Neste 22 de maio, Dia Internacional da Diversidade Biológica, a parceria entre o Laboratório de Ecologia de Invasões Biológicas, Manejo e Conservação da Universidade Federal de Santa Catarina (Leimac/UFSC) e o Instituto Hórus completou 15 anos. Desde 2010, por meio de um programa de voluntariado, a aliança estabelecida entre as instituições foi responsável por eliminar mais de 420 mil espécimes de plantas exóticas invasoras em áreas de restinga de Florianópolis.
A ação, liderada e idealizada por mulheres desde sua origem, restaurou cerca de 200 hectares de restinga nesse período. A maior parte da área restaurada se encontra no Parque Natural Municipal das Dunas da Lagoa da Conceição, primeira região de foco do trabalho da parceria, onde foram eliminadas praticamente todas as árvores de pinheiro americano (Pinus elliottii).
“É uma unidade de conservação que cobre 500 hectares de restinga. Ao longo de um pouco mais de 10 anos, trabalhamos mensalmente nessa área. Conseguimos praticamente acabar com os problemas de invasão por pinheiros americanos introduzidos aqui. Nesse período, foram mais de 420 mil plantas eliminadas”, afirma Michele de Sá Dechoum, professora Departamento de Ecologia e Zoologia da UFSC e uma das coordenadoras da iniciativa.
Além da remoção das invasoras, o projeto também reintroduz as plantas nativas à região. A produção das mudas plantadas é feita com critério técnico, com coleta local de sementes de plantas matrizes marcadas. “Mais importante do que eliminar as plantas, o nosso maior objetivo é restaurar áreas de restinga. Fazer com que a gente crie espaço para plantas nativas, animais nativos, toda nossa biodiversidade”, ressalta a professora.
Conforme Michele, após anos de atuação nas dunas e extinção dos focos de invasão, as atividades do projeto se expandiram para outras áreas e ganharam mais engajamento entre os moradores das regiões de praia e pessoas interessadas na área da ecologia.
“Entendo que, ao longo desse tempo, conseguimos mudar a realidade do nosso município, tanto nessa perspectiva de conservação, quanto também de conhecimento das pessoas, de modo que elas consigam, enquanto cidadãs, ajudar nessa mudança de realidade”, diz.
Segundo a engenheira florestal e fundadora do Instituto Hórus, Sílvia Ziller, o programa de voluntariado possui expectativas de contribuir ainda mais para o manejo e restauro sustentável do ecossistema da Ilha. “A confiança que temos na possibilidade de gerar muito mais resultado e de, de fato, restaurar todas essas áreas de praia, é uma perspectiva muito positiva”, relata.
Assista ao vídeo comemorativo dos 15 anos da parceria entre UFSC e Instituto Hórus com os relatos completos das coordenadoras:
Acompanhe as ações do projeto em @Instituto_Horus e @invasoesbiologicas no Instagram.