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\n 26\/03\/2025 \u2013 18:49 \u00a0\n <\/p>\n

Vinicius Loures\/C\u00e2mara dos Deputados<\/em><\/p>\n

Comiss\u00e3o Especial sobre o Combate ao C\u00e2ncer se reuniu nesta quarta<\/p>\n<\/div>\n

Especialistas no tratamento do c\u00e2ncer apontaram, nesta quarta-feira (26), a falta de recursos e de infraestrutura como os principais desafios para incorporar tecnologias avan\u00e7adas de controle da doen\u00e7a no Sistema \u00danico de Sa\u00fade (SUS).<\/p>\n

Eles foram ouvidos pela Comiss\u00e3o Especial da C\u00e2mara dos Deputados sobre o combate ao c\u00e2ncer no Brasil.<\/p>\n

A incorpora\u00e7\u00e3o da medicina de precis\u00e3o \u2013 quando o m\u00e9dico aplica tratamentos espec\u00edficos para o perfil gen\u00e9tico do paciente e o tipo de tumor \u2013 est\u00e1 prevista na Pol\u00edtica Nacional de Preven\u00e7\u00e3o ao C\u00e2ncer.<\/p>\n

O marco legal estabelece a ado\u00e7\u00e3o de \u201calternativa terap\u00eautica mais precisa e menos invasiva\u201d como direito do paciente. No entanto, os especialistas explicaram que tornar o acesso \u00e0s novas terapias universais no sistema p\u00fablico de sa\u00fade esbarra em alguns desafios, como os d\u00e9ficits de financiamento e infraestrutura.<\/p>\n

O representante do Instituto Nacional de C\u00e2ncer (Inca) na audi\u00eancia, G\u00e9lcio Luiz Quintella Mendes, explicou que existem duas linhas de tratamento da medicina de precis\u00e3o: os testes moleculares, usados por pacientes que tenham c\u00e2ncer em fase avan\u00e7ada, e os testes heredit\u00e1rios, para identificar muta\u00e7\u00f5es gen\u00e9ticas que correm na fam\u00edlia.<\/p>\n

Al\u00e9m disso, h\u00e1 a incorpora\u00e7\u00e3o de novos medicamentos, geralmente com custos mais elevados, mas que atuam com maior precis\u00e3o e aumentam a sobrevida do paciente.<\/p>\n

\u201cA oncologia de precis\u00e3o melhora a abordagem dos pacientes, desde uma fase de aconselhamento gen\u00e9tico, at\u00e9 a abordagem da doen\u00e7a avan\u00e7ada, sendo mais intenso na doen\u00e7a avan\u00e7ada\u201d, disse Mendes.<\/p>\n

No entanto, ele observou que a incorpora\u00e7\u00e3o de rem\u00e9dios mais avan\u00e7ados, como os inibidores de ciclina para o tratamento do c\u00e2ncer de mama, por exemplo, esbarra nos altos custos.<\/p>\n

\u201cA proposta da incorpora\u00e7\u00e3o do inibidores de ciclina (medicamento que inibe a multiplica\u00e7\u00e3o das c\u00e9lulas cancer\u00edgenas) tem um impacto que \u00e9 mais ou menos 1\/4 do custo de oncologia no SUS\u201d, frisou o representante do Inca, que \u00e9 um dos centros de refer\u00eancia do SUS.<\/p>\n

Ele ressaltou que hoje a rede p\u00fablica disponibiliza exames moleculares de menor complexidade como a imunohistoqu\u00edmica \u2013 que detecta tipos espec\u00edficos de c\u00e9lulas, usado no tratamento de c\u00e2ncer de mama e de endom\u00e9trio.<\/p>\n

Al\u00e9m do teste molecular, G\u00e9lcio Luiz Quintella Mendes informou que o SUS oferece medicamentos vinculados aos resultados desses exames. \u201c\u00c9 uma lista que vem crescendo ao longo do tempo, mas espero que possa crescer mais\u201d, disse.<\/p>\n

