Gestora eB Capital fecha acordo com a Arábia Saudita por investimentos privados

Nos últimos meses, Eduardo (Duda) Sirotsky Melzer, cofundador e CEO da eB Capital, dedicou boa parte de sua intensa agenda visitando o Oriente Médio em busca de capital e investidores para a gestora de investimentos alternativos.

Nesta segunda-feira, 3 de junho, o resultado de todo este esforço foi concretizado com a assinatura de um memorando de entendimento (MoU) entre a eB Capital e o Ministério de Investimentos da Arábia Saudita (MISA, na sigla em inglês) visando à promoção de investimentos privados entre os dois países.

O acordo prevê que a eB Capital e o MISA promoverão uma série de reuniões e rodadas de negócios para reunir investidores privados do Brasil e da Arábia Saudita para a discussão de oportunidades, com ênfase em investimentos alternativos, clima, segurança alimentar, private equity e crédito privado.

“Nos últimos anos, a Arábia Saudita tem conseguido atrair quase todos os setores e campos para o seu país, desde esportes e gastronomia até artes. E, no campo dos negócios, não é diferente”, diz Duda Melzer ao NeoFeed. “Esse memorando de entendimento representa uma integração entre as duas pontas, de investidores e oportunidades de investimentos, para os dois países.”

O acordo foi assinado por Duda e o ministro do Investimentos da Arábia Saudita, Khalid A. Al-Falih, em Riad, capital da Arábia Saudita. O evento contou com a presença do vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Geraldo Alckmin, que lidera uma delegação de ministros e empresários para fortalecer laços, estabelecer cooperação em várias áreas e abrir mercados para produtos brasileiros no país.

Duda diz que o acordo com o MISA abre caminho para a gestora apresentar projetos de seu portfólio para investidores privados sauditas, como empresários e fundos locais, cuja exposição ainda é baixa no País.

Boa parte dos investimentos do país no Brasil é liderado pelos fundos públicos, caso do Fundo de Investimento Público da Arábia Saudita (PIF, na sigla em inglês), que possui em torno de US$ 925 bilhões em ativos sob gestão. Em 2023, a BRF concluiu uma joint venture com a Halal Products Development Company (HPCD), uma empresa parte do PIF, para desenvolver a indústria de carne halal na Arábia Saudita.

Com cerca de R$ 5 bilhões sob gestão, a eB Capital vem apostando fortemente em teses dentro do escopo do MoU, como é o caso do agronegócio, com a criação da eB Crédito Agro, com a concessão de crédito para o setor agrícola.

“Queremos mostrar de forma sistemática, organizada e com frequência as oportunidades que se tem para investir no Brasil, pavimentando a estrada para o País e, como consequência, a eB Capital entra”, afirma Duda.

Eduardo (Duda) Sirotsky Melzer, cofundador e CEO da eB Capital
Eduardo (Duda) Sirotsky Melzer, cofundador e CEO da eB Capital

O acordo prevê também que a eB Capital poderá ajudar a apresentar projetos de investimentos privados na Arábia Saudita para investidores brasileiros. Duda diz que o acordo não envolve aportes da gestora em projetos no país árabe, considerando que o foco da casa são investimentos no Brasil.

A iniciativa da eB Capital de aumentar a presença na Arábia Saudita ganhou um impulso relevante depois que Marcelo Claure, que liderou o Softbank na América Latina, se tornou sócio da gestora, em outubro do ano passado – além dele e Duda, a eB Capital conta como sócios Pedro Parente e Luciana Antonini Ribeiro.

“O Marcelo tem muita entrada nesse mercado, conhece profundamente como esse funciona e conhece as pessoas”, diz Duda. “Foi ele quem trouxe a eB Capital para a Arábia Saudita, tendo papel central nesse processo de relacionamento.”

Além da perspectiva de melhorar ainda mais a relação entre os dois países, o MoU deve, por consequência, ajudar a eB Capital a captar, aumentando sua capacidade de investir em novos negócios.

Mas Duda destaca que o acordo firmado hoje vai além disso, criando um espaço institucionalizado para a eB Capital mostrar as oportunidades que possui, se credenciando como uma fonte de relacionamento entre os dois países.

“Para que as relações comerciais e de negócios sejam profícuas e eficientes, acreditamos que o processo vai além de viagens de captação, que precisamos criar um relacionamento de confiança”, diz. “E esse relacionamento de confiança naturalmente gera oportunidades relevantes de negócios.”

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Neofeed

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