Lais Bianquim Gadenz deixou o hospital com 2,3 kg. Crian\u00e7a nasceu com 24 semanas de gesta\u00e7\u00e3o. M\u00e3e foi diagnosticada com pr\u00e9-ecl\u00e2mpsia. Lais Bianquim Gadenz nasceu prematura
\nCl\u00f3vis Prates\/ HCPA e Arquivo pessoal
\n\ud83d\udc76 Quase quatro meses depois de enfrentar sua primeira grande batalha, Lais Bianquim Gadenz saiu do Hospital de Cl\u00ednicas de Porto Alegre nos bra\u00e7os dos pais, Patricia e Jean Lucas, com um peso que agora simboliza sua for\u00e7a: 2,3 kg.
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\nA trajet\u00f3ria de Lais come\u00e7ou no dia 13 de novembro de 2024, quando veio ao mundo pesando apenas 465 gramas, com 24 semanas de gesta\u00e7\u00e3o. Foi a beb\u00ea com menor peso j\u00e1 registrada no hospital.
\nLais \u00e9 um beb\u00ea “arco-\u00edris”, termo surgido nos Estados Unidos e usado para designar uma crian\u00e7a que nasceu ap\u00f3s uma perda gestacional.
\n“\u00c9 meu verdadeiro milagre. \u00c9 um milagre arco-\u00edris. Ela uniu as duas coisas”, diz Patricia Bianquim, diagnosticada com pr\u00e9-ecl\u00e2mpsia.
\n\ud83e\ude79 Foi s\u00f3 no dia 10 de mar\u00e7o, quatro meses depois do nascimento, que ela cruzou um corredor de aplausos formado pelos profissionais do Servi\u00e7o de Neonatologia, que acompanharam sua jornada desde o nascimento, e teve alta.
\nDe acordo com o Hospital de Cl\u00ednicas, outras crian\u00e7as, mesmo com idade gestacional menos avan\u00e7ada, nasceram com peso maior.
\n\u201cMeu sentimento \u00e9 de vit\u00f3ria, de realiza\u00e7\u00e3o e gratid\u00e3o”, relata a t\u00e9cnica de Enfermagem Isabel Cristiane de Souza Cardoso.
\nComo foi o parto
\nLais Bianquim Gadenz com a m\u00e3e Patricia
\nArquivo pessoal
\nA gesta\u00e7\u00e3o foi acompanhada de perto devido ao hist\u00f3rico de perda gestacional e press\u00e3o alta de Patricia. Ela realizou o pr\u00e9-natal pelo posto de sa\u00fade e, por se tratar de uma gravidez de alto risco, foi encaminhada para acompanhamento especializado no Hospital de Cl\u00ednicas.
\nSegundo ela, as consultas ocorriam regularmente, sem ind\u00edcios de complica\u00e7\u00f5es iminentes. Na semana anterior ao parto, ela conta que passou por uma avalia\u00e7\u00e3o no Cl\u00ednicas e, na manh\u00e3 seguinte, seguiu sua rotina normalmente, incluindo uma ida ao dentista.
\nNo entanto, ao voltar para casa e tirar um cochilo antes do trabalho, ela acordou com forte dor no peito. Preocupada, mediu a press\u00e3o, que indicava um n\u00edvel um pouco elevado. Patricia decidiu ent\u00e3o retornar ao posto de sa\u00fade, onde o quadro se agravou e a press\u00e3o estava bem mais alta.
\nEnt\u00e3o a equipe m\u00e9dica a encaminhou novamente ao Hospital de Cl\u00ednicas, onde exames confirmaram o diagn\u00f3stico de pr\u00e9-ecl\u00e2mpsia, um problema grave relacionado com o aumento da press\u00e3o arterial e pela presen\u00e7a de prote\u00ednas na urina (protein\u00faria), que pode surgir ap\u00f3s 20 semanas de gravidez.
\nPr\u00e9-ecl\u00e2mpsia: entenda complica\u00e7\u00e3o e os riscos para a gr\u00e1vida
\nDiante do risco, a interna\u00e7\u00e3o de Patricia foi imediata. Nos dias seguintes, a equipe m\u00e9dica monitorou a situa\u00e7\u00e3o, mas, com a progress\u00e3o da pr\u00e9-ecl\u00e2mpsia, os rins come\u00e7aram a ser afetados.
\nPara evitar complica\u00e7\u00f5es mais graves, os m\u00e9dicos optaram por antecipar o parto, realizado por cesariana. Apesar do cen\u00e1rio delicado, a m\u00e3e manteve a confian\u00e7a de que tudo ocorreria bem.
\n“N\u00e3o sei se \u00e9 sexto sentido de m\u00e3e. Eu estava tranquila no sentido que ia dar tudo certo, assim como deu, mas eu n\u00e3o tive medo, estava bem confiante de que ia dar tudo certo”, conta.
\n‘Cabia na palma da m\u00e3o’
\nLais Bianquim Gadenz nasceu prematura
\nCl\u00f3vis Prates\/ HCPA
\nAo nascer prematura, Patricia conta que a beb\u00ea cabia na palma da m\u00e3o. Devido \u00e0 cesariana e ao controle rigoroso da press\u00e3o arterial, a m\u00e3e precisou permanecer sob observa\u00e7\u00e3o por 24 horas antes de ver Lais pela primeira vez.
\nO primeiro contato entre m\u00e3e e filha foi breve e aconteceu apenas na troca da incubadora, antes de a filha completar um m\u00eas de vida.
\n\u201cPeguei ela junto com o ninho todo, porque sozinha ela era muito miudinha\u201d, relembra.
\nJ\u00e1 o primeiro momento de contato pele a pele, no chamado m\u00e9todo canguru, aconteceu quando a beb\u00ea completou um m\u00eas.
\nLais Bianquim Gadenz com a m\u00e3e Patricia
\nArquivo pessoal
\nFinalmente em casa
\nAgora, em casa, a rotina come\u00e7a a se estabelecer. \u201cEstamos bem\u201d, conta a m\u00e3e.
\nConforme Patricia, a primeira noite foi um desafio, j\u00e1 que a beb\u00ea estava acostumada \u00e0 din\u00e2mica do hospital, mas logo se adaptou ao lar.
\nLais Bianquim Gadenz com quatro meses
\nArquivo pessoal
\nPara a m\u00e3e, estar com Lais em casa “\u00e9 uma sensa\u00e7\u00e3o maravilhosa”.
\nPara garantir mais tempo de cuidado, a m\u00e3e, que trabalha como operadora de caixa, teve a licen\u00e7a-maternidade estendida. Com retorno previsto para 8 de julho, ela recebeu a orienta\u00e7\u00e3o da assistente social sobre esse direito, concedido devido \u00e0 prematuridade extrema da filha.
\nPara os pais, Lais agora \u00e9 um lembrete vivo de que milagres existem \u2013 e, \u00e0s vezes, eles pesam menos de meio quilo ao nascer.
\n“Foram altos e baixos, mas vencemos a batalha\u201d, revela a m\u00e3e.
\nV\u00cdDEOS: Tudo sobre o RS<\/div>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"