UFSC Curitibanos: pesquisadores investigam danos ecológicos em áreas atingidas por contaminações

Pesquisadores Julia Niemeyer e Alexandre (Foto: Divulgação/Revista da Fapeu)

Uma dupla de professores do Campus de Curitibanos da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) está investigando riscos ecológicos de áreas contaminadas de Norte a Sul do país a pedido de empresas de consultoria, do ramo de exploração de óleo e gás e de mineração. Os professores e pesquisadores Júlia Carina Niemeyer e Alexandre Siminski avaliam dados, elaboram relatórios técnicos, preparam e treinam profissionais com o objetivo de evitar ou mitigar prejuízos ambientais e sociais.

“Buscamos auxiliar as empresas na tomada de decisão sobre áreas contaminadas de forma objetiva e eficiente, cumprindo a legislação vigente e seguindo os procedimentos normatizados”, explica a professora Júlia Carina Niemeyer, coordenadora do projeto, docente do Departamento de Agricultura, Biodiversidade e Florestas do Centro de Ciências Rurais, do Campus de Curitibanos. O projeto tem o apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa e Extensão Universitária (Fapeu) na gestão dos recursos. “Ao realizar trabalhos em parceria com a UFSC e a Fapeu, as empresas contam com o trabalho de professores com expertise no tema e com compromisso com a sociedade e com a questão ambiental”, destaca a professora.

Júlia Niemeyer tem mestrado em Ecologia e Biomonitoramento pela Universidade Federal da Bahia (UFBA) e doutorado em Biologia/Ecologia pela Universidade de Coimbra, Portugal. Atua no Programa de Pós-Graduação em Ecossistemas Agrícolas e Naturais (PPGEAN) do campus de Curitibanos da UFSC, onde lidera o grupo de pesquisa Ecologia de Ecossistemas e também integra o grupo Agricultura Conservacionista.Já Alexandre Siminski tem mestrado e doutorado em Ciências com área de concentração em Recursos Genéticos Vegetais pela UFSC. É pesquisador do Núcleo de Pesquisas em Florestas Tropicais (NPFT), participa dos grupos de pesquisa em Manejo e Tecnologia de Recursos Florestais e de Ecologia de Ecossistemas da UFSC e também atua no Programa de Pós-Graduação em Ecossistemas Agrícolas e Naturais do campus de Curitibanos.

Investigação

A avaliação de risco ecológico realizada por eles é um procedimento de investigação recomendado para ser realizado durante o gerenciamento de áreas contaminadas, quando um ambiente é alvo de desastres ambientais. A ação é necessária porque um evento do gênero no solo ou na água pode afetar a vida dos ecossistemas, reduzindo o número de espécies e, consequentemente, comprometendo as funções ecológicas e de manutenção da biodiversidade local.

O procedimento é mencionado como necessário pela Resolução 420/2009 do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama), que “dispõe sobre critérios e valores orientadores de qualidade do solo quanto à presença de substâncias químicas e estabelece diretrizes para o gerenciamento ambiental de áreas contaminadas por essas substâncias em decorrência de atividades antrópicas”. Especificamente para o Estado de São Paulo, a Companhia Ambiental do Estado de SP (Cetesb) publicou em 2022 uma Norma Técnica estabelecendo procedimentos para orientar este tipo de análise.

No último ano, os professores do campus de Curitibanos da UFSC participaram de estudos de casos envolvendo áreas contaminadas por tombamento de caminhão de combustível em uma Unidade de Conservação, vazamento de combustível de oleoduto em Área de Preservação Permanente e em áreas atingidas por rompimento de barragem de rejeito de mineração. “Nossa participação nestas atividades pode envolver desde o planejamento das amostragens e análises, interpretação de resultados, revisão de documentos e consultoria técnica até a realização de levantamentos biológicos ou de ensaios de ecotoxicidade”, ressalta a professora Júlia.

Recursos humanos

A partir de uma avaliação de risco ecológico, explica a coordenadora, é possível indicar, por exemplo, se ações de remediação são necessárias, se o risco é aceitável para o uso atual da área, se há necessidade de um trabalho de monitoramento ou se a contaminação existente não apresenta risco para as comunidades biológicas.

Quem ganha é o meio ambiente. Mas não só. Com o financiamento obtido pela atividade, insumos e equipamentos são adquiridos para os projetos em andamento no campus. E mais: a atividade também impulsiona a formação de recursos humanos, junto ao Programa de Pós- Graduação em Ecossistemas Agrícolas e Naturais, a partir da apresentação – sem a identificação dos contratantes – dos estudos de caso em eventos de discussão da área. Ou seja, na verdade, todos saem ganhando.

 

Com informações da Revista da Fapeu

 

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