{"id":10633,"date":"2024-03-18T07:35:54","date_gmt":"2024-03-18T10:35:54","guid":{"rendered":"https:\/\/agencia4.jornalfloripa.com.br\/leragencia4\/10633"},"modified":"2024-03-18T07:35:54","modified_gmt":"2024-03-18T10:35:54","slug":"aqui-agora-aqui-e-agora-perigo","status":"publish","type":"post","link":"https:\/\/agencia4.jornalfloripa.com.br\/leragencia4\/10633","title":{"rendered":"Aqui, agora. Aqui e agora. Perigo."},"content":{"rendered":"
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Aqui Agora, lembro bem, o telejornal dos Anos 90 que, diziam, espremia sangue na tev\u00ea. Com apelo popular mostrava barbaridades e requintes de crimes, sempre com doses de novelas radiof\u00f4nicas. Pois bem: vivemos o Aqui Agora na pele todos os dias, e o notici\u00e1rio geral hoje n\u00e3o nega. O medo e a viol\u00eancia ao nosso lado, e em um segundo sua vida pode n\u00e3o valer \u00e9 nada. Precisamos falar sobre isso.\u00a0Aqui, agora, j\u00e1.<\/em><\/strong>\n<\/p>\n

\u00a0<\/em><\/strong>Na \u00faltima quinta-feira, fraquinha, ainda me recuperando do esgotamento de energia de um resfriado daqueles (sim, fiz o teste \u2013 negativo) peguei minha sacolinha e como costumeiramente rumei para a feira. Tudo bem normal. J\u00e1 no final das compras, na barraca de flores, que j\u00e1 contei para voc\u00eas jamais deixo de ter em casa, escolhia entre g\u00e9rberas e ant\u00farios. N\u00e3o foram mais de dez segundos. A pouco mais de um metro, aos berros de sai, sai, sai, um homem enorme e com a cara toda ensanguentada, arma na m\u00e3o, monta na moto de um entregador que acabara de estacionar para uma entrega. Outro, tamb\u00e9m enorme, monta na garupa e saem, derrapando, quase caindo; se algu\u00e9m estivesse \u00e0 frente n\u00e3o teria tido tempo de pular. E tudo ali virou um perigoso rebuli\u00e7o. Pertinho das sempre povoadas barraquinhas de pastel.\n<\/p>\n

Uma manh\u00e3 como qualquer outra, mas algo mais poderia ter dado errado. Soube depois que o ensanguentado tentara antes roubar algu\u00e9m e, flagrado, tomara\u00a0capacetadas<\/em>\u00a0na cabe\u00e7a. Na fuga, e como disse, ele n\u00e3o agia sozinho, o comparsa na garupa, pegaram a moto e se foram, velozes. N\u00e3o \u00e9 o primeiro assalto ou roubo que presencio, mas sei bem quais poderiam ter sido as suas consequ\u00eancias e desta vez eu estava l\u00e1, dentro delas. Uma l\u00e1grima rolou, sem jeito. A vida seguiu. Gra\u00e7as.\n<\/p>\n

Mas \u00e9 como se todos estiv\u00e9ssemos sendo visados o tempo inteiro. Uma moto, duas motos, as cenas se repetem com as pessoas sendo perseguidas, e suas coisas recolhidas. N\u00e3o tem mais hora, nem lugar, rico ou pobre, velho, mulher ou crian\u00e7a \u2013 parecem seguir ordens de um dem\u00f4nio qualquer, obrigados talvez a cumprir metas de coleta, como se estivessem em empresas, como os que aterrorizavam coletando impostos. N\u00e3o s\u00e3o pobres trombadinhas, moleques, s\u00e3o gente grande, bem grande. T\u00e3o cedo n\u00e3o esquecerei o olhar de \u00f3dio do ensanguentado.\n<\/p>\n

Nunca se ouviu tanto em todos os lados os verbos agredir, atacar, ferir, desferir, roubar, bater, surrar, matar. Por qualquer coisa, ali\u00e1s, armas espalhadas como objetos de morte, se mata. O funcion\u00e1rio da empresa de energia. O maluco que fugia ele pr\u00f3prio da morte por sua organiza\u00e7\u00e3o criminosa que toma o \u00f4nibus e faz ref\u00e9ns no Rio e atira a esmo fazendo v\u00edtima algu\u00e9m que apenas iria viajar. A briga no tr\u00e2nsito. O feminic\u00eddio. A bala perdida. A for\u00e7a policial descontrolada, e justamente por tudo isso somando pilhas de cad\u00e1veres em suas procuras.\n<\/p>\n

Tem ainda outro tipo de arma n\u00e3o controlada. Os motoristas b\u00eabados na dire\u00e7\u00e3o de carros e caminh\u00f5es desgovernados que podem at\u00e9 entrar no seu quarto, enquanto dorme. Todas as horas e lugares parecem errados para a gente. At\u00e9 dentro de casa. Em um segundo, um \u00e1timo, a vida pode mudar ou acabar.\n<\/p>\n

Que sociedade \u00e9 essa que vivemos, que estamos criando? Viol\u00eancia urbana. E rural. Cidades grandes, e nas pequenas tamb\u00e9m. N\u00e3o h\u00e1 caminho de fuga. Temos os \u201ctradicionais\u201d bandidos, ladr\u00f5es e criminosos, e gente que de um segundo para outro\u00a0vira<\/em>\u00a0assassino, como se aquilo estivesse guardado ali dentro de si, despertado por um estalo. A pol\u00edcia declara que investiga, pede que se registrem as ocorr\u00eancias, mas \u00e9 comum chegar \u00e0s delegacias, n\u00e3o ter atendimento ou voc\u00ea mesmo preencher o B.O.\n<\/p>\n

E tudo fica, em geral, por isso mesmo. Me digam se pode haver investiga\u00e7\u00f5es reais de todos os casos com os efetivos que temos, muitas vezes demonstrando total despreparo. Com o poder pol\u00edtico contaminado, sem resolver o assunto, mais preocupado em criminalizar de vez do que pensar em legalizar algo que \u2013 c\u00e1 entre n\u00f3s \u2013 sentimos o cheiro verde queimando tranquilamente no ar. E n\u00e3o \u00e9 esse o foco da viol\u00eancia, os rastafaris diriam.\n<\/p>\n

Not\u00edcias populares. E impopulares. Aqui, agora.\n<\/p>\n

Marli Gon\u00e7alves<\/b> \u2013 Jornalista, consultora de comunica\u00e7\u00e3o, editora do\u00a0Chumbo Gordo, autora de\u00a0Feminismo no Cotidiano \u2013 Bom para mulheres. E para homens tamb\u00e9m,\u00a0<\/em><\/strong>pela Editora Contexto. (Na\u00a0Editora\u00a0e na\u00a0Amazon)<\/u>. Vive em S\u00e3o Paulo, Capital. <\/span>marligo@uol.com.br\u00a0<\/u>\/\u00a0marli@brickmann.com.br<\/h6>\n<\/div>\n

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Fonte <\/p>\n

Diario do Poder<\/p>\n

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