Dia da Visibilidade Bissexual é de luta

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“Homens e mulheres bissexuais não são pessoas que estão indecisas ou que não têm coragem para se assumir lésbica ou gay. É preciso deixar de lado a negação de que existe sim uma orientação sexual em que as pessoas se relacionam afetiva e sexualmente tanto com homens quanto com mulheres, incluindo transgêneros”, é o que ressalta Laura Brasil, gerente dos Direitos LGBTQIAPN+ pela Secretaria de Estado da Mulher e da Diversidade Humana (SEMDH).

Os preconceitos citados por Laura ainda são muito comuns no dia a dia de quem é bissexual, tendo, inclusive, um nome próprio: bifobia. Pensando em trazer mais atenção para a causa, em 1999, nos Estados Unidos, foi instituído o Dia da Visibilidade Bissexual, celebrado globalmente no dia 23 de setembro.

Isso porque muitos ainda enxergam a bissexualidade como uma fase de transição até que a pessoa tenha segurança para se afirmar lésbica ou gay. Ou ainda como algo promíscuo, quando, na verdade, a bissexualidade não exclui relacionamentos estáveis e monogâmicos. Concepções como essas fazem com que os bissexuais não se sintam parte nem da comunidade queer, nem da hétero.

Para a gerentes dos Direitos LGBTQIAPN+, o mais importante, não apenas hoje, mas durante o ano todo, é promover a ideia de que todas as orientações sexuais e todos os gêneros fazem parte da diversidade humana. “Héteros e cisgêneros também tornam a comunidade diversa, a diversidade é algo natural, porque, mesmo entre héteros, há várias formas de expressão da sexualidade e do afeto. Quando compreendermos isso, vamos passar a olhar a diferença do outro como algo necessário para construir uma sociedade plural, com personalidades e culturas multifacetadas”, garantiu Laura.

Apesar dos esforços, esse processo de conscientização mostra-se lento e complexo. Por isso, a SEMDH atua na busca por direitos para a comunidade. Atualmente, a Secretaria conta com dois Centros de Referência dos Direitos LGBTQIAPN+, um em Campina Grande e outro em João Pessoa. Além disso, programas como o Entrelace busca atuar com as novas gerações. “O Entrelace funciona o ano inteiro, indo em escolas da rede pública de ensino com uma equipe multidisciplinar para fazer um processo de formação sobre os direitos das mulheres, o combate à LGBTfobia e ao racismo. O Dia da Visibilidade Bissexual é importante, mas nossas ações são constantes, porque o preconceito e a violência que a comunidade sofre também é”, lembra a gerente.

 Serviços sociais

Nos Centros de Referência, os usuários encontram serviços gratuitos de psicoterapia e atendimento jurídico. “Auxiliamos com a questão da documentação básica, por exemplo. Além de oferecermos oficinas, rodas de conversa e workshops de empregabilidade. É fundamental que a comunidade procure o Centro, porque, a partir desse contato, é que conseguimos direcionar as políticas públicas para as principais necessidades do grupo”, explica Laura.

Segundo ela, a Paraíba está, atualmente, na vanguarda dos direitos LGBTQIAPN+, sendo o primeiro estado do Brasil a inaugurar uma casa de acolhimento para a população. “Na Casa de Acolhida Cris Nagô, recebemos pessoas em situação de rua, de violência ou abandono familiar. Temos capacidade de acolher, por um período de 120 dias, até 25 pessoas, prestando toda a assistência necessária para que ela consiga sair daquela situação”.

*Matéria publicada originalmente na edição impressa do dia 21 de setembro de 2024. 

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A União

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