O Tribunal de Justi\u00e7a do Estado (TJRS) julgar\u00e1, na pr\u00f3xima sexta-feira (23), recursos interpostos pelo Minist\u00e9rio P\u00fablico do Rio Grande do Sul (MPRS) \u2014 para aumentar a pena estabelecida a\u00a0Leandro Boldrini\u00a0\u2014 e dos advogados dele \u2014 para anular o segundo j\u00fari, ocorrido em mar\u00e7o de 2023. Na ocasi\u00e3o, o pai de Bernardo foi condenado a uma pena de 31 anos e oito meses de pris\u00e3o pelo homic\u00eddio do filho no ano de 2014 em Tr\u00eas Passos, no Noroeste do Estado. Apesar da defesa do r\u00e9u alegar a ocorr\u00eancia de nulidades no julgamento, o MPRS acredita que o veredito dos jurados ser\u00e1 mantido.<\/p>\n
O segundo julgamento foi realizado pois o primeiro, ocorrido em 2019, foi anulado no final de 2021, quando a Justi\u00e7a considerou que houve quebra da paridade de armas (ou seja, igualdade de tratamento entre as partes do processo) durante o interrogat\u00f3rio do r\u00e9u. H\u00e1 quase cinco anos, Boldrini havia sido condenado a 33 anos e oito meses de pris\u00e3o \u2014 30 anos e oito meses por homic\u00eddio, dois anos por oculta\u00e7\u00e3o de cad\u00e1ver e um ano por falsidade ideol\u00f3gica. Tamb\u00e9m foram condenados: Graciele Ugulini (34 anos e sete meses de reclus\u00e3o), madrasta de\u00a0Bernardo, e ainda Edelvania Wirganovicz (22 anos e dez meses) e Evandro Wirganovicz (nove anos e seis meses).<\/p>\n
A coordenadora do Centro de Apoio Operacional Criminal e de Acolhimento \u00e0s V\u00edtimas do MPRS, promotora de Justi\u00e7a Alessandra Moura Bastian da Cunha, diz que a institui\u00e7\u00e3o est\u00e1 convicta que o\u00a0TJRS\u00a0respeitar\u00e1 a decis\u00e3o dos jurados de Tr\u00eas Passos, que, por duas vezes, condenaram Leandro Boldrini.\u00a0\u201cNesse momento, o MPRS \u00e9 a \u00fanica voz da v\u00edtima: o menino Bernardo, que n\u00e3o tem qualquer familiar que possa represent\u00e1-lo e por ele buscar que seja feita efetiva justi\u00e7a\u201d<\/em>, destaca a promotora.<\/p>\n J\u00e1 a promotora de Justi\u00e7a L\u00facia Helena Callegari, que atuou no segundo j\u00fari, ressalta que, na \u00e9poca, n\u00e3o houve nulidades em plen\u00e1rio, j\u00e1 que o julgamento transcorreu com tranquilidade e com todas as garantias do acusado sendo obedecidas. Ela tamb\u00e9m est\u00e1 confiante e defende o fato de ser respeitada a decis\u00e3o dos jurados:\u00a0\u201cn\u00f3s, como\u00a0MPRS, estamos atentos ao julgamento deste recurso e vamos buscar a valida\u00e7\u00e3o do julgamento anterior. Algu\u00e9m tem de falar pelo Bernardo. Ele n\u00e3o tem mais a av\u00f3, ele n\u00e3o tem mais m\u00e3e e o pai, que deveria am\u00e1-lo, o matou ou ent\u00e3o participou de todo esse esquema da morte\u201d<\/em>.<\/p>\n O corpo de\u00a0Bernardo, que tinha 11 anos, foi encontrado em Frederico Westphalen, ap\u00f3s dez dias do desaparecimento do menino. Ele morava com o pai, a madrasta e uma meia-irm\u00e3, de um ano, no munic\u00edpio de Tr\u00eas Passos. O caso gerou revolta em todo o pa\u00eds. A crian\u00e7a foi dopada e morta, sendo enrolada em um saco pl\u00e1stico e enterrada em uma cova em um matagal.<\/p>\n<\/div>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":" O Tribunal de Justi\u00e7a do Estado (TJRS) julgar\u00e1, na pr\u00f3xima sexta-feira (23), recursos interpostos pelo Minist\u00e9rio P\u00fablico do Rio Grande do Sul (MPRS) \u2014 para aumentar a pena estabelecida a\u00a0Leandro Boldrini\u00a0\u2014 e dos advogados dele \u2014 para anular o segundo j\u00fari, ocorrido em mar\u00e7o de 2023. Na ocasi\u00e3o, o pai… Continue lendo