Entregador baleado por PM no RJ tem estado de saúde atualizado; assista

O entregador de aplicativo Nilton Ramon Barromeu de Oliveira, que foi baleado por um policial militar na segunda-feira (4), no Rio de Janeiro, teve um progresso em seu quadro. De acordo com o tio dele, que preferiu não se identificar, o rapaz de 24 anos já conseguiu abrir os olhos e conversar com a família nesta terça (5). Ele está internado no Hospital Municipal Salgado Filho, no Méier, zona norte do Rio.

“Ele fez todos os procedimentos, graças a Deus está falando, abriu os olhos e falou chamando pela minha filha. Deu um sorriso para a minha esposa, que é quem está acompanhando os procedimentos”, relatou o tio ao UOL. De acordo com ele, Nilton realizou duas cirurgias. O tio esclareceu que o projétil que atingiu o sobrinho não precisou ser retirado do corpo, uma vez que a bala atravessou a perna dele.

O disparo efetuado pelo PM Roy Martins Cavalcanti atingiu a coxa esquerda do entregador, especificamente a veia femoral, o que o levou a perder muito sangue. “Na cirurgia de ontem, os médicos reconstruíram a artéria. Mas de ontem para hoje, não deu certo. Foi necessário fazer outro procedimento, conhecido como bypass”, explicou o tio. Conforme a Secretaria Municipal de Saúde, o estado de saúde do rapaz ainda é grave.

Indignação

O parente informou que Nilton, conhecido pelos familiares como Niltinho, trabalha no ramo há quase quatro anos. “Não foi criado pela mãe, passou pouco tempo com o pai. É um menino esforçado, largou os estudos para trabalhar, que era o que ele estava fazendo, um menino muito esforçado, um menino de bom coração, sabe?”, listou.

Registros mostram entregador no chão e sendo socorrido após ser baleado por PM (Foto: Reprodução/TV Globo)
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Ele admitiu jamais esperar que o sobrinho fosse baleado durante o trabalho. “Minha cunhada veio me avisar dizendo que seria um acidente. Eu troquei de roupa rapidinho, peguei o carro e fui até o encontro dele. No caminho, descobri que ele tinha sido baleado”, lamentou. “Imagina você receber uma notícia de que um anjo querido teu tomou um tiro, foi parar no hospital, sabe? Ensanguentado! A gente tomou um susto muito grande, mas Deus é tão bom que ele deu todo o suporte. O menino tá se recuperando bem”, concluiu o tio de Nilton.

Ao Jornal Nacional, a irmã do entregador, Stephani Barromeu, também forneceu atualizações do caso. “Ele já abriu olho, já perguntou por algumas pessoas. Então, temos que ficar de olho, em observação, pela melhora do meu irmão”, disse. “Isso é um fato que não tem que acontecer. Ele (o policial) agiu de uma forma que a gente não espera, totalmente despreparado. Então, ele tem que pagar por isso”, ressaltou ela. Assista:

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Entenda o caso

Na noite de segunda-feira (4), Nilton Ramon Barromeu de Oliveira foi baleado pelo PM Roy Martins Cavalcanti, que se recusou a buscar seu pedido na portaria de um condomínio na Vila Valqueire, Zona Oeste do Rio de Janeiro. De acordo com o relato de testemunhas, o policial pediu um açaí no Porto do Sabor da Praça Saiqui, em Vila Valqueire, e Nilton foi levar o produto de bicicleta.

Quando o rapaz chegou ao endereço informado, o PM teria se recusado a descer, “exigindo” que o lanche fosse entregue na porta. Com a explicação do entregador de que não era obrigado a subir, os dois teriam discutido por mensagens diretas no aplicativo. Diante da recusa de Roy em encontrá-lo, Nilton acionou o protocolo de devolução na plataforma e voltou para a loja.

Vídeo gravado pelo entregador mostra o PM sacando uma arma da cintura (Foto: Reprodução/Arquivo Pessoal)

O policial, no entanto, o seguiu até lá. Na Praça Saiqui, os dois começaram uma nova discussão, e Nilton passou a gravar o episódio. “Tá metendo a mão na cintura por quê?”, perguntou Roy. “Tô armado não, filho. Sou trabalhador, filho”, respondeu Nilton. A arma do policial aparece na gravação. Tô sendo ameaçado aqui!”, narrou o entregador.

Ameaçado é o c*ralho! Seja educado!”, gritou Roy. O também entregador Yuri Oliveira disse que tentou, junto com outros colegas, apartar a briga. “A gente separou em um primeiro momento, mas a confusão se estendeu, o policial sacou a arma em direção a ele (Nilton) e acabou atirando nele”, relatou o rapaz. O momento do disparo, no entanto, não foi registrado no vídeo. Nilton foi socorrido pelo Corpo de Bombeiros e levado ao Hospital Salgado Filho.

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PM prestou depoimento, alegou legítima defesa e foi liberado

A prévia de ocorrência está registrada como “lesão corporal por perfuração de arma de fogo, em legítima defesa”, na 2ª Delegacia de Polícia Judiciária Militar. O cabo foi ouvido pela Polícia Civil e liberado. A arma chegou a ser acautelada, mas já foi devolvida ao PM. Leia o depoimento e saiba mais detalhes do caso, clicando aqui.


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Fonte : Hugo Gloss

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