{"id":1360,"date":"2024-02-21T15:33:40","date_gmt":"2024-02-21T18:33:40","guid":{"rendered":"https:\/\/agencia4.jornalfloripa.com.br\/leragencia4\/1360"},"modified":"2024-02-21T15:33:40","modified_gmt":"2024-02-21T18:33:40","slug":"palavras-para-desatar-nos","status":"publish","type":"post","link":"https:\/\/agencia4.jornalfloripa.com.br\/leragencia4\/1360","title":{"rendered":"Palavras para desatar n\u00f3s"},"content":{"rendered":"
O medo n\u00e3o \u00e9 uma perturba\u00e7\u00e3o psicol\u00f3gica, ele est\u00e1 entranhado na pr\u00f3pria exist\u00eancia humana, n\u00e3o \u00e9 sin\u00f4nimo de desamparo, mas faz parte de nosso desamparo social e cultural.<\/p>\n
O que \u00e9 duvidoso, \u00e9 como ser\u00e1 nossa rela\u00e7\u00e3o com esse afeto, da via do encorajamento ou da castra\u00e7\u00e3o? \u00c9 essa escolha tem mais a ver com nossa hist\u00f3ria pregressa do que com uma escolha consciente ou motivacional.<\/p>\n
O medo pode ser um casamento com a morte, sintoma de um encadeamento de culpas e outras narrativas passadas, sintomas a dizer, denunciar, sem mais.<\/p>\n
Mas, importante n\u00e3o espere a aus\u00eancia de medo para caminhar, esse afeto \u00e9 inerente a estar e ser no mundo. Trope\u00e7ar tamb\u00e9m \u00e9 caminhar, diria Freud. Claudicar tamb\u00e9m \u00e9 desejar, \u00e9 dar vida ao que \u00e9 seu, mas fora vilipendiado at\u00e9 aquele momento. V\u00e1, mas s\u00f3 vai\u2026<\/p>\n
Ah, e n\u00e3o adianta ler sobre, ok? N\u00e3o h\u00e1 o que se possa fazer pelo medo, a n\u00e3o ser falar sobre ele, reconhec\u00ea-lo como afeto obrigat\u00f3rio da vida. Coloca na palavra, coloca na palavra de novo, ressignifica, repensa, sente de outra forma, o percurso vai se alterando.<\/p>\n
E, por isso n\u00e3o h\u00e1 prote\u00e7\u00e3o contra o medo, a coragem desejosa de viver uma vida a despeito dele.<\/p>\n
Quem \u00e9 o novo Colunista da Folha de Florian\u00f3polis? Rodrigo Reis \u00e9 psicanalista, pesquisador do sofrimento ps\u00edquico no mercado de trabalho neoliberal, escritor e criador do Canal Cavaleiro das Letras<\/p>\n<\/div>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"
Rodrigo Reis O medo n\u00e3o \u00e9 uma perturba\u00e7\u00e3o psicol\u00f3gica, ele est\u00e1 entranhado na pr\u00f3pria exist\u00eancia humana, n\u00e3o \u00e9 sin\u00f4nimo de desamparo, mas faz parte de nosso desamparo social e cultural. O que \u00e9 duvidoso, \u00e9 como ser\u00e1 nossa rela\u00e7\u00e3o com esse afeto, da via do encorajamento ou da castra\u00e7\u00e3o? \u00c9… Continue lendo