EUA dizem que cartéis mexicanos são “coração” de crise letal de drogas no país

Os cartéis de Sinaloa e Jalisco Nueva Generación (CJNG) estão no “coração” da “mais perigosa e mortal crise de drogas que os Estados Unidos enfrentam” pelo tráfico de fentanil e anfetaminas, os símbolos da mudança de drogas de origem vegetal, como a cocaína e a heroína, para os sintéticos, de acordo com a avaliação anual da Administração de Controle de Drogas (DEA).

A DEA descreve em seu relatório, apresentado nesta quinta-feira (9), a metodologia pela qual os cartéis operam laboratórios clandestinos no México onde fabricam essas drogas e depois as distribuem aos Estados Unidos, bem como a logística que utilizam para fornecer precursores químicos, em particular da China, e como o controle dos portos mexicanos no Pacífico e no Golfo do México são fundamentais para as suas operações.

Com base em relatórios dos Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC), a avaliação indica que o fentanil é a droga mais letal, com um número provisório de 59.019 pessoas mortas em 2023; 74.225 em 2022 e 70.061 em 2021, apenas pelos efeitos dessa substância.

Sendo ambos os cartéis “a principal prioridade operacional da DEA”, a análise menciona que a liderança do Cartel de Sinaloa está numa situação fluida desde a prisão e condenação nos EUA de Joaquín “El Chapo” Guzmán, enquanto o papel de Ismael “El Mayo” Zambada, que durante 30 anos foi um dos principais chefes do grupo, estaria em questão, em meio a relatos de problemas de saúde.

Sem líder, o Cartel de Sinaloa abrange quatro organizações criminosas que cooperam entre si, o relatório as identifica como os grupos liderados por “Los Chapitos”, formados pelos filhos de Chapo, Mayo Zambada, Aureliano “El Guano” Guzman-Loera (irmão de El Chapo) e Rafael Caro-Quintero, um dos cofundadores do extinto Cartel de Guadalajara e atualmente preso no México. O CJNG “é supervisionado por Rubén “El Mencho” Oseguera-Cervantes” e funciona, segundo a DEA, como modelo de franquia.

Os cartéis mexicanos dirigem uma “rede complexa de conspiradores” que, segundo a análise, inclui transportadores internacionais e transfronteiriços, funcionários corruptos, construtores de túneis, empresas de fachada e lavagem de dinheiro, embora para este último propósito, segundo a DEA, os grupos criminosos recorreriam cada vez mais aos serviços de organizações de lavagem de dinheiro de origem chinesa.

O presidente do México, Andrés Manuel López Obrador, revelou durante entrevista à rede americana CBS que “o fentanil é produzido em menor escala nos Estados Unidos, Canadá e México”.

López Obrador reiterou recentemente que o México não é o principal produtor de fentanil depois que o chefe da Agência de Investigação Criminal (AIC) de seu governo disse que o país era o “campeão” da produção de fentanil, em desacordo com declarações do presidente. Posteriormente, a agência emitiu um pedido de desculpas em nome do funcionário, justificando que ele usou “uma palavra inadequada”.

“O fentanil entra nos Estados Unidos através dos próprios Estados Unidos, entra pelo Canadá e também pelo México, onde é feito com produtos químicos contrabandeados, mas a quantidade não é precisa”, disse López Obrador durante uma coletiva de imprensa de 25 de março.

O relatório da DEA destaca que, devido ao menor volume de insumos necessários para sua produção, os grupos que operam com fentanil também utilizam serviços de correio que entregam esses insumos nos Estados Unidos, de onde são encaminhados para o México.

O relatório salienta que a facilidade e o baixo custo de produção de drogas sintéticas em grande escala no México tornam os cartéis altamente lucrativos, embora ao mesmo tempo os cartéis, particularmente o cartel de Sinaloa, permaneçam ativos nos negócios mais tradicionais da região. cocaína, heroína e maconha.

A DEA reconhece os esforços que os governos mexicano e chinês têm feito para controlar o tráfico ilegal de precursores e ingredientes químicos com os quais o fentanil e as anfetaminas são fabricados, mas que este fluxo “para o México continua inabalável”.

Este conteúdo foi criado originalmente em espanhol.

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Fonte : CNN BRASIL

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