Israel amplia guerra contra grupos radicais

Na segunda-feira (23), o Líbano registrou seu dia mais sangrento desde o início do conflito com Israel, em outubro de 2023. O Ministério da Saúde libanês confirmou a morte de 182 pessoas e mais de 727 feridos após um ataque aéreo israelense que atingiu amplamente o país. O bombardeio, considerado o maior em extensão territorial desde o início da nova fase de confrontos, teve como alvo supostas posições do grupo Hezbollah, considerado extremista por Israel.

Pouco antes do ataque, as Forças de Defesa de Israel emitiram um alerta à população civil libanesa, pedindo que se afastassem de áreas que abrigavam depósitos de armas do Hezbollah. Os moradores das regiões bombardeadas receberam mensagens de texto e de voz notificando sobre a iminência dos ataques. Apesar do aviso, o governo do Líbano relatou que entre as vítimas estavam mulheres, crianças e profissionais de saúde, o que intensificou as críticas internacionais.

Os ataques israelenses atingiram mais de 300 alvos, principalmente no sul do Líbano e no Vale do Bekaa, a leste de Beirute. Esta foi a primeira vez que a área do Vale do Bekaa, localizada entre aldeias cristãs e muçulmanas xiitas, foi alvo de ataques aéreos. O porta-voz militar israelense afirmou que residências no local estariam sendo usadas para armazenar mísseis e drones, justificando o bombardeio.

Em resposta ao ataque, o Hezbollah disparou dezenas de mísseis contra Israel, conforme confirmado pelo Exército israelense. Embora parte dos projéteis tenha sido interceptada, alguns atingiram o território israelense, aumentando a tensão na região. A troca de ataques ocorreu um dia após o Hezbollah lançar uma ofensiva com mais de 150 foguetes e drones contra o norte de Israel, em retaliação à morte de comandantes do grupo em bombardeios anteriores.

O primeiro-ministro do Líbano, Najib Mikati, condenou a ofensiva israelense, afirmando que o país enfrenta um “plano de destruição” que visa aniquilar vilarejos e cidades inteiras. Mikati também apelou à ONU e a países influentes para que intervenham e ajudem a conter o avanço dos ataques. Por conta da escalada do conflito, o governo libanês está convertendo escolas em abrigos temporários nas cidades de Beirute, Trípoli e no sul do país, para lidar com o deslocamento em massa de civis.

Do lado israelense, o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu declarou que está cumprindo a promessa de alterar o balanço de forças na região e continuar destruindo milhares de mísseis que estariam apontados para alvos civis israelenses. Netanyahu também reiterou a importância de a população israelense seguir as instruções de segurança e buscar refúgio sempre que os alertas de bombardeio forem acionados.

Com a intensificação dos bombardeios, analistas apontam para a possibilidade de um conflito prolongado, com ambos os lados ampliando suas operações militares. O Hezbollah, apoiado pelo Irã, reafirmou seu compromisso de resistir até que um cessar-fogo seja negociado.

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