<\/aside>\nAtualmente, as 3.000 horas do ensino m\u00e9dio s\u00e3o divididas entre 1.800 horas de disciplinas obrigat\u00f3rias (base geral) e 1.200 horas nos itiner\u00e1rios formativos escolhidos por cada aluno ou forma\u00e7\u00e3o t\u00e9cnica.<\/p>\n
O governo defende uma divis\u00e3o diferente: de 2.400 horas e 600 horas, respectivamente. O relat\u00f3rio apresentado por Mendon\u00e7a Filho prop\u00f5e ent\u00e3o um \u201cmeio-termo\u201d: 2.100 horas e 900 horas, tamb\u00e9m respectivamente. Neste caso, 300 das 2.100 horas podem ser destinadas \u00e0 Base Nacional Comum Curricular mais a forma\u00e7\u00e3o t\u00e9cnico profissional.<\/p>\n
O deputado avalia que a carga hor\u00e1ria proposta pelo atual governo vai, na pr\u00e1tica, inviabilizar uma boa forma\u00e7\u00e3o com qualidade em cursos t\u00e9cnicos. Na avalia\u00e7\u00e3o dele, uma flexibilidade maior da carga hor\u00e1ria ainda se reflete em um curr\u00edculo e uma forma\u00e7\u00e3o mais atraentes aos jovens.<\/p>\n
Mendon\u00e7a Filho foi o ministro da Educa\u00e7\u00e3o no governo Michel Temer (MDB), em que foi sancionada a lei da reforma do Ensino M\u00e9dio, em 2017.<\/p>\n
Desde que passou a vigorar, o novo modelo de Ensino M\u00e9dio \u00e9 alvo de cr\u00edticas de setores que representam o magist\u00e9rio e o movimento estudantil. Diante disso, o Minist\u00e9rio da Educa\u00e7\u00e3o abriu uma consulta p\u00fablica com representantes de diversas entidades para chegar a uma proposta, que foi apresentada ao Congresso.<\/p>\n
Na \u00faltima quarta-feira (13), o Ministro da Educa\u00e7\u00e3o, Camilo Santana, e Mendon\u00e7a Filho se encontraram em uma reuni\u00e3o no MEC que contou com a presen\u00e7a de deputados da base e membros da Frente Parlamentar da Educa\u00e7\u00e3o.<\/p>\n
No encontro, os deputados e o ministro conversaram sobre a distribui\u00e7\u00e3o das horas por mais de duas horas, sem chegar a um acordo. Um dos participantes relatou \u00e0 reportagem que o encontro foi amistoso e importante para apresentar e detalhar ao relator os pontos defendidos pelo governo. O receio de um deputado presente \u00e0 reuni\u00e3o \u00e9 que o tema acabe virando mais um \u201ccavalo de batalha\u201d do que uma discuss\u00e3o educacional.<\/p>\n
Segundo fontes ouvidas pela CNN<\/strong> existe a possibilidade de que o relator e o MEC batam o martelo em 2.200 horas para a forma\u00e7\u00e3o geral b\u00e1sica.<\/p>\n
Questionado sobre poss\u00edveis mudan\u00e7as no parecer, Mendon\u00e7a Filho n\u00e3o negou a possibilidade de acordo e disse estar aberto ao di\u00e1logo permanente com o Minist\u00e9rio da Educa\u00e7\u00e3o. Ele n\u00e3o concorda com todas as sugest\u00f5es feitas pela atual gest\u00e3o da pasta. Tanto que promoveu altera\u00e7\u00f5es em seu parecer em rela\u00e7\u00e3o ao que queria o minist\u00e9rio e n\u00e3o o mudou desde o ano passado.<\/p>\n
O projeto est\u00e1 parado desde dezembro do ano passado, quando os deputados aprovaram regime de urg\u00eancia na tramita\u00e7\u00e3o, o que permite a an\u00e1lise do tema diretamente em plen\u00e1rio, sem ter que passar por comiss\u00f5es tem\u00e1ticas.<\/p>\n
Camilo Santana j\u00e1 disse que espera ver a aprova\u00e7\u00e3o da nova reforma do Ensino M\u00e9dio no primeiro semestre na C\u00e2mara e no Senado. O relator reafirmou que a ideia \u00e9 que os deputados federais votem o projeto de lei at\u00e9 o final deste m\u00eas.<\/p>\n