Michelle Bolsonaro é procurada por mulher agredida por deputado

Presidente nacional do PL Mulher, Michelle Bolsonaro foi procurada pela ex-esposa do deputado Zé Trovão. No requerimento enviado à ex-primeira-dama, Jéssica Veiga diz que foi calada, dentro do partido, por denunciar o parlamentar com base na Lei Maria da Penha.

Jéssica cobra a sua recondução à presidência do PL Mulher no município de Joinville (SC). Ela foi destituída do cargo após pedido de Zé Trovão, que alegou necessidade de afastamento por haver uma medida protetiva impedindo o contato entre ambos. Na função, ela recebia um salário do partido.

“A situação é estarrecedora e precisa ser combatida com veemência. Afinal, são objetivos do PL Mulher aumentar a participação da mulher na política, para que tenhamos leis e políticas públicas que venham ao encontro das necessidades e dos anseios femininos”, escreveu Jéssica no ofício enviado a Michelle Bolsonaro.

Até o momento, passados três meses da primeira denúncia de agressão contra Zé Trovão, feita por outra ex-companheira dele, Michelle ainda não se manifestou sobre os casos.


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O documento que pede a recondução de Jéssica Veiga ao posto de presidente do PL Mulher municipal também foi enviado a Valdemar Costa Neto e a dirigentes do partido em Joinville.

Em entrevista concedida ao Metrópoles, Zé Trovão admitiu ter exigido a destituição de Jéssica do comando do PL Mulher em Joinville. O motivo foi a medida protetiva concedida a ela, contra o deputado, por agressão.

“Fui surpreendida por essa entrevista ao site Metrópoles, no Dia internacional da Mulher. Nela, o deputado admite que pediu pela minha expulsão do partido e, ainda mais grave, afirmou que fez isso por ter pedido medida protetiva contra ele”, diz o requerimento assinado por Jéssica.

Na entrevista, Zé Trovão alega que a permanência de Jéssica no comando do PL Mulher causaria constrangimento ao partido.

“Eu tive que pedir para que a direção do partido tomasse a atitude de retirar, porque eu disse: ‘Olha, eu estou tendo um processo com uma pessoa que está dentro do PL, que era presidente do PL Mulher, e eu não posso que isso continue assim. A gente não pode ter dentro do nosso partido, da direção do partido na minha cidade, uma pessoa que hoje eu tenho um processo judicial que eu não posso me aproximar dela. Como que eu faço pra ir num evento? Quem vai no evento? A presidente do PL ou o parlamentar do PL?”, disse o deputado.

Para Jéssica, sua expulsão do cargo contraria princípios da criação do PL Mulher e da Lei dos Partidos. “A própria lei é clara no sentido de que nenhum filiado pode sofrer medida disciplinar ou conduta que não esteja tipificada no estatuto, além de ser assegurada a ampla defesa.”

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Por Metrópoles

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