Autora de “Careless People”, Sarah Wynn-Wiliams cita epis\u00f3dio de ass\u00e9dio sexual e diz que executivos da Meta tentaram agradar censores do governo chin\u00eas. Fachada da Meta, dona de Facebook, Instagram e WhatsApp, em foto de 7 de mar\u00e7o de 2023
\nJeff Chiu\/AP
\nA Meta, dona do Facebook, Instagram e WhatsApp, tenta impedir a circula\u00e7\u00e3o de um livro de mem\u00f3rias rec\u00e9m-publicadas por Sarah Wynn-Williams, ex-diretora de pol\u00edticas p\u00fablicas da empresa, alegando que as acusa\u00e7\u00f5es feitas por ela s\u00e3o falsas e nunca deveriam ter sido divulgadas.
\nEm “Careless People: A Cautionary Tale of Power, Greed and Lost Idealism” (“Pessoas Descuidadas: Um Alerta sobre Poder, Gan\u00e2ncia e Idealismo Perdido”, em tradu\u00e7\u00e3o livre), Sarah Wynn-Williams relata detalhes de seu per\u00edodo de trabalho na Meta, entre 2011 e 2017.
\nNo livro, Wynn-Williams faz den\u00fancias de ass\u00e9dio sexual contra Joel Kaplan, que era vice-presidente global para pol\u00edticas p\u00fablicas na \u00e9poca e hoje \u00e9 diretor de assuntos internacionais da Meta. Pol\u00edtico republicano, Kaplan \u00e9 aliado do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
\nA autora tamb\u00e9m escreveu que a Meta, na \u00e9poca conhecida apenas como Facebook, teria explorado a possibilidade de entrar no lucrativo mercado da China agradando os censores do governo chin\u00eas e aceitando suas condi\u00e7\u00f5es.
\nUma das ideias da empresa, segundo a autora afirma no livro, era enviar conte\u00fados publicados em Hong Kong ou Taiwan para que um \u00f3rg\u00e3o de censura de Pequim revisasse.
\n“Foi sugerido que, como parte das negocia\u00e7\u00f5es para a entrada da empresa na China, os dados dos usu\u00e1rios de Hong Kong poderiam ser usados como moeda de troca”, afirmou Wynn-Williams em entrevista \u00e0 emissora p\u00fablica NPR.
\nLivro “Careless People”, de Sarah Wynn-Williams, que faz acusa\u00e7\u00f5es contra a Meta
\nFlatiron via AP
\nMeta consegue bloquear promo\u00e7\u00e3o do livro
\nA Meta buscou arbitragem judicial para tentar impedir a circula\u00e7\u00e3o do livro, alegando que ele viola um contrato com cl\u00e1usulas de n\u00e3o difama\u00e7\u00e3o que Wynn-Williams assinou quando trabalhava com a equipe de assuntos globais da empresa.
\nNa semana passada, o \u00e1rbitro que analisou o caso, Nicholas Gowen, atendeu ao pedido da Meta para proibir Wynn-Williams de promover o livro. Com a decis\u00e3o, as duas partes ter\u00e3o que iniciar negocia\u00e7\u00f5es privadas para resolver o caso.
\n“Esta decis\u00e3o confirma que o livro de Sarah Wynn-Williams \u00e9 falso e difamat\u00f3rio e nunca deveria ter sido publicado”, declarou o diretor de comunica\u00e7\u00f5es da Meta, Andy Stone, na plataforma X.
\nStone tamb\u00e9m afirmou que “n\u00e3o \u00e9 nenhum segredo” que a empresa tinha interesse pelo mercado chin\u00eas e explorava “muitas ideias”. “Sabem o que n\u00e3o aconteceu? Nunca come\u00e7amos a oferecer nossos servi\u00e7os na China”, acrescentou.<\/div>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"