Infraestrutura
<\/strong>Representante da Sociedade Brasileira de Oncologia Cl\u00ednica (Sboc), Luiz Henrique de Lima Ara\u00fajo apontou um d\u00e9ficit de infraestrutura do SUS, quando comparado \u00e0 rede privada.<\/p>\n

\u201cN\u00f3s n\u00e3o temos uma rede de laborat\u00f3rios e um financiamento direcionado para que seja viabilizada uma rede de testagem molecular no Brasil. O que a gente tem hoje predominante \u00e9 uma imunocitoqu\u00edmica relativamente simples feita nos laborat\u00f3rios de patologia\u201d, disse.<\/p>\n

Ara\u00fajo refor\u00e7ou os benef\u00edcios da medicina de precis\u00e3o no tratamento do c\u00e2ncer de pulm\u00e3o. \u201cDe 40 a 50% dos casos de c\u00e2ncer de pulm\u00e3o avan\u00e7ado tem uma muta\u00e7\u00e3o adquirida no c\u00e2ncer que, quando \u00e9 identificada, ao inv\u00e9s de fazer a quimioterapia, voc\u00ea faz uma terapia direcionada que geralmente controla a doen\u00e7a durante anos. O paciente tem uma qualidade de vida muito superior ao de alguma quimioterapia tradicional\u201d, explicou.<\/p>\n

Subfinanciamento
<\/strong>Do lado da ind\u00fastria farmac\u00eautica, Renato Porto, que chefia a Associa\u00e7\u00e3o da Ind\u00fastria Farmac\u00eautica de Pesquisa (Interfarma), disse que a rede p\u00fablica de sa\u00fade \u00e9 marcada pelo subfinanciamento, o que, na sua vis\u00e3o, atrasa a incorpora\u00e7\u00e3o de novos tratamentos.<\/p>\n

Segundo ele, pouco mais de 10% do or\u00e7amento para sa\u00fade p\u00fablica \u00e9 destinado a compras de tecnologias em sa\u00fade, ou seja, cerca de R$ 14 bilh\u00f5es em um montante de mais de R$86 bilh\u00f5es.<\/p>\n

Porto mencionou estudo de 2024 no qual o Brasil est\u00e1 entre os pa\u00edses que menos incorpora tecnologias em sa\u00fade (para pacientes da rede p\u00fablica e privada), se comparado aos demais pa\u00edses da Am\u00e9rica Latina.<\/p>\n

\u201cO Brasil s\u00f3 incorporou 4% dos medicamentos, n\u00f3s estamos perdendo da Col\u00f4mbia que incorporou 40%, do M\u00e9xico que incorporou 34%. A m\u00e9dia da Am\u00e9rica Latina \u00e9 de 30% e o Brasil incorporou s\u00f3 4%\u201d, relatou.<\/p>\n

Na mesma linha, a deputada Fl\u00e1via Morais (PDT-GO) disse que tramitam na Casa propostas para fazer frente ao custo para o or\u00e7amento p\u00fablico da incorpora\u00e7\u00e3o dessa novas terapias no SUS.<\/p>\n

\u201cTemos algumas propostas de grandes relev\u00e2ncia em rela\u00e7\u00e3o \u00e0 quest\u00e3o do financiamento da oncologia, como o projeto que fala dos bitcoins e a cria\u00e7\u00e3o de uma rubrica espec\u00edfica no Minist\u00e9rio da Sa\u00fade para direcionar esses recursos que s\u00e3o utilizados para o c\u00e2ncer de forma bem espec\u00edfica para oncologia\u201d, disse a deputada.<\/p>\n

Reportagem \u2013 Emanuelle Brasil
Edi\u00e7\u00e3o \u2013 Ana Chalub<\/p>\n<\/div>\n

source
Fonte : Congresso Nacional<\/p>\n

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