“Doença da tireoide e inteligência artificial” : 25/5 – Dia Mundial da Tireoide 2025

 

O Dia Mundial da Tireoide foi criado pela Thyroid Federation International (TFI) em 2007. A data escolhida homenageia a fundação da European Thyroid Association (ETA), em 25 de maio de 1965.

Também por iniciativa da TFI, no período de 25 a 31/5 acontece anualmente a Semana Internacional de Conscientização sobre a Tireoide.

Com o tema “Doença da tireoide e inteligência artificial”, a campanha de 2025 pretende chamar a atenção para a ideia de que as ferramentas de saúde digital podem ajudar a melhorar o gerenciamento de distúrbios da tireoide e os resultados do tratamento.

Essas ferramentas estão crescendo em popularidade e geralmente são projetadas para funcionar em conjunto com médicos e pacientes para melhorar o entendimento mútuo e a eficiência desses dispositivos.

 

Principais vantagens das ferramentas de saúde digital:

– Empoderamento do paciente;
– Autogestão;
– Cuidado personalizado.

– Plataformas de telemedicina permitem consultas virtuais, enquanto dispositivos vestíveis e smartwatches podem ser usados ​​para monitoramento contínuo de sinais vitais, como frequência cardíaca, fornecendo dados importantes para pacientes com problemas de tireoide;

– Com a ajuda dos portais do paciente, é possível acessar seus registros médicos, o que os torna mais engajados e informados;

– Os fóruns de suporte on-line proporcionam um senso de comunidade e permitem o compartilhamento de suas experiências com a doença.

Para os pacientes, as ferramentas digitais não são apenas provedores de dados, elas são uma maneira importante de reduzir a solidão e o isolamento que geralmente acompanham a vida com uma condição crônica.

 

A tireoide é uma glândula em forma de borboleta, com dois lobos, localizada na parte anterior do pescoço, logo abaixo da região conhecida como Pomo de Adão.

Os hormônios produzidos por ela – T3 (triiodotironina) e T4 (tiroxina) são dois dos mais importantes, pois agem na função de órgãos vitais como coração, cérebro, fígado e rins. Interferem, também, no crescimento e desenvolvimento das crianças e adolescentes, na regulação dos ciclos menstruais, na fertilidade, no peso, na memória, na concentração, no humor e no controle emocional, garantindo o equilíbrio do organismo.

Quando a tireoide não está funcionando adequadamente pode liberar hormônios em excesso, provocando o hipertireoidismo ou em quantidade insuficiente, levando ao hipotireoidismo.

No hipertireoidismo o corpo começa a funcionar rápido demais: o coração dispara, o intestino solta, a pessoa fica agitada, fala demais, gesticula muito, dorme pouco, sente-se com muita energia, mas também muito cansada.

Se a produção de hormônio é insuficiente, provoca o hipotireoidismo. O organismo começa a funcionar mais lentamente: o coração bate mais devagar, o intestino prende e o crescimento pode ficar comprometido. Ocorrem, também, diminuição da capacidade de memória, cansaço excessivo, dores musculares e articulares, sonolência, pele seca, ganho de peso, aumento nos níveis de colesterol no sangue e, ainda, depressão.

Tanto no hipo como no hipertireoidismo, pode ocorrer o aumento no volume da tireoide, chamado bócio, que pode ser detectado no exame físico. Problemas na tireoide podem aparecer em qualquer fase da vida, do recém-nascido ao idoso, em homens e em mulheres.

Dados do Departamento de Tireoide da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM) mostram que a predominância de casos de hipotireoidismo em mulheres é de 10% e pode chegar a 15% na fase da menopausa, quando há perda da proteção dos hormônios femininos. Em homens é menos frequente e sua prevalência é em torno de 3%. No Brasil, a incidência anual do hipotireoidismo em mulheres é de 4/1000 e nos homens de 0,6/1000.

 

Tratamento:

Hipotireoidismo: reposição do hormônio tiroxina que a tireoide deixou de fabricar. Como dificilmente a doença regride, ele deve ser tomado por toda a vida, mas os resultados são muito bons.

Hipertireoidismo: o tratamento pode incluir medicamentos, iodo radioativo e cirurgia, a depender das características e causas da doença.

 

Outros transtornos da tireoide:

Além das alterações no funcionamento da glândula, por vezes é possível encontrar nódulos na tireoide. Em grande parte dos casos, são lesões benignas. Entretanto, o Instituto Nacional do Câncer (Inca) estima que 16.660 casos novos de câncer de tireoide sejam diagnosticados para cada ano do triênio de 2023 a 2025. Sem considerar os tumores de pele não-melanoma, o câncer de tireoide ocupa a sétima posição entre os tipos de tumores mais frequentes no Brasil.

Cerca de 10% dos portadores de nódulos podem apresentar células malignas e, na maioria dos casos, é um tumor com baixa mortalidade, facilmente identificável e tratável, quando diagnosticado em fases precoces.

Bócio: popularmente conhecido como papo, é o nome que se dá ao aumento da glândula tireoide. Esse crescimento anormal pode tomar a glândula toda e tornar-se visível na frente do pescoço; ou, então, surgir sob a forma de um ou mais nódulos (bócio nodular), que podem não ser perceptíveis exteriormente. Pode ser causado pela carência de iodo na dieta, por hipo ou hipertireoidismo, tumores ou infecções.

Hipotireoidismo congênito: problema hereditário que impossibilita o organismo de produzir o hormônio tireoidiano T4, impedindo o crescimento e o desenvolvimento do recém-nascido. A doença é diagnosticada por meio do Teste do Pezinho e curável com a administração de hormônio tireoidiano, sob rigoroso controle médico. Sem diagnóstico e sem tratamento, é a causa mais comum de atraso do desenvolvimento mental, acometendo um a cada 4 mil recém-nascidos.

Tireoidites: conjunto de doenças inflamatórias que afetam a glândula tireoide. Em alguns casos, o paciente sente dores, mas em outros, apresenta os sintomas básicos do hipertireoidismo ou do hipotireoidismo.

Doença de Graves: doença autoimune que provoca um tipo de hipertireoidismo em que, além das manifestações mais comuns, apresenta como sintoma olhos proeminentes, ou seja, “saltados”.

 

Autoexame e diagnóstico precoce:

Uma forma de auxiliar o diagnóstico prévio e saber como a tiroide está, é realizando o autoexame na frente de um espelho: Identificar onde está o pomo de Adão no pescoço e engolir um gole de água, com a cabeça levemente estendida para trás. Ao engolir, é normal perceber que a tireoide se movimenta para cima. Se ao fazer esse processo a pessoa perceber alguma saliência ou protuberância anormal é preciso ficar atento, repetir o autoexame e em caso de persistência, procurar atendimento médico.

 

Fontes:

Dr. Dráuzio Varella
European Society of Endocrinology (ESE)
Hospital Alemão Oswaldo Cruz
National Today
Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia
Thyroid Federation International

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