O presidente Luiz Inácio Lula da Silva indicou o ex-prefeito de Belford Roxo, Waguinho (Republicanos), para assumir a presidência da PortosRio — estatal responsável pela administração dos portos do Rio de Janeiro, Itaguaí, Niterói, Forno e Angra dos Reis. A informação foi revelada pelo jornal Folha de S.Paulo.
A permanência do atual presidente da companhia, Francisco Leite Martins Neto, na diretoria, foi garantida para assegurar continuidade na gestão. A escolha de Waguinho é interpretada como parte de uma estratégia de acomodação de forças políticas do Centrão e recompensa a apoios obtidos durante as eleições de 2022, especialmente na Baixada Fluminense.
Indicação de Waguinho gera controvérsia no governo
Apesar de seu alinhamento político, a indicação de Waguinho não teve ampla aceitação dentro do governo federal. O principal foco das críticas está na relação dele com sua esposa, Daniela Carneiro, que foi ministra do Turismo entre janeiro e julho de 2023.
Durante a campanha de 2022, Daniela enfrentou desgaste após apagar de suas redes sociais fotos com Marcinho Bombeiro, ex-vereador acusado de liderar uma milícia em Belford Roxo. A proximidade com figuras envolvidas em escândalos de segurança pública reacendeu alertas sobre o histórico do casal.
Além disso, Daniela Carneiro teria feito campanha com outros suspeitos de envolvimento com milícias, que também ocuparam cargos na prefeitura da cidade, então sob administração de Waguinho. As revelações lançaram dúvidas sobre a lisura da gestão do ex-prefeito.
Waguinho nega qualquer ligação com milícias
Em resposta às acusações, Waguinho negou veementemente vínculos com organizações criminosas e assegurou que atua “dentro da legalidade”.
“Jamais nomeei qualquer pessoa com condenação criminal ou envolvimento comprovado com milícias”, afirmou o ex-prefeito.
Ele também defendeu a esposa, destacando que em campanhas eleitorais é comum tirar fotos com eleitores e apoiadores, e que não se pode exigir antecedentes criminais de todos que se aproximam.
“Minha mulher tirou fotos com muitos vereadores e eleitores. Não há como fazer triagem criminal de todos que se aproximam”, justificou.
Waguinho reafirmou sua posição contrária a qualquer atuação ilegal e lamentou o que considera “insinuações infundadas” voltadas a prejudicar sua imagem e inviabilizar sua indicação.