Fundador da Elliott diz que o momento atual é um dos “mais arriscados para ações”

Siga @radiopiranhas

O investidor americano Paul Singer construiu sua reputação pela disciplina e pelo controle rigoroso de riscos. Desde a fundação da Elliott Management, em 1977, sua gestora registrou perdas em apenas dois anos. Com US$ 72 bilhões sob gestão, ele atribui esse sucesso à capacidade de evitar euforias e proteger o capital. Para ele, o cenário atual demanda muito mais cautela.

“É um dos momentos mais arriscados para ações que já vi”, afirmou Singer em uma rara entrevista concedida a Nicolai Tangen, CEO do Norges Bank, o fundo de pensão da Noruega.

“Acho que o longo período desde o último grande evento de mercado fez com que as pessoas se acomodassem, acreditando que sempre haverá um resgate e que nunca mais haverá um mercado de baixa, como em 1974, 1987 e 2008”, complementou.

A alavancagem de companhias e governos estão entre os principais pontos de atenção levantados por Singer. Durante a pandemia, além dos juros reais negativos, foram adicionados déficits de gastos chocantemente altos, em que não havia uma recessão real.

Isso continuou depois da pandemia. Neste ano fiscal, por exemplo, os EUA estão operando com um déficit superior a 6% do PIB.

Na avaliação de Singer, o excesso de otimismo do mercado tem se refletido nos preços, especialmente em ações de inteligência artificial, que foram os grandes destaques do mercado americano nos últimos anos.

“Os valuations em inteligência artificial está muito à frente do que realmente entrega em termos de valor prático para os usuários. Há aplicações e haverá outras no futuro, mas o otimismo é exagerado”, afirma Singer.

O fundador da Elliott avalia que os valuations estão sendo impulsionados por uma mistura de especulação, domínio do investimento passivo e crença de que os bancos centrais sempre intervirão.

“O mercado de ações teve longos períodos de complacência antes das correções, e acho que estamos vendo isso agora”, disse Singer.

O investidor também foi crítico sobre as criptomoedas, que vê como uma ameaça à soberania do dólar no mundo.

“Na medida em que os governos adotam as criptomoedas, eles estão adotando alternativas ao dinheiro soberano. Os próprios EUA estão conjurando ou apoiando uma alternativa ao dólar. Isso faz minha cabeça girar”, complementou.

source
Fonte
Neofeed

Adicionar aos favoritos o Link permanente.