\u00e3o de Master. E, desde ent\u00e3o, a escalada da institui\u00e7\u00e3o despertou a aten\u00e7\u00e3o do mercado.<\/p>\n

Entre outras frentes, o banco combinou uma s\u00e9rie de M&As \u2013 casos do Voiter, do will bank e, mais recentemente, das posi\u00e7\u00f5es montadas em empresas em dificuldades, como Biomm e Oncocl\u00ednicas. E se tornou um grande comprador de precat\u00f3rios e outros ativos e companhias de baixa liquidez.<\/p>\n

A grande quest\u00e3o \u00e9 que boa parte dessa escalada foi financiada por um custo de funding<\/em> extremamente elevado, principalmente por meio de emiss\u00f5es de CDBs, concentradas em plataformas destinadas a pessoas f\u00edsicas. E que, em muitos casos, ofereciam rentabilidade bem superior a de seus pares.<\/p>\n

O banco chegou a pagar 140% do CDI em seus CDBs. E fechou 2024 com um volume de dep\u00f3sitos de aproximadamente R$ 50 bilh\u00f5es, o que, na pr\u00e1tica, representou quase a metade da liquidez do Fundo Garantidor de Cr\u00e9dito (FGC), de R$ 107,8 bilh\u00f5es no per\u00edodo.<\/p>\n

Para dar uma dimens\u00e3o dessa equa\u00e7\u00e3o, o FGC estabelece garantias de at\u00e9 R$ 250 mil, por institui\u00e7\u00e3o financeira, com um teto de R$ 1 milh\u00e3o a cada quatro anos, por CPF ou CNPJ. E tem sido o motor de capta\u00e7\u00e3o de bancos de menor porte, especialmente ap\u00f3s o avan\u00e7o das plataformas nos \u00faltimos anos.<\/p>\n

O Fundo Garantidor \u00e9 mantido com recursos das institui\u00e7\u00f5es financeiras privadas, com o objetivo de garantir a seguran\u00e7a do sistema como um todo. E, al\u00e9m do seu crescimento exponencial, o avan\u00e7o do Master nessa esfera colocou o banco sob os olhares do mercado financeiro e de \u00f3rg\u00e3os ligados ao setor.<\/p>\n

Coincid\u00eancia ou n\u00e3o, em outubro de 2023, o BC ampliou as exig\u00eancias de capital para os bancos comprarem precat\u00f3rios. E, no fim de 2024, o Conselho Monet\u00e1rio Nacional (CMN) decidiu limitar \u2013 gradualmente \u2013 a garantia do FGC a seis vezes o patrim\u00f4nio de um banco ou a 80% da capta\u00e7\u00e3o total.<\/p>\n

Nos \u00faltimos meses, esse contexto alimentou as preocupa\u00e7\u00f5es quanto \u00e0 liquidez do Master e suas poss\u00edveis implica\u00e7\u00f5es para a opera\u00e7\u00e3o, com uma eventual interven\u00e7\u00e3o ou liquida\u00e7\u00e3o, e tamb\u00e9m para todo o sistema.<\/p>\n

\u201cEu estava na linha de tiro. Tem um ano que estou lidando com fake news direto sobre o banco e a mudan\u00e7a do FGC complicou a situa\u00e7\u00e3o do funding<\/em>. O problema n\u00e3o \u00e9 o estoque, mas restri\u00e7\u00e3o para capta\u00e7\u00e3o. A transa\u00e7\u00e3o com o BRB \u00e9 uma virada de mesa nossa\u201d, afirmou Vorcaro, ao portal Pipeline<\/em>.<\/p>\n

O ponto \u00e9 que, \u00e0 parte desse discurso, nem todo o mercado est\u00e1 convencido de que essa p\u00e1gina est\u00e1 virada e de que n\u00e3o ser\u00e1 preciso buscar uma nova capitaliza\u00e7\u00e3o ou acionar o suporte do FGC para sanar esses riscos.<\/p>\n

Outros ingredientes alimentam essas d\u00favidas. Entre eles, a estrutura da opera\u00e7\u00e3o. Uma das principais ressalvas \u00e9 o fato de que o BRB ficar\u00e1 com 58% do capital total, 49% das a\u00e7\u00f5es ordin\u00e1rias e 100% das a\u00e7\u00f5es preferenciais. O poder de voto, por\u00e9m, ser\u00e1 de Vorcaro, que ter\u00e1 a maioria das a\u00e7\u00f5es ordin\u00e1rias.<\/p>\n

Em mais um ponto, o BRB informou em fato relevante divulgado em 28 de mar\u00e7o que o pre\u00e7o da aquisi\u00e7\u00e3o ir\u00e1 corresponder a 75% do patrim\u00f4nio l\u00edquido consolidado do Master, conforme demonstra\u00e7\u00f5es financeiras auditadas pela PwC.<\/p>\n

O fato \u00e9 que os \u00faltimos dados p\u00fablicos do Master datam do primeiro semestre do ano passado. At\u00e9 o momento, o banco n\u00e3o publicou os indicadores consolidados de 2024 e o prazo para que companhias listadas seguissem esse rito se encerrou ontem, dia 31 de dezembro.<\/p>\n

Esse caldeir\u00e3o se complementa com outras inc\u00f3gnitas nos termos divulgados. Entre elas, o acordo de acionistas que ser\u00e1 assinado entre as duas partes. Al\u00e9m dos ativos que ser\u00e3o incorporados nessa aquisi\u00e7\u00e3o e qual ser\u00e1 o destino dos neg\u00f3cios restantes do Master.<\/p>\n

Se existe um consenso sobre as incertezas que pairam sobre o neg\u00f3cio, n\u00e3o h\u00e1 uma concord\u00e2ncia sobre quanto tempo levar\u00e1 para que o BC bata o martelo sobre a transa\u00e7\u00e3o. Mas certeza \u00e9 que n\u00e3o ser\u00e1 nada f\u00e1cil para que Gal\u00edpolo cumpra mais essa agenda.<\/p>\n<\/div>\n

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Fonte
\nNeofeed<\/p>\n

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