O presidente do Banco Central (BC), Gabriel Gal\u00edpolo, disse hoje (27) que os poss\u00edveis impactos da medida que ampliou o cr\u00e9dito consignado para celetistas ainda n\u00e3o foram considerados nas proje\u00e7\u00f5es da autoridade monet\u00e1ria. A afirma\u00e7\u00e3o foi feita durante entrevista para apresenta\u00e7\u00e3o do Relat\u00f3rio de Pol\u00edtica Monet\u00e1ria do primeiro trimestre.<\/p>\n
\u201cA gente n\u00e3o considerou ainda, nas nossas proje\u00e7\u00f5es, o impacto do consignado privado. Temos visto, desde o lan\u00e7amento, estimativas variadas de como ser\u00e1 o impacto. H\u00e1 muita d\u00favida sobre quanto isso representa um fluxo novo de cr\u00e9dito ou uma substitui\u00e7\u00e3o de d\u00edvida antiga por nova, e sobre como isso vai se desdobrar no tempo\u201d, disse.<\/p>\n
Criado por medida provis\u00f3ria no \u00faltimo dia 12, o Programa Cr\u00e9dito do Trabalhador na Carteira Digital de Trabalho abrange empregados da iniciativa privada com carteira assinada, incluindo empregados dom\u00e9sticos, trabalhadores rurais e contratados por microempreendedores individuais (MEI).<\/p>\n
A medida, segundo o governo, tem o potencial de oferecer cr\u00e9dito menos caro a at\u00e9 47 milh\u00f5es de pessoas.<\/p>\n
De acordo com o Minist\u00e9rio do Trabalho e Emprego, foram registradas 64.718.404 simula\u00e7\u00f5es e 8.704.759 pedidos de cr\u00e9dito. At\u00e9 as 17h desta ter\u00e7a-feira (25), 48.170 pessoas contrataram R$ 340,3 milh\u00f5es em empr\u00e9stimos pela nova modalidade de cr\u00e9dito consignado para trabalhadores da iniciativa privada. O valor m\u00e9dio ficou em R$ 7.065,14 por trabalhador, com prazo m\u00e9dio de 21 meses divididos em parcelas de R$ 333,88.<\/p>\n
Na avalia\u00e7\u00e3o do presidente do BC, a iniciativa tende a responder mais a uma quest\u00e3o estrutural da oferta de cr\u00e9dito, do que uma medida conjuntural, \u201ctendo a ver como uma agenda mais antiga de substituir cr\u00e9dito de alto custo para baixo custo\u201d, ressaltou.<\/p>\n
No documento divulgado nesta quinta-feira, o BC reduziu a estimativa de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil de 2,1% para 1,9% em 2025. Ainda de acordo com o BC, a proje\u00e7\u00e3o de infla\u00e7\u00e3o para o ano cai para 5,01%, ainda fora do intervalo da meta.<\/p>\n
No documento, o BC cita o forte crescimento da economia em 2024, de 3,4%. Na avalia\u00e7\u00e3o do BC, a economia aquecida favorece a alta da infla\u00e7\u00e3o, dificultando a converg\u00eancia para a meta. A infla\u00e7\u00e3o acumulada em doze meses, medida pelo \u00cdndice Nacional de Pre\u00e7os ao Consumidor Amplo (IPCA), aumentou de 4,87% em novembro para 5,06% em fevereiro.<\/p>\n
A meta definida pelo Conselho Monet\u00e1rio Nacional (CMN)do BC \u00e9 de 3%, podendo varia 1,5% para mais ou menos. O documento diz que as proje\u00e7\u00f5es de infla\u00e7\u00e3o se mantiveram acima da meta, tornando a \u201cconverg\u00eancia para a meta desafiadora\u201d. O BC sinalizou que s\u00f3 v\u00ea a infla\u00e7\u00e3o perto da meta no segundo semestre de 2027.<\/p>\n
\u201cO BC sabe que, no curto prazo, a gente vai conviver com uma infla\u00e7\u00e3o acima da meta\u201d, afirmou Gal\u00edpolo.<\/p>\n
Na semana passada, o BC aumentou a taxa b\u00e1sica de juros da economia, a Selic, em 1 ponto percentual, para 14,25% ao ano.<\/p>\n
Em comunicado, o Comit\u00ea de Pol\u00edtica Monet\u00e1ria (Copom) afirmou que as incertezas externas, principalmente pela pol\u00edtica comercial do pa\u00eds, suscitam d\u00favidas sobre a postura do Federal Reserve (Fed, Banco Central norte-americano).<\/p>\n
Em rela\u00e7\u00e3o ao Brasil, o texto informa que a economia brasileira est\u00e1 aquecida, apesar de sinais de modera\u00e7\u00e3o no crescimento. Em rela\u00e7\u00e3o \u00e0s pr\u00f3ximas reuni\u00f5es, o Copom informou que elevar\u00e1 a Selic \u201cem menor magnitude\u201d na reuni\u00e3o de maio.<\/p>\n
\u201cVoc\u00ea vai estar com uma taxa de juros caminhando para um patamar elevado e com uma infla\u00e7\u00e3o rodando acima da meta\u201d, acrescentou o presidente do BC.<\/p>\n<\/div>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"
O presidente do Banco Central (BC), Gabriel Gal\u00edpolo, disse hoje (27) que os poss\u00edveis impactos da medida que ampliou o cr\u00e9dito consignado para celetistas ainda n\u00e3o foram considerados nas proje\u00e7\u00f5es da autoridade monet\u00e1ria. A afirma\u00e7\u00e3o foi feita durante entrevista para apresenta\u00e7\u00e3o do Relat\u00f3rio de Pol\u00edtica Monet\u00e1ria do primeiro trimestre. \u201cA… Continue lendo